Manchete: criança espanca Ângela Amin e Papai Noel

Minha cunhada não é a única com medo de Papai Noel. A Natália (filha mais nova da Chefe e do Tio Zé Carlos) parece que também. Como era a única menina no local, tentaram levá-la pra tirar fotos com o bom velhinho e a "simpática" prefeita de Florianópolis, o que resultou numa Natália chutando a canela do Papai Noel e espancando a prefeita com um rolo de papel de presente.

Comentários bizarros de um Claudinho no jantar da Polícia Federal

- Passei uma semana inteira com a mesma calcinha!
- Nossa! Era só tirar e jogar na mesa pra ceia. Maior bacalhau!

* * *

- Tem uma vaga pertinho? As meninas tão de chapinha.

* * *

- Nossa! Quando eu crescer quero ser um velhão rico que nem aquele ali, de mãozinha dada com a loira quase pelada.

Rixas

Avril Lavigne x Johnny Rotten

Em uma entrevista, Avril disse que seria o novo Sid Vicious. Johnny Rotten retrucou em uma declaração dizendo que seria algo agradável de se ver. "Ao menos ela estaria morta".

Kelly Osbourne x Christina Aguilera

Durante o EMA (prêmio da MTV européia) Kelly e Christina trocaram suas farpas, a começar com Christina se recusando a posar no tapete vermelho ao mesmo tempo que Kelly. Algum tempo depois, a emissora mostrou imagens de Christina arremessando dardos em um alvo com a foto de Kelly. Quando subiu ao palco para entregar um prêmio, Kelly tratou de dar o seu recado, inclusive chamando Christina de "vaca".
Isso deixou os produtores da festa bastante incomodados, e Kelly recebeu um bombardeio de críticas e reclamações - que diziam que sua atitude fora "infantil e desqualificada" - ao chegar aos bastidores. Dizem as más línguas que a bronca abalou tanto Kelly, que a cantora saiu do camarim aos prantos. Sua presença nos próximos eventos está bastante ameaçada também.
Para fechar a noite, Christina voltou ao palco e disse que Kelly "precisa aprender a ouvir de volta".
Botando mais lenha na fogueira, Kelly chamou a rival de "detestável", "infantil", "superficial" e "covarde"; e completou: "todo mundo que eu sei que tenha conhecido Christina, odeia ela".

Eu x Tédio

Briga antiga, muitas vezes sem solução. É o que me faz escrever uns posts toscos como esse.

Chupada



Holy Avenger, da Mile High Comics, de 1996 e Holy Avenger da Talismã, que começou a ser publicada no Brasil em 2000, se não me engano.
Algo cheira podre no reino da Dinamarca. Ainda tem gente que insiste em falar mal só do Del Debbio...

Presentes Presuntescos versão 2003

Estava relendo os arquivos do blogue em busca de uns artigos que escrevi sobre personagens homossexuais das histórias em quadrinhos, e acabei me deparando com minha lista de sugestões para presentes. Seguindo o slogan "o que é bom sempre volta" do canal de desenhos animados Boomerang, segue a lista deste ano:

Livros: Este ano foi quase que completamente dedicado ao meu namoro, e a leitura ficou um pouco de lado. Ainda estou para terminar O Legado dos Winshaw, além do terceiro livro de O Senhor dos Anéis (esse eu venho enrolando a uns dez anos, pelo menos, e pretendo ler antes do filme sair - resta-me pouquíssimo tempo). Os dois são sugestões ótimas, mas eu sugeriria o primeiro, pelo fato da franquia SdA estar meio demodê. Claro, o terceiro filme ainda não saiu, e já ouvi gente dizer que Peter Jackson conseguiu vencer o fenômeno popular criado por Guerra nas Estrelas. Mas tacar um desses livros nas mãos de um caso amoroso, parente ou amigo secreto demonstra uma gigantesca falta de originalidade. Sem falar que acende na sua testa aquele imenso neon: "nerd jogador de RPG". Dependendo da idade ou do Q.I. do presenteado, o novo livro da série Harry Potter produz um efeito melhor. Mas voltando ao Legado..., o livro é muito bom, e eu adoraria ganhar um presente tão agradável (ao invés de ter de afaná-lo, como aconteceu de fato). Resumindo bastante, a história trata de uma família nobre, cheia de milionários, políticos, socialites e picaretas em geral. Além de abordar um assunto bastante atual: o Iraque e seus conflitos. O livro é recheado de citações ao país e a seus governantes (principalmente o último, Saddham Hussein), além das relações dos mesmos com os Estados Unidos, e as diferentes opiniões dos Winshaw sobre eles. A facilidade com que os membros da família mudam sua postura e suas declarações é (talvez propositalmente) um belo exemplo da hipocrisia que levou os americanos a invadirem o Iraque.

CDs: Muita coisa boa saiu esse ano, muita coisa boa já havia saído antes mas ninguém havia notado. Muita coisa boa já existe há muito tempo, e pouquíssimas pessoas até hoje notaram. Eu pessoalmente venho acreditando, de tempos pra cá, que a menos que você descubra algum título realmente obscuro e desconhecido, mas que represente o seu desejo de dar um presente original; não vale a pena se esforçar para escolher um CD para presentear alguém. O mais válido é fixar uma listinha no quadro de avisos do seu emprego pedindo que cada um anote o que gostaria de ganhar.

to be continued

Era pra gente ter estudado alguma coisa ontem, na casa da vó do Averon. Minha antiga casa. Psicodélica a visita. Entrei pelo portão e fui reparando... "Essa mureta não parecia tão baixa quando eu morava aqui... De fato, a altura dessa passarela também não... Putz! Dá pra eu pular daqui de cima sem problemas... Ei! Essa porta não existia antes. E cadê os azulejos amarelos de que eu me lembrava?"
Fui entrando no apartamento e apontando tudo o que tinha mudado, lembrando como ficavam os móveis na época que eu morava lá. Abri a janela pra avaliar a churrasqueira, e o Averon viu a almofada que a Fran jogou no dia anterior lá embaixo.
- Droga, eu tinha esquecido dessa almofada! Tenho de ir buscar.
Mais um momento de nostalgia. Enquanto eu reparava na árvore que não existia mais, na reforma que fizeram na churrasqueira, lembrava da nossa vaga de garagem... Uma mulher, parada na porta da casa do zelador, me olhava curiosa.
- Tu não é o Felipe? Filho do Marco e da Beatriz?
Aquilo sim foi surreal. Hoje de manhã tem filminho marcado. Se ontem a gente marcou estudos e viu filme, quem sabe se hoje a gente marca filme a gente não acaba estudando? É bom já ir direto pros filmes mesmo, que à tarde, talvez, ficamos entediados e acabamos abrindo algum livro.

- O Varda vai ficar puto quando vir aquele lance no teu blogue... O dos casais.
- Vai nada! Ele vai é dar muita risada. Quem é capaz de ficar putinho é o Virus.
- É... Ele ficou.
- Sério?
- É... Veio falar comigo, "tu viu o blogue do Zunto?", como eu sabia onde ele queria chegar, respondi: "vi. O Varda vai ficar puto!"
(risadas)
- A vantagem do Virus é que ele fica puto com tudo mas também esquece logo. Daqui a uma semana encontro ele na rua e ele nem vai lembrar mais por que tá puto.
- Se tu encontrar ele hoje, ele já vai ter esquecido.

* * *

Algumas horas depois, Zunto, Virus e Averon tomam cerveja no Milton's

- Porra! Ostras do Pacífico? Por que não vendem ostras do Atlântico, que é aqui do lado?
...
- Me vê dois chopps catarina... E uma porção de ostras.
- Viva?
- É... A comum... Mas escuta, vocês não vendem ostras do Atlântico, não?

Vegetais muito agressivos apresenta:
Os melhores na categoria Casal Nerd Fofinho de 2003!

- Zunto e Minka
- Fábio e Carol
- Averon e Virusman
- Varda e seu ego




Angels é uma das músicas mais remixadas que eu já vi. A primeira remixagem até era compreensível, afinal o disco de estréia do Wax Poetic foi todo remixado para o seu lançamento nos estados unidos. As seguintes, provavelmente foram por pura diversão mesmo. O remix de Morgan Page é maravilhoso, ótimo pra dançar. Encontrei, mais de ano atrás, um outro remix no Kazaa, sem identificação, um pouco mais pesado e puxado para o industrial. Gostaria de encontrar essa versão de novo. Não que fosse uma maravilha musical, mas tinha o mérito de ser uma releitura no mínimo inusitada. Há também o remix feito pelo Max de Castro, que até hoje estou tentando ouvir. Aliás, ao que me consta, nem mesmo o Ilhan (autor da música) ouviu esta versão ainda. Pra matar a saudade da versão original, ouço neste momento Nublu Sessions, o novo CD do Wax Poetic, emprestado da minha avó, mas que com certeza vou roubar na primeira oportunidade.
Além de Angels e Tell Me, que dão aquela gostosa sensação na espinha quando Norah Jones começa a cantar, há outras participaçãoes como Marla Turner em Della e Love, Saul Williams em Time, N'Dea Davenport em Sea Grass e U-Roy em Flight in Dub.
Apesar do repeteco do primeiro cd (Dreamin e Angels), as diferenças deste novo trabalho são bastante perceptíveis. Mesmo pra um leigo em música como eu. Se antes podíamos identificar as influências eletrônicas de Wax Poetic, agora estas estão muito mais evidentes em algumas músicas (lembrando a estranha mistura de instrumentos de Love Trio, projeto paralelo do Ilhan), enquanto outras têm trechos inteiros de puro jazz. Repetindo que não entendo porcaria alguma de música, e ressaltando que minhas palavras não carregam a ousadia de se proporem a ser uma resenha/crítica. Apenas minha opinião pessoal e a sincera sugestão de que comprem o cd assim que ele sair por aqui :)


Faço minhas as palavras do Windblow. Muito tempo que não se vê testes neste blogue, mas realmente gostei desse.


Ancient
You come from an Ancient Civilization. Egypt,
China, Rome... a piece of all the greatest
civilizations of their time can be found in
you.


Where Did Your Soul Originate?
brought to you by Quizilla

Hora de falar um pouco da minha vida...

Última semana de aula foi divertida. Um ciclo repetitivo porém bastante agradável de diariamente dormir até tarde, ver muita televisão, ir ao colégio para fazer prova sem ter estudado porcaria nenhuma, e depois me dirigir ao boteco pra comemorar um dia a menos para a liberdade total.
No sábado imediatamente seguinte, era dia de vestibular. Demorou um pouco pra cair a ficha: "ih, vestibular é amanhã!"; mas deu pra encarar sem grandes problemas. Chegando no campus - eu, a patroa e minha cunhada - olhamos o mundaréu de gente e dissemos:

- Talvez fosse bom se a gente tivesse estudado um pouco...

Ninguém imaginava que fosse aparecer tanta gente. O índice para publicidade chegou perto de três candidatos por vaga. Nossa esperança era que todos ali tivessem ido com o mesmo pensamento, e que fôssemos concorrer com uns duzentos e setenta vagabundos que estudaram tanto quanto nós.
Graças a Deus estávamos certos. Tanto é que o Igor foi o primeiro em publicidade. Vamos ser "colegas", por assim dizer. Fiquei em sexto lugar. A Célia em décimo-segundo, e a Carla em trigésimo-primeiro. Acertei sete questões a menos que o Igor, e perdi dele por um ponto na redação. Achei que minha mãe fosse ficar relativamente feliz com a notícia, mas o que escutei foi:

- Se você tivesse estudado alguma coisa que o fosse, tinha tirado primeiro lugar!

É... Acontece. Agora é ver o que surge no vestibular pra UFSC. Averon disse:

- Pelo amor de Deus, Zunto. Se tu não passar, eu também não passo.

Engraçado ouvir isso de uma pessoa com uma bagagem cultural tão grande quanto a dele. Talvez nosso erro de cálculo esteja aí: um considera o outro mais inteligente do que realmente é. Ou não, diria o Jota.
Espero que o Averon esteja certo. Espero que eu passe. De qualquer maneira, após pagar quase quatrocentos mangos de matrícula na Estácio, não vou fazer UFSC mesmo que passe (tá certo, é de graça, etecetera... mas quatrocentos mangos é um investimento que não se joga fora). Se passar, melhor ainda. Será uma imensa massagem no ego, e uma perfeita oportunidade de esfregar na cara de certas pessoas: eu posso, viu?
Sei lá... Ando me sentindo muito bem desde ontem. Talvez não seja grande coisa. Faculdade particular, índice de inscritos bastante inferior, provavelmente ninguém estudou pra prova... Mas ainda assim eu me sinto bem. Quem sabe um dia eu abocanho um concurso público como o Windblow fez?
Pra quem levou quase nove anos pra completar o segundo grau, jamais fez um único cursinho, e a única experiência anterior em vestibulares foi na prova da UDESC ano passado, em que estava completamente bêbado... Sexto lugar é uma grande conquista :)

As mentiras que os coretores contam

"Você não vai encontrar melhor negócio!"
"É só trazer as suas coisas e morar!"
"Uma pinturinha e o apartamento tá perfeito!"
"Nessa área você não encontra nada com esse preço!"
"Eu moro a duas quadras daqui. Não troco este bairro por nada!"
"Nunca vi assalto nessa rua!"
"A vizinhança é maravilhosa!"
"Olha que vista magnífica!"
"A senhora pode lavar roupa enquanto olha pro mar."
"Já tá tudo encaminhado."
"Esse prédio é perfeito pra quem tem filho."


E as melhores de todas!

Categoria pinóquio: "No verão eles podam essa árvore, e a senhora vai ter toda a vista pro mar!"
Categoria lenda urbana: "Tem até sauna, só que nunca ninguém usou. Porque precisa no mínimo três moradores pra usar, e depois dessa tal de Aids, ninguém tem coragem..."

Há uma coisa interessante entre os maníacos por comicscans que não se encontra em nenhum outro "ramo" da pirataria online. É a cooperação. Quantas vezes eu já não baixei filmes com nomes trocados, ou demorei séculos para baixar determinada música rara porque fulano não queria atrasos na sua conexão? Impossível ter uma noção exata.
Este tipo de coisa quase não acontece quando se baixa comics. Claro que há excessões, existem verdadeiros filhos da puta. Mas mesmo entre o povo "Scarlet Ohara" que diz o tempo todo "jamais gastarei dinheiro com gibis novamente" você encontra uma cooperação quase surreal. O que importa é sempre conseguir títulos novos, raros, desde os clássicos impossíveis de se comprar até os últimos lançamentos. Não saiu aqui? Tá na rede! E a única solução pra isso é difundir ao máximo os programas, os links, liberar sua conexão e dividir com todo mundo o que você tem. Pois sabe que vai ter o retorno.
Foi desse jeito que eu completei, essa noite, a minha coleção de Books of Magic. Povinho do trails que deve ficar feliz com isso. A uns dois anos atrás, ou menos, eu joguei umas vinte e tantas edições no server do Lalo, mais umas seis edições de Hunter: Ages of Magic num blogue que eu tinha (muito antes do Rapadura, muito antes da ideologia furada). Agora, quem quiser ler o resto (incluindo as outras de Hunter)... Tô à disposição. :)

Mais putarias (e dessa vez as tarjas que se fodam - também)




Voltando a falar de scans... Outro dia pintou a notícia de um moleque vendendo scans em CD. "Pra ajudar no conserto do carro", foi a desculpa dele. Filhadaputice mesmo, vamos ser sinceros, pelo amor de Deus. Pelo menos alguém está ganhando dinheiro com essa história toda. A parte engraçada de verdade foi ver o povo do Rapadura dedurando: "Tá... ele pode mas a gente não? Pega ele também!".

E quando eu pensando que o mundo dos scans não tinha mais jeito...

Encontrei um gaúcho no #comicshop que baixa scans a tanto tempo quanto eu, nunca tinha ouvido falar do Rapadura, não fazia a menor idéia de quem diabos era o Oggh, e ainda me confundiu com um dos colunistas do Omelete.
Coisas assim fazem a gente rir bastante e desistir de abandonar a vida de pirata.

Aliás... Oggh, quando é que você vem pra floripa praquele choppinho?

Desta vez eu estava do lado errado da ponte. Quando vi que a luz não pretendia de forma alguma voltar tão cedo, liguei para a Célia e pedi que ela - também - não viesse. Não queria que ela enfrentasse as ruas escuras do centro florianopolitano - que, vocês sabem bem, já não é o mesmo desde que aquela ponte foi construída - por um capricho de querer me ver (capricho meu, na verdade, que sentia como se não a visse a semanas, tamanha a saudade). Aproveitei para exercitar o meu lado "central telefônica", acalmando as mães de amigos do meu irmão que ligavam incessantemente para cá, em variados estados de nervosismo, procurando informações sobre os rebentos perdidos. no fim das contas, a pivetada toda estava no continente, na casa de uma outra menina, e sequer sabiam do que acontecia neste lado do jurerê-mirim.

Tive de pensar rápido, organizar na minha cabeça os itens de sobrevivência que me faltavam, e decidi ir ao supermercado comprar muito pão, um pacote extra de velas e um maço de cigarros. Isso, mais um rádio a pilhas, com certeza me ajudariam a passar uma madrugada insomne e sem tevê a cabo ou internet. Na fila do supermercado ouvi uma frase que sintetisava todo o espírito da coisa:

- Mais uma noite de acampamento, hein!

Enquanto pagava o "kit apagão" versão nerd recluso, me pus a pensar no que poderia ter ocorrido. Provavelmente a ligação "90 dias em meras 48 horas" de tão engabelada e improvisada, havia se partido por culpa do vento. Um telefonema da Célia confirmou isso, mas o rádio me deu maiores detalhes: a ligação não havia sido feita pra suportar ventos mais fortes que cento e vinte quilômetros por hora. Penso eu que não havia sido feita pra suportar merda alguma. Dizer que técnicos super bem preparados levaram horas fazendo os cálculos é de se desconfiar ao sair de uma boca que disparava seus "nós se reunimos", "o comandante dos bombêro" e "os cabo seco" em plena coletiva à imprensa. Esta, aliás, foi a demonstração da ironia que vive o nosso governo. O governador gaguejava, repetia palavras, tropeçava nas palavras mais difíceis e acabava criando frases sem sentido algum. Um senhor representante de nossa companhia elétrica irritou-se com um jornalista já na segunda pergunta e pôs-se num escândalo, totalmente irritadiço. Voltando a falar do vento, um radialista disse, e muito bem dito:

- Eles moram em Floripa e nunca ouviram falar de vento sul?

E este desconhecido vento sul é o grande terrorista desta nossa noite sombria. Numa aitude maléfica, típica da odiosa mãe natureza, o demônio vento sul jogou um dos cabos improvisados contra um dos pilares da ponte Colombo Salles, fazendo assim um fio-terra, o que levou o sistema a desligar-se sozinho, por segurança. E o senhor representante gritava, no palácio da agronômica:

- Eu já disse que o cabo tá perfeito! A gente ligou por um minuto, e se funcionou um minuto, é porque o cabo é perfeito! Eu posso mandar ligar a hora que eu quiser! O cabo tá perfeito!

Quando o mesmo anunciou sua ordem de que religassem o cabo, por ter o vento fraquejado, penso eu que o fez para provar que podia.

- Ó! Não falei que tava perfeito? - ele diria, provavelmente, se lhe faltasse (mais) prudência.

A cerca de um mês atrás, por incrível coincidência - e para alguns parecerá história de pescador, mas como dizia meu tio-avô doido: é tudo verdade! - passávamos eu e um amigo, o Varda, por debaixo da ponte Colombo Salles, a caminho de não me lembro exatamente onde. Ao avistar o emaranhado de cabos e tubulações que se cruzavam por debaixo da ponte, ele fez um comentário:

- Isso, com certeza, é a maior cagada que já se fez nessa cidade!
- Por que?
- Porque toda a alimentação de energia da ilha passa por aqui. Se acontece alguma coisa, é blecaute total, não tem nem plano de emergência.
- Ih, então vou ter de mudar meus planos.
- Que planos?
- Eu planejava explodir a ponte pra criar uma nação independente, mas aí eu ia ficar sem internet...

E eis que lá estava eu, num início de tarde, ainda sentindo nos cantos dos dentes alguns restos de macarrão com salsichas e molho, me recuperando de uma ressaca de tequila; quando sem aviso tudo se desliga. Televisão, computador e todos os badulaques eletrônicos que a classe média moderna está tão acostumada a deixar ligados o dia inteiro, mesmo sem motivos.

- Apagão! - disse Luís André, o proprietário da casa.
- Tem isso por aqui? - interpelei quase que imediatamente, sem saber se ironizava com a precariedade do edifício ou se defendia a minha cidade, onde "esas coisas não acontecem".

Foi a desculpa para que eu, Luís André e Dagoberto nos despedíssemos e cada um tomasse o seu rumo. Luís e Dagoberto para a trindade, e eu para o continente.
Passando pelo centor da cidade, percebi alguns burburinhos, alguns comentários, o clássico "algo no ar" que não se sabe definir a origem ou muito menos se dá atenção ao significado. O primeiro momento em que deixei-me ouvir a voz do ambiente foi ao atravessar a rua:

- Ah, é mesmo... Não tem luz! - disse uma senhora para a filha. Só então dei-me conta que o centro todo estava sem energia. Nada que não retornasse ao seu normal em alguns minutos. Provavelmente um funcionário tentando mostrar serviço havia rompido um cabo ou dois, pensei.

A situação completa, na verdade, só foi alcançar o meu distraído cérebro por volta das cinco da tarde. Meu sogro falara ao telefone algo sobre um carro pegando fogo e asfalto derretido. Ninguém entendeu nada e coube à televisão dar-nos maiores detalhes. Depois do fato esclarecido, um espetáculo à parte: da sacada da minha namorada, Célia (creio que todos que por aqui passam a conhecem) víamos tudo, incluindo a hilário ponte Hercílio Luz acesa pela metade. Pedi à minha mãe que trancasse todas as portas e janelas, e que proibisse meu irmão de sair à rua após o anoitecer. Apesar de tantas precauções tomadas, não houveram maiores tragédias no que se refere à segurança pública (nada além dos assassinatos e roubos já tão comuns, melhor dizer). Meu sogro, cheio de ciúmes desde que cheguei naquela casa, alfinetava os meus conterrâneos:

- Tinha de ser coisa de catarinense.

Lá pela enésima e tanta provocação do velho (que, em minha opinião, não tem porquê de ser muitas vezes insuportável, somente por estar na casa dos setenta), ignorei completamente a prudência e a boa educação, e pus-me a defender os meus, curta e grossamente:

- Graças a Deus que essas coisas só acontecem com esses "catarinenses de merda". Se fosse com aqueles cariocas, daqui ia dar pra ver os incêndios, saques e arrastões.

Minha nossa. Pessoal adora se estressar, e acaba metendo os pés pelas mãos. Escanear quadrinhos é ilegal? Não. Divulgá-los sem autorização dos autores/detentores dos direitos é ilegal? Sim. "Oh, meu Deus! Então podemos ir parar na cadeia!". Não. A não ser que você seja muito estúpido. Não deu certo? Flagraram você com a mão na massa? Ou você abaixa a cabeça e pára com a pirataria ou arruma um novo pseudônimo, um novo servidor, e vai jogar seus scans em outra página. As páginas de scans vão e vêm, e faz três anos que eu continuo baixando minhas piratarias - sejam elas mp3, livros em pdf, quadrinhos ou filmes - de um jeito ou de outro. Cuidado ao usar a internet! A RIAA ou o Oggh podem vir atrás de você.
Engraçado é lembrar como eu conheci o Oggh, em São Paulo, distribuindo cartõezinhos de seu site de RPG. O Oggh, assim como eu e uns duzentos fulanos que eu conheço, faz parte da malfadada "geração xerox", que fotocopiava livros de RPG a torto e a direito, fosse pelo preço dos livros, fosse pela escassez de títulos publicados aqui, fosse pelo que fosse.
Fato é que todo mundo que eu conheço pirateia algo. Negar este ato é de uma hipocrisia imensurável. É como os fansubbers dizerem que estão vendendo fitas para difundir o anime no Brasil e criar interesse nos produtores daqui. É pirataria, sem tirar nem pôr. Eles estão vendendo material estrangeiro sem pagar direitos autorais. Difundir o anime my ass! Essa ano fiquei sabendo de Animatrix rolando no CIC uma semana depois do dvd chegar às locadoras. É pirataria simples e pura, tenham a dignidade de admitir isso.
Admitam isso, e eu admito que continuo baixando.

Quando saiu em vídeo "Seven - Os Sete Pecados Capitais", lembro de ter lido (não sei se numa crítica ou na própria capa da fita) uma frase que falava da inveja de vários cineastas por nunca terem pensado numa idéia tão simples e tão boa. Longe de fazer minhas estas palavras, sou levado a concordar, no entanto, que é um filme muito bom e - até que se prove o contrário - bastante original.
O mesmo não pode-se dizer sobre a trilogia Matrix - cuja terceira e última parte estréia nos cinemas dentro de poucos dias - pelo menos no que diz respeito à originalidade. Claro, o primeiro filme marcou época, fez milhares de pessoas dividirem suas opiniões entre "pop" e "cult", muitas sem compreenderem as obras e eventos que levaram à utilização destes conceitos até hoje. O segundo filme criou aquela expectativa, "o que eles vão inventar agora?", e nos fazia (ou me fez, pelo menos) babar a cada nova cena divulgada na mídia. Pena não ter correspondido à expectativa. O excesso de utilização do "dublê digital" é algo que acaba com muito da graça do primeiro filme. O clima messiânico e filosófico pode colaborar para a profundidade e conteúdo, a solidificação e justificativa de uma trama; porém fez muitos conhecidos meus saírem do cinema com mais dúvidas que respostas. E eu conheço pouquíssimas pessoas que conseguem gostar de um filme que sequer entenderam. Claro, há possibilidades ainda piores que não entender o filme. Há os que entendem, à sua maneira, se embrenham em vagarosas discussões com outros amigos (que também acham que entenderam) e daí surgem teorias bizarras como a "matrix inside the matrix" e suas definições "green" e "blue". Cito estes exemplos, pois faço parte deste seleto grupo de pessoas que acreditam piamente que entenderam a loucura toda, e estão arriscados a darem de cara no muro com o lançamento do terceiro filme.
Anyway, eu falava da criatividade de Matrix. A premissa do filme me obrigou a ver cenas lastimáveis de adolescentes perguntando "como você sabe que o rosa que eu vejo é o mesmo rosa que você vê" ou falando de suicídio, "já que o mundo não é real, mesmo". Causa este furor e toda esta ladainha graças à mídia em que foi transmitida. A premissa, porém, é mais velha que o tempo em que minha avó trepava.
Pra começar, vamos falar de Lewis Carrol. Matrix credita muito de sua trama a Aline no país das Maravilhas com seus "siga o coelho branco" e "vamos ver quão funda é a toca do coelho". Vi muito gente falando de boca cheia sobre Alice... depois de assistir ao filme, como se fossem grandes experts no assunto. Mas poucos são os que falam de Aline no país dos espelhos onde está a grande inspiração de Matrix. Tweedledee e Tweedledum perguntam a Alice se ela sabe o que o Rei Vermelho está sonhando, e ela diz que não. É então que lhe dizem que o Rei está sonhando com ela própria, e que tudo aquilo é parte do sonho dele. "Nunca tente acordá-lo ou você irá sumir", eles dizem.
Na década de sessenta, os editores de quadrinhos tiveram a idéia de juntar Jay Garrick e Barry Alllen (respectivamente o primeiro - publicado no Brasil como "Joel Ciclone" - e o segundo Flash) numa mesma história. O grande problema: quando o segundo foi lançado, os editores haviam dito aos leitores que Jay Garrick era um mero personagem de quadrinhos, tanto no mundo real quanto no mundo de Barry Allen. Para justificar o encontro, foi dito que Gardner Fox - escritor do Flash - quando dormia vibrava numa frequência igual à da realidade de Jay Garrick, por isso dizia que as histórias lhe vinham em sonhos. Isso explicava inclusive por que a revista do Flash havia sido cancelada no fim da década de quarenta - Jay Garrick havia se aposentado, e por isso Fox não mais "sonhava" com o herói.
Já que estamos falando de quadrinhos, vamos mais à frente, com Alan Moore. Moore havia dito em uma entrevista no início da década de oitenta, como tinha vontade de atualizar um antigo personagem britânico, Marvel Man (cópia do Capitão Marvel, criada quando este teve suas histórias interrompidas). Dito e feito, coube a ele dar toda uma nova roupagem ao herói, esquecer o seu passado de vilões engraçadinhos e parceiros pré-púberes com frases decoradas. Na reformulação feita por Moore, Marvel Man (Jack Marvel, quando publicado pela primeira vez no Brasil, e Miracleman, na nova versão - tanto aqui quanto nos EUA) fazia parte de um projeto secreto do governo britânico, que visava unir super-seres criados artificialmente, a humanos controlados pelo estado. Isso era possível enviando estes seres para um micro-universo paralelo, e ligando-os psiquicamente aos humanos-cobaias. Um gatilho mental (uma palavra mágica como "shazam", ou no caso de Marvel Man, "kimota") permitia os alter-egos trocarem de lugar temporarimanete, transferindo-os de uma realidade para a outra. Para maior controle sobre estes "super-soldados", a alternativa encontrada foi criá-los dentro de uma realidade virtual, onde se viam no papel de super-heróis.
uma década depois, a DC lançou seu selo de quadrinhos adultos, com séries como Hellblazer e Livros da Magia. Numa mini-série cujo título não consigo lembrar, contava-se de uma Inglaterra opressiva, onde haviam olhos e ouvidos da Rainha por todos os lados, e tanto a Rainha quanto a própria realidade não passavam de uma simulação criada por uma máquina fantástica (e quase mítica), chamada computador.
O próprio Morpheus pode ser uma clara referência aos quadrinhos (fonte da qual os irmãos Larry e Andy Wachowski nunca negaram beber) de Sandman, que personifica todo o universo dos sonhos.
Neo, por si só, é o arquétipo do super-herói. Começando por seu nome (ou "nickname", codinome, whatever), um anagrama de "one", um, ou "the one", o escolhido, etecetera. Um homem comum, escolhido entre tantos outros para se tornar um campeão e lutar por um mundo melhor. Todos os acessórios estão lá: máscara (óculos escuros), capa (sobretudo), habilidades sobre-humanas e uma missão digna.

Ouviu-se o tilintar de moedas, poucos segundos antes que três homenzarrões, já com os rostos avermelhados de tanto beber, se jogassem ao chão para disputar os pedaços de metal.

- Peguei! - gritou um deles, o maior de todos, um moreno de camisa regata, exibindo quase com orgulho um amontoado de gordura para fora das calças - a tão conhecida barriga de cerveja. Mal pôde exibir o troféu, no entanto, pois logo sentiu uma mão empurrá-lo novamente de encontro ao chão.

Desta vez, o vencedor era um tanto magro, mas tão alcoolizado quanto todos os outros. Talvez num lapso de sobriedade, colocou o espólio no bolso da calça surrada, antes que algum valentão tomasse uma atitude igual à sua.

- Do jeito que as coisas andam... Caiu na rede, foda-se se é peixe ou camarão, o que importa é que é meu. - disse o magricela, com um sorriso bastante provocador.

Na mesa mais próxima, Adelso, tão inchado que parecia prestes a explodir, ria da contenda e esnobava a quem pudesse ouví-lo:

- Eu xô rico! Num prixiso bigá pur migálhax. É só puxá a cart... cart... a carteira... e mandá trajê maix uma.

- Só me ixprica uma cousa... - interpelou nesse instante Olimar, seu vizinho e eterno parceiro de copo - Si tu táx cum esssha bola toda... Pusquê tu trampa di pedrêro?

- Ah, issssho é fácil di ixpricá! É pá num prexisá di acadimia! Esssssis marmanjão aí torram uma dinherama malhando, e eu fico im forma só carregando xiiii-mento.

A gargalhada foi geral. Por mais bêbados e amigos que fossem, todos sabiam que Adelso bebia não porque podia, mas porque precisava. Querendo dar o golpe do baú, casara-se com uma mulher muito mais velha, e também muito mais insuportável. As doenças venéreas que passou a ela durante esses anos todos eram uma boa vingança, mas não boa o suficiente para justificar o tempo que vinha suportando a "velha", como a chamava (quando esta não estava por perto, claro). Cristina, filha dos dois, poderia ser um motivo para permanecerem juntos, mas Adelso previa que a mesma facilidade com que abandonou a filha de seu primeiro casamento (hoje com quinze anos) se aplicava no caso de Cristina.

No momento em que repetia a listagem de seus imóveis para inveja dos colegas, sua sogra (que podia ser tão velha quanto a filha, só não era boba) assinava os últimos papéis que passavam todos os seus bens (que seriam herdados pela "velha") para o nome da neta. Mesmo a casa onde os três moravam, não poderia ser vendida antes que Cristina completasse dezoito anos, o que demoraria no mínimo uma década.

Uma década para Adelso pôr as mãos na fortuna que sonhava ter. Com diabetes, hipertensão, os mais diversos problemas cardíacos e cada vez mais roxo de tanto beber, Adelso não aguentaria a espera dos primeiros dois anos.

As coisas aconteceram numa sequência estranha... Célia conseguiu folga no sábado, e veio feliz me avisar que íamos poder sair na sexta-feira à noite. No início da minha primeira aula, Karine estava tão bêbada que quase me agarrou no meio da sala. Completando o ciclo de bizarrices, o "punheteiro" voltou a aparecer. Já na semana anterior o mesmo cara, com seus quarenta e tantos anos, tênis e samba-canção, havia sentado em frente ao colégio pra, digamos assim, "aliviar as tensões". Pedi pra chamarem a Ariana, pra ver se ela reconhecia o cara (apesar que eu já sabia que era exatamente o mesmo) e acho que ele viu quando acenei pra ela e bati uma punheta no ar tentando fazê-la entender a que eu me referia. Ele se levantou envergonhado, levou a bicicleta até o ponto chic e lá sentou de novo, pra continuar o "ritual". Bom... Se ele aparecer mais uma vez, corro até a praça e chamo o primeiro policial que eu avistar. Sabe-se lá o que ele vai querer aprontar quando se cansar de ficar só na auto-bolinação. Vai que ele resolve de querer fazer algo com as meninas... Esse tipo de gente me dá nojo e medo ao mesmo tempo.
Retomando a narrativa anterior: cheguei em casa e a Célia estava no décimo-quinto sono. Ela só iria acordar por completo às duas da tarde de sábado, pedindo mil desculpas, sem acreditar quando eu dizia que estava tudo bem. Disse que ia me compensar com uma tarde a dois. O grande problema, no entanto, é que eu já tinha planos para o sábado. Às três horas eu me reuniria com o Giuliano e o Gê Nascimento, pra falarmos sobre a Cooperativa e outros projetos quadrinísticos. Acabei chegando atrasado, quase às cinco, e por isso demorei por lá mais ainda, voltando para casa quase às oito, e destruindo as chances de alguma atividade com a Célia. Ela, aliás, só faltava soltar fumaça das orelhas, para melhor ilustrar a raiva que sentia quando cheguei. Acabei tendo de engolir meu orgulho e, para compensá-la, fui dormir com ela na casa dos meus sogros. Porém, não saí do quarto, não falei com ninguém e só comi alguma coisa por insistência (grosseira, quase) da Célia. como diz a minha mãe, não nego ser filho de quem sou.
Voltei para casa no domingo. Minha mãe lia "Que as armas não falem", e era só elogios ao livro. Depois de alguns minutos, finalmente caí em mim e perguntei:

- Ei! esse não é o livro do pai do Averon?
- É. Ele mesmo.
- Hmmm... Depois deixa eu ler?
- Claro. Aliás, estou pensando em entrevistá-lo pra minha pesquisa. Se é que ele vai me conceder a entrevista, claro...
- Ah... Sem problemas, acho que o pai dele gosta de mim... Ele até lê o meu blogue de vez em quando! Depois eu falo com o Averon.

Pouco depois disso, minha avó ligou. Dizia que o Ilhan pretende viajar, e por isso a Fernanda (que não quer ficar sozinha com a filha) estava enviando duas passagens de ida e volta, para a minha avó e um acompanhante. A princípio, iria a Lúcia, pois é importante que vá alguém que fale inglês, para minha avó não ficar perdida por lá. Mas como a Lúcia não pode se ausentar esse tempo todo do Tribunal, minha avó fez questão de convidar minha mãe, ou algum dos filhos dela (queria oferecer a oprtunidade a alguém que nunca havia ido para lá - e não é segredo que nós aqui em casa somos os únicos da família sem dinheiro para bancar uma viagem dessas). Infelizmente minha mãe tem compromissos com os alunos da catequese e seu projeto de doutorado. Eu e meu irmão temos aula, sem falar que eu estou com o tempo cada vez mais escasso para me preparar para o vestibular. Duas semanas em Nova Iorque me fariam "gozar colorido", como diz o Averon, mas não vai dar mesmo. Sem falar que dificilmente eu conseguiria ajeitar a documentação (passaporte, visto, etc) a tempo, já que a viagem é logo na semana que vem.
Estávamos ainda rindo, eu e meu irmão (que batia o pé acreditando que podia mesmo perder duas semanas de aula - apesar de já estar quase com o ano letivo perdido) quando a Célia ligou. Estava no Hospital Universitário, com uma forte enxaqueca, e pediu que eu fosse para a casa dela. Já desde manhã ela não passava bem. Havia vomitado muito durante o trabalho. Insisti que ela pedisse um atestado ao médico, pois se não estivesse melhor no dia anterior, dane-se o tempo em que ela está no emprego, ela não iria e pronto. E não foi. Graças a Deus hoje ela parece um tanto melhor, e pretendo voltar para lá depois da aula. O clima naquela casa parece estar melhorando um pouco, depois da terrível notícia (no domingo, pouco antes do almoço) de que o irmão do meu sogro havia falecido. A ironia da Célia volta aos poucos, assim como os resmungos do meu sogro, o que significa que em alguns dias ambos já estarão ótimos novamente. De qualquer forma, espero que ela não tenha de perder outro dia de trabalho.

Putarias!


Passei da vetorização pra colorização. Tô começando, bem mal das pernas (como deu pra ver no desenho de Raio Negro e Velta, do Marco), mas aos poucos eu pego o jeito. Vai demorar muito até que eu me sinta seguro, por exemplo, pra colorir uma página de HQ. Enquanto isso, venho treinando com umas ilustrações eróticas do Watson Portela. Como isso é um blogue de família (hahahahah, ai... huhuuhu... a quem eu tô querendo enganar?), dei uma "censurada" nas imagens. Assim, só vê as putarias mesmo quem quer :) e assim ninguém se ofende (se bem que eu acho pura milonga essa gente que diz que se ofende com sexo. Putaria é bom e todo mundo gosta. Até Deus - que vive fodendo a gente).








Segunda-feira pela manhã, minha mãe acordou com o técnico da TVA batendo à porta.

- Olá. Eu vim pra desconectar a sua tevê a cabo.
- Peraí! Mas venceu dia dez. Eu tenho trinta dias pra pagar, com os juros.
- Nós mudamos as regras. Agora nós damos um prazo máximo de dez dias para o cliente.
- Ah, é? Tá bom. Pode desligar.

Uma ligação para a NET revelou uma promoção especial com o pacote advanced (com os seis telecines) sem taxa de adesão, um ponto extra grátis e mensalidade mais barata que a TVA. No dia seguinte acordei com os técnicos arrastando cabos de um lado para o outro.
Claro que Murphy impera, e alguma coisa tinha de dar errado. Foi só ligar o meu conversor, esperar uns quinze minutos e perceber a merda. A televisão dava estalos, distorcia a imagem, e o som sumia. Eu desligava o conversor, ligava de novo, e em cinco minutos (às vezes bem menos) acontecia o mesmo. Minha mãe ligou para a central e lhe disseram que tinham de esperar que os técnicos retornassem, pra então enviar um "reforço de sinal" para o ponto.
Por volta de umas nove horas, Célia ligou para lá, e a atendente informou que a ligação custaria um real. Mixaria, sem problemas, apenas estranhamos por se tratar de um número 0 800. Por cinco minutos, tudo pareceu bem. Cerca de uma hora depois, eu mesmo liguei de volta. Novamente, um real pela ligação. Dessa vez, porém, a atendente me informou que ia fazer uma bateria de testes que custaria CINCO reais, mas só seria cobrada se fosse bem-sucedida. Achei um absurdo, claro, mas concordei: mesmo que funcionasse, era só dizer que não havia acontecido nada. De qualquer modo, não funcionou, e a atendente agendou uma visita para quinta-feira de manhã, que custaria TRINTA E UM reais. Recusei, e mandei cancelar. A atendente me pediu para esperar e me informou que havia consultado sua supervisora sobre a suspensão desta cobrança, mas que era impossível por constar no meu plano de assinatura. Perdi um pouco o controle, mandei cancelar tudo e esquecer, que no dia seguinte eu ligaria para falar com qualquer supervisor que fosse, e se não resolvesse, iria ao procon. Novamente ela me pediu para esperar. No quinto minuto de espera, desliguei o telefone, irritado.
Mais alguns minutos se passaram e o telefone tocou novamente. Era a mesma atendente, simpatissíssima, confirmando a visita de quinta-feira, sem taxa alguma a ser cobrada.
Admito: se fosse a TVA, no mínimo eu esperaria umas duas semanas (como já aconteceu). Ainda assim, os fornecedores de tevê a cabo, ao que parece, são um grande bando de filhos da puta, sem excessão.





Inestimável, grande amigo de Baixa Estatura, apaixonara-se por A Que Faz Os Outros Felizes desde muito cedo. Via-a sempre na casa de Baixa Estatura, de quem era prima. Após anos sem que ela sequer notasse sua existência, finalmente Inestimável conquistou o coração de Aquela Que Faz Os Outros Felizes. Ativa Trabalhadora, mãe de Inestimável, não aprovou a união, assim como as irmãs de Inestimável, Senhora Graciosa e Garoa do Céu.
Marcou-se o dia do casamento. Inestimável trajava uma manta rosada, que combinava com os delicados detalhes do vestido de A Que Faz Os Outros Felizes. Lobo do Conselho, o orgulhoso pai de Inestimável, foi impedido pela esposa e filhas de comparecer à cerimônia. Sentado à cama, em sua noite de núpcias, Inestimável chorou baixinho, escondido, pela falta que Lobo do Conselho lhe fez. Alguns meses depois, Lobo do Conselho, que já estava doente à época do casamento, veio a falecer, sem conhecer nenhum dos netos que Inestimável lhe daria.
Estes netos, aliás, cresceram fortes e determinados. Ativa Trabalhadora havia dito entre as famílias tradicionais que A Que Faz Os Outros Felizes havia apressado a união por já carregar no ventre uma criança de Inestimável. Para descrença de sua história, Alegria, a primeira de três, só veio a nascer três anos depois, seguida por O Que Gosta de Cavalos, após mais um par de anos. O último, Príncipe Poderoso, veio oito anos à frente, quando A Que Faz Os Outros Felizes já imaginava não poder mais dar um novo filho a Inestimável.
Alegria cresceu para se tornar uma mulher bonita e inteligente, de língua ferina e pouco moderada. Uniu-se com Amado, e com ele mudou-se para além das montanhas. O Que Gosta de Cavalos teve uma vida libertina até conhecer Montanha de Roma - que carregava em si a força de seu nome, mas ao contrário dele, era de aparência frágil e graciosa. Filha de Luz e O Rio Que Corre o Mel, Montanha de Roma era a terceira de cinco. Antes dela vinham Querida de Deus e A Bela, e depois, seguiam Fazendeira e Riacho Que Corre O Mel.
A Que Faz Os Outros Felizes, viúva de Inestimável a oito anos no dia em que O Que Gosta de Cavalos conheceu Montanha de Roma, aos poucos viu os filhos irem embora, seguirem seu próprio caminho pelo mundo, como ela mesma havia feito anos antes, quando abandonara seus pais Presente Dos Deuses e Bom Conselheiro. Vendo o único que lhe restara, Príncipe Poderoso, crescer mais rebelde e independente que todos os outros, sentou-se à beira da cama e suspirou, prevendo o dia em que ficaria sozinha. Naquele momento, sentiu imensa saudade de Inestimável.

Um encontro interessante...




Talvez, em alguns meses, numa comic shop perto de você.
(desenho de Marco Santiago, cores por este que vos escreve)

Blogue abandonado por uns tempos. Motivo: eu queria esfriar a cabeça, pra não ser injusto com ninguém. Resultado: falho.
A situação que surgiu é das mais chatas. Achei que tivesse criado um posição onde a família da Célia pudesse falar abertamente comigo sobre qualquer coisa. Estava enganado. Ou talvez comprove-se a teoria de que eles precisam sempre de uma desculpa nova pra incomodar. O fato é que depois de quase dez meses namorando com a Célia, dez meses em que ela praticamente não saiu daqui de casa, por insistência minha; em que quem paga os remédios dela sou eu; em que quem compra roupas pra ela sou eu; em que quem prepara a comida dela sou eu; em que quando ela precisa de uma calça para procurar emprego, quem tem de ir com ela comprar sou eu; depois desses meses todos, resolveram me tirar pra vagabundo e soltar a absurda milonga de que estão me sustentando.
Claro! Eu almoço lá duas vezes por semana, se tanto, e assisto tevê enquanto espero a Célia voltar. Vejam só o prejuízo que eu causo. Se não fosse por estes dois pratos de comida semanais eles já estariam de carro novo e com a casa terminada. Óbvio, só não percebe quem não quer.
Claro que há os pequenos detalhes, como o pai dela comprar um celular de oitocentos reais para ele, um celular de setecentos reais para a esposa, e andar de um lado para o outro reclamando como todos naquela família estão miseráveis e falidos. Como a irmã dela ter trabalhado uma única vez na via (a carreira de modelo, em que ela trabalhava por convites de festa, eu nem considero aqui), por uma mixaria, e ainda assim ter sempre uma roupa nova, enquanto que o irmão mais novo das duas anda pela casa feito um mendigo - com as calças acima das canelas e as camisas mal cobrindo a barriga. Detalhes, como eu disse, sem importância alguma. Como o fato do cartão do banco passar mais tempo na bolsa da irmã da Célia que nas mãos da proprietária dele - a mãe dela. E ainda assim se aceitar o desparate da irmã dela dizer que tudo o que tem comprou com o próprio dinheiro. Cegueira ou estupidez? Nem um nem outro. Detalhes, como eu disse, sem importância.
Fico pensando no namorado horrível que sou, e como eles têm razão de achar que não sou a pessoa certa para a Célia. Afinal, faço questão de ver a Célia todos os dias, beijá-la o tempo todo, repetir incansavelmente o quanto a amo; enquanto Renato, o genro perfeito, faz planos pra se mudar para os Estados Unidos e trabalhar como pedreiro (e só a namorada dele ainda não quis aceitar que ele não pretende voltar). Minha mãe vive de pensão, ó coitada, enquanto a família do Eduardo (não preciso entrar em de talhes sobre quem é o entojo) vivia sentada na grana. Minha mãe criou os filhos errado, disse a minha sogra. Tão errado que este filho que aqui escreve sempre fez questão de aproximar as duas famílias, de fazer com que se conhecessem, conversassem. Enquanto que a família do dito entojo os investigava na polícia militar e desejava que o filho arrumasse uma namorada de uma família "melhor".
Desculpem-me o desabafo cheio de rancor, mas fato é, se nesses dias todos eu não consegui tirar isso da cabeça, é porque o que aconteceu foi mais sério do que os envolvidos admitiriam. Estou cansado de receber ligações da Célia chorando por culpa da família dela. Estou cansado de ter de engolir os desaforos do pai dela com a desculpa de que ele está cada vez mais velho. Me irrito cada vez mais com a postura arrogante da mãe dela, que jamais admitirá que é menos perfeita que todas as outras pessoas.
Meu sogro, aliás, logo que me conheceu, me disse: "não precisa gostar de mim, só tem que cuidar direito da minha filha". Ouvir aquilo me fez tamanho bem - saber o quanto aquela família se preocupava com a minha namorada - que me criou um desejo gigantesco de provar que eu podia não só tratá-la melhor que qualquer outro já havia feito, mas também tratar muito bem a família dela, e conquistar o afeto de todos. E eu consegui. Ir para a casa da Célia muitas vezes valia a pena só pela companhia dela, mas a presença de sua família sempre foi um bônus agradável. Conversar de política e religião com a mãe dela (fui o primeiro a conseguir conversar essas coisas com ela e, principalmente, a gostar), jogar videogame e assistir anime com o irmão dela, cozinhar e falar mal da vida alheia com a irmã dela, quase matar a tia dela de cócegas, e sempre ter uma nova provocação na ponta da língua para competir com o pai dela.
Apesar de todo esse carinho, hoje não me preocupo em dizer que não pretendo voltar a pisar naquela casa. Ao menos não tão cedo. Minha mensagem é pura e simplesmente: não tenho obrigação de gostar deles, faço-o porque quero. Mas posso repensar a idéia. Tampouco me importo com o que pensam de mim, aliás, não dou a mínima pro que pensam de mim. A opinião deles não tem importância alguma, a única opinião válida é a da Célia. E ela, eu sei o quanto gosta de mim, do jeito que sou. Ela e o Júnior, meu jovem cunhado. Me dói o coração pensar em como vem sendo tratado naquela casa.
Eu sempre fiz o possível pra me manter imparcial nestes assuntos. Os problemas da Célia com a família dela são só dela própria. A minha função, não só como namorado mas como grande amigo (que insisto em ser) é a de segurar o rojão desse lado, oferecer um ombro para o choro, e propiciar momentos onde ela possa sorrir e esquecer das mágoas que lhe infligiram. Tomar partido é um erro costumeiro que só traz maiores complicações. A família é uma cruz que cada um carrega sozinho. Mas a atitude da família dela, desta última vez, foi de uma hipocrisia tamanha, que eu não pude ignorar. Principalmente porque foram feitas acusações a mim e à minha mãe, pelas nossas costas, quando não faltaram oportunidades que me dissessem cara a cara o que realmente pensavam de mim.
É uma pena, realmente. O bônus se tornou um incômodo.

De vez em quando minha mãe resolve mandar o bom senso às favas e diz: "Quer saber? Nós temos crédito! Então vamos comprar tudo que a gente paga depois!"
Hoje foi um dia desses. Saiu de casa de manhã e voltou cheia de panelas, pratos, copos, xícaras, uma cafeteira, uma sanduicheira, um ferro de passar novo... E mais sacolas e sacolas.
No início da semana eu havia sugerido de ir com ela nas Americanas pra comprarmos alguns jogos de tabuleiro. Presente de dia das crianças para a família toda. O tipo de coisa que salva a vida da gente quando não se tem muitas opções numa sexta-feira à noite e amigos não faltam a nos ligar. Ou simplesmente a consumação desta minha nova obsessão por jogos de tabuleiro. Que seja. Decidimos ir logo depois do almoço e comprar uns dois ou três jogos. Pra quê?
No total, juntando as compras matutinas e vespertinas, foram dezessete CD's (a maioria por R$9,90). Além dos jogos Scotland Yard e Can Can, o meu tão desejado conjunto para fondue, e uma assinatura da Super Interessante.

- Fazendo a assinatura, você só vai pagar cinco vezes de dezessete reais, que é o custo reduzido de assinatura, que inclui embalagem e postagem. Além disso, você vai estar me dando três pontos. Quando eu completar trezentos pontos, a Abril paga a mensalidade da minha faculdade, que tá atrasada. - disse o cabeludinho disléxico que ofereceu a assinatura e nos encheu de revistas como brinde.

- Faltou só uma playboy aqui no meio. - eu disse para minha mãe, ao sairmos da loja.

Como já era de se esperar, o limite da Facillita estourou, e tivemos de pagar com cheque para quarenta e cinco dias. Pra piorar as coisas, foi preciso cancelar toda a compra (só a da tarde, pelo menos isso) e passar os produtos um por um outra vez. Na hora de fechar, a conta deu cinco reais mais barata. Remexemos nas sacolas, procurando algo que pudesse ter sido esquecido, mas desistimos. Na saída da loja lembrei dos dois picolés que chupamos enquanto a moça passava tudo pelo caixa, e que obviamente não existiam mais na segunda vez. :P

É engraçado pensar que quase todas as revistas que ganhamos me servirá de alguma coisa. Claudia, por exemplo, vai voando para as mãos da patroa. Sem falar que estas revistas femininas são bastante necessárias para quem pretende fazer Moda na UDESC (como eu e a Célia). A mesma finalidade terá a Caras, que vem com um encarte sobre SP Fashion Week. Quatro Rodas vem a calhar, já que estamos cogitando adquirir um carro fim do ano. Super Interessante tem uma matéria sobre Abraão que eu comecei a ler na casa da Célia e nunca terminei. Enfim... Leitura semanal garantida.

Vamos aos jogos. Hoje foi o meu dia. Abrimos a caixa de Can Can e foi uma lavada. Seis a zero e ainda assim meu irmão insistia. Chegou a demorar meia hora embaralhando o maço de cartas, para garantir que eu não ganhasse outra vez. Mas nem adiantou...

A grande "nêga" foi com Jogo da Vida, versão "improváized". Só restam três carrinhos e nenhum pino. No lugar da roleta, faz muitos anos que usamos um dado de dez faces. Baixei as regras na internet (perdi-as sei lá quando) ontem e imprimi alguns cartõezinhos que auxiliam na substituição dos pinos. Deu pra jogar bem. Meu irmão nem quis terminar o jogo. Paramos na metade umas três vezes, e ele estava sempre devendo ao banco mais do que seria possível recuperar.

Dos dezessete CD's comprados, catorze são da minha mãe. Metade deles eu vou acabar roubando para mim, de qualquer jeito. Além deste, comprei um aleatório do Alice in Chains para o meu irmão, e aleatórios de Frank Sinatra e Edson Cordeiro (um de cada, claro) para mim. Se bem que Edson Cordeiro é mais para a Célia (assim como vou roubar os da minha mãe, sei que a Célia vai roubar este de mim. Isto se não roubar os dois).

Natal vai ser a pão e água, pelo jeito...

Quando surgiram as primeiras imagens de Star Wars: Episódio I, fãs do mundo todo tremeram na poltrona com a frase "Toda saga tem um começo". Curto, grosso, e maravilhoso!
Quando a Marvel anunciou Origem (que conta a juventude do herói Wolverine à la Jardim Secreto), a frase "Todo herói tem uma origem" já não surtiu o mesmo efeito, mas as imagens de divulgação ajudavam a criar uma ansiedade.
Agora surge Matrix Revolutions, em seus primeiros pôsters, trailers, etecetera... E a frase: "Tudo que tem um começo tem um fim". Chinfrim. Batido. Sem graça.
Cadê a criatividade dessa galera?

Em De Volta para o Futuro, Marty McFly diz a Doc Brown que o presidente em sua época é Ronald Reagan. O cientista pergunta: "O Ator?"

Em O Demolidor (Demolition Man, não confundir com Daredevil), o personagem de Stalonne se surpreende da mesma forma, quando a personagem de Sandra Bullock lhe fala da "Biblioteca Schwarzenegger", e explica que o ator se tornou presidente dos EUA.

Essa piada faz parte de uma antiga brincadeira entre os dois atores, que volta e meia inserem paródias um ao outro em seus filmes, como em O Último Grande Herói, em que Stallone é mostrado no cartaz de Exterminador do Futuro.

Às vezes o cinema parece bastante, até... profético.

Ontem foi um dia bastante agradável, hoje foi um dia de azar.
Ontem acordei cedo, vi a manhã linda que já havia surgido, e saí para caminhar com a Célia.
Hoje acordei semi-gripado, com uma terrível dor de cabeça e a sensação de que havia sido atropelado por um rolo compressor.
Ontem saí pelo centro para aproveitar a tarde, encontrei o Robô, Aline e Papioula no centro e tomei algumas (várias) cervejas.
Hoje encontrei minha mãe no terminal de Santo Antônio de Lisboa indignada porque mudaram os horários dos ônibus e ela teria de esperar quatro horas pelo próximo Daniela.
Ontem fui para a casa de praia curtir um programa leve em três casais, uma garrafa de vodka, seis latinhas de coca-cola e muitas risadas.
Hoje fiquei totalmente perdido ao ver a Papioula chorando porque tínhamos pego o ônibus errado para o centro e ela chegaria atrasada no emprego.
Ontem acordei a vizinhança de tanto rir, depois de ver o Renato e o Robô apanharem de suas respectivas namoradas, quase terem de dividir um sofá, e ainda ter de presenciar a mórbida cena do Robô vomitando as tripas por ter se engasgado com o cigarro.
Hoje não vi graça nenhuma em ver vários ônibus passarem por nós no ponto em que estávamos, sem que nenhum desses ônibus parar, por serem "diretos" ou "semi-diretos".
Ontem me surpreendi com a teoria conspiratória internacional da Aline e Papiuola, que insistiam que Robô e Renato haviam tramado juntos o falso desaparecimento de Renato.
Hoje quase cuspi o coração no colo da minha mãe quando o ônibus (dessa vez, o certo) começou a engasgar e ameaçou enguiçar na subida após o terminal de Santo Antônio.

Resumindo: ontem rolou muita cerveja, algumas cubas, putarias, muita fofoca, briga de marido e mulher, gemidos e gritos, muita risada e a reconciliação mais cômica que eu já vi. Hoje gastamos dinheiro à toa, minha mãe não pôde dar aula de catequese e acabou nem almoçando, a Papioula chorou o que podia e o que não podia, e tomamos um susto após o outro.

Daqui a pouco preciso me arrumar para um churrasco na casa do Robô. Mas ñão sei se é boa idéia sair de casa...

Blair Underwood (de Regras do Jogo) interpreta um ator, que interpreta um ator, que interpreta o parceiro negro de Brad Pitt num filme não-identificado. Isso é apenas uma das caracterizações confusas de Full Frontal, de Steven Soderbergh, e exemplo de uma tendência mal-interpretada que vem sendo chamada de meta-linguagem.
Na verdade, "vem sendo chamada" não seria a expressão correta. A meta-linguagem é um conceito conhecido a muito tempo, presente inclusive nos escritos de Machado de Assis e em "Samba de uma Nota Só", de Newton Mendonça. É quando a linguagem assume a característica de voltar-se para si própria, a linguagem da linguagem. Em termos artísticos, "designa toda situação interna a uma obra em que se torna explícito haver um criador e/ou um receptor dessa obra". (1)
No caso desta "tendência" cinematográfica, pode-se dizer que o uso da meta-linguagem se dá sempre que autor e obra se confundem, ou mesmo quando há algum mecanismo que emule uma intimidade entre autor/personagem e o espectador. A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen é um bom exemplo de ambos os casos. A personagem assiste várias vezes ao mesmo filme, também chamado "A Rosa..." (a obra dentro da obra), "até que o personagem da tela a vê e a convida para entrar em seu mundo de fantasia". (2) Ficção e realidade misturam-se de uma forma que, nas mãos de cineastas inovadores como Soderbergh e Spike Jonze (de Adaptação), às vezes é necessário grande esforço para diferenciar um de outro.
O trailer de Full Frontal, infelizmente, causa uma impressão completamente errônea do filme. Em tom de comédia, o narrador anuncia-o como "Um filme que mostra a verdade dos bastidores de Hollywood", frase que me obriga a pensar de imediato em programas sensacionalistas e de gosto duvidoso que exploram a intimidade dos artistas. Pessoas que esperam por este tipo de situação se sentirão desapontadas. Comercialmente (e em minha humilde opinião) falando, o filme é chato. Uma narrativa lenta, um trabalho de edição aparentemente sem grandes cuidados, ausência de artifícios para passagem de tempo ou alternância de cenas, e trilha sonora inexistente. Assistir acompanhado é pedir para ouvir a pessoa ao lado roncar após os primeiros vinte minutos de filme (como aconteceu comigo).
Mais do qualquer coisa, é um filme experimental. Algo um tanto engraçado de se pensar, vindo de um diretor que emplacou sucessos como Erin Brockovich, Traffic e Onze Homens e um Segredo. Eu definiria como um "filme de fim de semana" (apesar de ter sido rodado em um espaço um pouco maior de tempo, mas ainda assim ridículo: dezoito dias). Soderbergh brincou com câmeras digitais sem se preocupar muito com o resultado, chamou vários amigos para "brincar" (os atores trabalharam de graça, sem cabeleireiros, maquiadores, e sem quase suporte técnico algum - tudo em nome da amizade e da brincadeira), gastou pouco mais de dois milhões de dólares e produziu um agradável aglomerado de histórias paralelas sobre pessoas semi-reais, quase palpáveis, que só parecem atingir um "lugar-comum" (ou não) nos últimos minutos do filme.
São histórias dentro de histórias, e pequenos momentos que parecem inúteis e acabam só deixando o espectador mais confuso. O típico filme oito ou oitenta, que uns gostam e outros odeiam. Mais para oitenta, pois é uma memorável façanha juntar em uma mesma sala mais de duas pessoas que tenham visto o filme e realmente gostado.


1 - Sérgio Barcellos Ximenes - Metalinguagem? Do tempo da vovozinha...
2 - Thaís Nicoleti de Camargo - Resumão/português - A metalinguagem, Folha de São Paulo, 05/12/2000



Ontem eu tive um momento. Um daqueles momentos que você não sabe o motivo, como você chegou a ele, nem até onde ele vai lhe levar. Foi num instante, um lugar inusitado; como são normalmente esses momentos inusitados.
Estávamos falando sobre carros, e a maneira como dirigem os pais. Me preparei pra dizer "até hoje meu pai..." e parei no último instante, consertando: "meu pai dirigiu assim até morrer".
Aquilo me pegou de surpresa. Depois de oito anos, sentado no banco de trás, conversando sobre coisas aleatórias; eu me pego de repente falando (ou pensando) de meu pai como se ele ainda estivesse vivo. Me fez sentir por alguns segundos uma alegria imensa, uma sensação gostosa como quando ele chegava do trabalho e corríamos, eu e meu irmão, para abraçá-lo, quase o derrubando. Logo depois, veio aquela gigantesca saudade, e aquela tristeza sem nome, o vazio que se cria no seu universo único, quando alguém que lhe importa tanto, de repente desaparece, não está mais lá.
Chegamos ao Maria Bonita. Íamos jogar sinuca. Desci do carro e pedi que fossem na frente, pois eu tinha algo pra fazer. Fui até a ponta do trapiche, olhei para o céu e rezei. Entre duas nuvens eu via algumas estrelas, e conversava com Deus em voz alta, com os olhos cheios de lágrimas. Admiti depois de tanto tempo, mais para mim mesmo que para Ele, toda a minha confiança, meu amor, minha crença numa força superior.
Chorei muito. Havia muito tempo que eu não chorava como chorei ontem. Havia muito tempo que eu sequer chorava, salvo em filmes sobre pais e filhos. Este aspecto de minha sensibilidade eu nunca consegui esconder de ninguém.
Fiz um pedido a Deus e implorei que o atendesse, sem perguntar preço. Também não impus condições, prometi não ficar decepcionado se não fosse atendido, pedi perdão caso eu não compreendesse o que fosse me dito.
O celular tocou. Célia e os outros estavam na frente do carro, me esperando. Me despedi de Deus e fui até eles, sem obter resposta ao meu pedido. Célia, desconfiada como sempre, achou que eu havia desaparecido com alguma garotinha. Não sei se ela não acreditou quando lhe disse que estava rezando, ou se simplesmente achou engraçado. De qualquer modo, meu rosto molhado de lágrimas agiu em meu favor e ela não fez mais perguntas. Voltamos para casa, parando antes para comer alguma coisa. Discutimos sobre consórcios, cartas de crédito, namoradas desconfiadas, e outras coisas que me fizeram deixar de lado o meu momento sublime.
Só hoje, cansado e de ressaca, enquanto escrevia esse post, me dei conta de que meu pedido havia sido atendido: alguns minutos antes de chegarmos ao Maria Bonita, enquanto o carro fazia uma curva no morro da Lagoa e o rádio tocava "Run to Me".
Pai, eu sinto saudades.

Coisas legais para se fazer quando se está em casa...
ou: Bons motivos para continuar evitando o mundo lá fora

Barely Cooking: O típico programa que você descobre totalmente por acaso e fica totalmente (também) de queixo caído. Durante meia hora, este programa canadense apresenta receitas exóticas e com "um toque de sensualidade", por assim dizer. O grande diferencial (e atrativo) do programa, no entanto, não são as receitas, e sim os apresentadores: Eva, Gennaro, Dena e Murray, os dois casais de chefs que dispensam cerimônias e passam o programa inteiro semi-nus (trajando apenas um avental, estrategicamente posicionado). Um programa diferente, com certeza, e bastante divertido. No Casa Club, da DirecTV, sem dias definidos, normalmente à meia-noite ou à uma da manhã.



Minha casa, Sua Casa (Changing Rooms): Dois decoradores, dois casais de vizinhos, quinhentas libras (aproximadamente dois mil e quinhentos reais), um faz-tudo e uma apresentadora sarcástica. São os ingredientes que mostram quão interessante pode ser um programa sobre decoração de interiores. As regras são bastante simples: cada casal é responsável por redecorar um cômodo do casal vizinho, em dois dias, tentando não estourar o orçamento, e suportando as variações de humor do carpinteiro Andy Kane (carinhosamente apelidado por sua esposa de Handy Andy, ou Andy "Jeitoso"). Nunca se sabe qual será a reação dos participantes, que não fazem idéia do que está sendo feito em suas casas. O resultado pode ser uma agradável surpresa, ou motivo para gritos e choro. Dando um necessário ar de sanidade à coisa toda, está a apresentadora Carol Smilie, vencedora de vários prêmios da indústria televisiva. Segundo ela, o momento mais memorável do programo foi quando fizeram uma prateleira para exibir a grande coleção de taças de chá de uma das participantes e o móvel veio abaixo, destruindo a coleção de uma vida toda.


O programa é criação dos decoradores Lawrence Bowen e Linda Baker, que participam dele junto com Graham Wynne, Oliver Heath, Anna Ryder e Laura McCree. Vai ao ar de segunda a sexta às cinco da tarde, e às quintas às oito da noite, com repetição aos sábados e domingos, ao meio-dia. No People + Arts, da DirecTV e TVA.



Confissões de um chefe de cozinha (Naked Chef): Um programa um tanto desvalorizado pelo canal People + Arts (DirecTV e TVA), que o passa sem grande alarde, em horários aleatórios, dentro do bloco "O Mundo à la Carte". Jamie Oliver é o apresentador desarrumado e pouco organizado (além de meio "sujinho") deste divertido programa de culinária, onde, diferente dos programas matinais brasileiros, a comida voa para todos os lados e a cozinha termina imersa num caos total. Mais do que um chef, uma figura pop; Oliver faz questão de cozinhar em enormes quantidades e convidar os amigos para apreciarem uma "boquinha", acompanhado de uma ótima trilha sonora rock’n roll. Um dos melhores momentos, na minha opinião, foi quando Oliver foi convidado para preparar o almoço da banda Jamiroquai. O bloco "O Mundo à la Carte" vai ao ar de segunda a sexta, à uma da tarde.



Banco Imobiliário (Monopoly): Desde a infância, não havia coisa melhor pra se fazer nos dias chuvosos – quando não se podia sair para brincar – do que reunir os vizinhos e curtir uma longa partida de algum jogo de tabuleiro. Cresci, e descobri que as coisas não mudaram. Jogos clássicos como War, Banco Imobiliário, Jogo da Vida e Imagem & Ação; parecem ter todo um sabor especial quando se passa dos vinte anos. Infelizmente, com o passar do tempo alguns desses jogos foram deixando de serem fabricados, fazendo-nos ter de contar com aquele amigo que ainda tem o jogo debaixo da cama, numa caixa amassada e com algumas peças faltando. Ao menos é o que acontece comigo. "Avenida Paulista" é parada livre, pois ninguém faz idéia de onde foi parar o cartão.


Nostalgia saudável ou saudosismo idiota, o fato é que eu adoro chamar um casal ou dois de amigos (normalmente Skayller & Lili, os donos do jogo) para passar uma sexta-feira tomando algumas cervejas e jogando Banco Imobiliário até tarde. Criei uma (reincidente) paixão tão grande pelo jogo, que não demorou para que eu começasse a buscar versões dele na internet. Encontrei algumas bastante curiosas:



Banco Imobiliário: Um programa bastante leve, cerca de 400kb. Criado por Daniel Lazzari, é idêntico à versão em tabuleiro, com uma única exceção: aqui, os já conhecidos bairros cariocas são substituídos por endereços porto-alegrenses. Um tanto estranho para quem não está habituado, mas bastante divertido para quem conhece a capital gaúcha. Se houver dificuldades para encontrar o jogo para download, é só contatar o criador, pelo ICQ: 10965199; ou por e-mail: swindler@jedi.com.br.



Monopoly: Versão digital do jogo em inglês. Aqui as regras são praticamente as mesmas, porém com algumas diferenças que são mais óbvias no que se refere ao tabuleiro. Há algumas versões mais novas, que adicionam personagens animados e vídeos ilustrativos para cada imóvel, mas com o tempo essas opções extras acabam só incomodando. Eu sugiro a versão compacta, Monopoly Deluxe 1.0, que ocupa pouco mais que 5 megas, e oferece a mesma diversão.



4Play: A mais "diferente" versão que encontrei. Ótimo para se jogar em casal. Se for um casal "moderninho", podem chamar alguns amigos para brincar junto, mas eu não me arriscaria a meter minha namorada nesta suruba. Antes de começar a jogar, você deve preencher algumas opções, como nome dos participantes, sexo, roupas que estão vestindo, etc. Para completar, há uma lista de "brinquedos" (que vai de vibrador e câmera de vídeo a cordas e anel peniano) e adicionais como "opção sexual" e "nível de sacanagem" (livre tradução feita por este que vos fala). Ao invés de bairros e avenidas, os participantes disputam imóveis como "Loja de Livros Adultos", "Massagem da Betty" e "Disque-Luxúria". Na hora de pagar aluguel para sua parceira, você pode optar por pagar ou "brincar". No segundo caso, você deve executar tarefas eróticas, como iniciar um strip-tease, lamber alguma parte do corpo da parceira, ou mesmo esperar que ela tire as suas roupas. Se um dos dois envolvidos não concordar com a tarefa, há ainda a opção de "pular fora".


É um pouco chato ter de acompanhar o jogo pela tela do computador (e um tanto incômodo, dependendo do lugar da casa onde está o mesmo), mas é uma maneira divertida de apimentar o relacionamento.

A um tempo atrás descobri que os cinemas do Beiramar estão com a mesma promoção de 50% de desconto que os do Itaguaçu, só que às terças-feiras. Demorou até que eu conseguisse me aproveitar dessa mamata (na maioria das vezes dependo da disposição da Célia, e vocês sabem como ela muda de idéia rápido ;P). Pois bem, dois dias atrás levei a patroa pra assistir "Piratas do Caribe". Comemoração atrasada do Dia dos Amantes e uma espécie de compensação por uma briga feia que tivemos no dia anterior.
Me lembro do comentário do meu irmão quando foi ver o filme, umas duas semanas antes:

- Me disseram que tem umas duas mulheres gostosonas...
- Ah, é?
- ... pra cada 300 caras sem camisa!

Filmão bom hoje no Cinemax. Célia roncava ao meu lado enquanto eu matava a saudade de Superman. Um clássico. Definitivamente, é difícil imaginar alguém que encarne melhor o personagem do que o Christopher Reeves. Quando vejo os rapazotes que a Warner vem escolhendo para o novo filme, fico deveras decepcionado. Chego a concordar com a idéia que circula por aí de que deviam fazer do novo filme uma continuação de Smalville. Há um background todo preparado, a imagem dos atores já está fixada na mente do público e a associação destes com seus personagens tornaria a idéia muito mais viável que as toscas idéias hollywoodianas que venho ouvindo.
Voltando a falar de Reeves, outro dia assisti com a Célia um documentário sobre o cara. Pra quem cresceu vendo Reeves voar pelos céus e inverter a rotação da Terra, a imagem dele lutando para mover um dos dedos da mão é digna de lágrimas.
Para mesclar ainda mais a lenda com o ser humano, reeves é um dos maiores ativistas pela clonagem humna. A luta de Reeves tem a ver com as células-tronco embrionárias. Estas células possuem uma capacidade única de se diferenciarem de todos os tipos de tecidos. Quando coletadas de embriões muito pequenos, são ainda mais flexíveis, podendo se transformar em qualquer outro tipo de células. A grande polêmica em torno das células-tronco é sua origem: comumente de embriões abortados ou descartados de programas de fertilização. Podem ser extraídas também, no entanto, de cordões umbilicais e dentes de leite.
A saída exigida pela comunidade científica para adiantar a pesquisa das células-tronco tem a ver com a clonagem de embriões humanos, mas infelizmente - com excessão do Reino unido, que inclusive criou o primeiro banco de células estaminais do mundo e já iniciou a "fabricação" de células-tronco - país algum no mundo legislou ou mesmo assumiu posição precisa quanto à clonagem. É uma batata quente saltando de mão em mão, e ninguém quer arriscar dar a declaração errada. Portanto preferem ficar calados.
Se bem sucedida, a pesquisa para criação de células-tronco em laboratório poderia curar diversas doenças degenerativas, como diabetes e mal de Parkinson. Além da lesão que paralisou completamente reeves.
Onde isso se cruza com a lenda so Superman? Em vários pontos. Na clonagem. Na ética da ciência. Na polêmica. É só escolher.
Explicando: segundo antigas histórias do personagem (vamos ignorar as mais recentes, que mais complicam do que explicam coisa alguma), a milênios atrás, houve uma grande guerra em Krypton, planeta de origem do herói azulão. Essa "Guerra dos Clones" (não confundir com a guerra clônica de Star Wars) tinha por motivo a ética (ou falta de) dos cientistas kryptonianos, que clonavam seus semelhantes para "peças de reposição". Se um kryptoniano perdesse um membro em um acidente, ou precisasse de algum transplante, este órgão seria retirado de uma fonte totalmente compatível: seu próprio clone. Depois de anos em guerra pelos "direitos dos clones", um grupo extremista criou um aparato que daria fim à luta: o Erradicador. Esta arma poderosa causou grande destruição, além de provocar uma reação em cadeia no centro do planeta, que dois ou três mil anos depois, levaria à destruição do mesmo. Não obstante, o Erradicador viria a ter grande participação na vida do Superman, sendo o responsável pela construção da Fortaleza da Solidão e inclusive substituindo o azulão durante o período em que esteve morto.
E hoje vemos um Superman debilitado, mas ainda cheio de coragem, conclamando que as pessoas discutam sobre a mesma ética científica que nos quadrinhos causou tanto mal. O grande diferencial é: ma vida real, nos vemos obrigados a concordar com ele.

aparentemente o Ilhéu começou com uma nova política de re-elitização do local. Não é exatamente uma surpresa perceber que, ao invés de tentar elitizar pelo poder aquisitivo, decidiramtentar pela idade. O negócio é o seguinte: na entrada um segurança mal-educado pergunta se você e seus acompanhantes têm mais de vinte e um anos e pede devida identificação. Se comprovada a idade, beleza. Aproveite a noite. Caso contrário, você também entra, só que pagando! Não sei se consigo entender bem a mensagem que tentam passar. Menores de vinte e um têm dinheiro para jogar fora? Menores de vinte e um não se importam em pagar entrada para um lugarzinho apertado, sem ambiente que justifique esta entrada? Ou simplesmente eles devem achar que menor de vinte e um é tudo marmanjo, mal-encarado, contando as moedas pra tomar cerveja; e "ah! essa é uma ótima maneira de mandá-los embora".
Deve ser esta última.
Segundo ponto da minha crítica, tem exatamente a ver com o segurança citado. Todos nós necessitamos de certos serviços, que nos são prestados por outrem, sejam estes serviços indispensáveis ou não. Diversão, entretenimento, na minha opinião, é indispensável. Você fornece uma certa quantia de dinheiro em troca de um serviço equivalente. Isto faz de você um consumidor. A partir do momento em que você usufrui deste serviço com frequência, criando um laço com o fornecedor, uma frequência; você ultrapassa a definição de consumidor. Você é cliente. De "carteirinha", por assim dizer.
Quando este serviço abruptamente deixa de ser prestado, sem maiores explicações que "novas regras da casa. Desculpe"; você tem todo o direito de rodar a baiana.
E foi o que a Lili fez hoje. Rodou a baiana. Chamou o Ilhéu de espelunca, se recusou a pagar a entrada, e convidou a nós (que estávamos já dentro do bar) a irmos para outro lugar. E aí entra o grande erro do segurança, que desconhece que alguém de sua posição, desempenhando uma função como a sua, precisa ter o tempo todo algo que chamamos de postura. Este segurança não a tinha.
Ficou ofendido, pediu que chamassem o proprietário da casa, e foi o mais grosseiro possível. A vingança vem a cavalo, dizia o outro, e o proprietário permitiu que Lili e Skayller entrassem; enquanto ele, por sua vez, permaneceu lá fora para discutir certos "detalhes" com seu empregado.
E seguimos com o terceiro ponto de minha crítica ao novo Ilhéu, que se refere a outra novidade do mercado. A Nova Schin. Uma cerveja meio aguada, sem lá muito gosto. Mais leve, admito, mas sem a menor graça - que mesmo a velha não tinha, mas almejava melhor que a atual. Antes tomávamos Bohemia, estupidamente gelada e descendo suave pela garganta, fazendo-nos sentir aquele sabor msmo depois de um discreto "ahh!". Agora tomamos Nova Schin ou Primus. A promoção duas por uma ainda continua. O preço, também. Preço, aliás, que não merece uma caixa inteira que fosse da nova cerveja.
E então mandamos a lenga-lenga às favas e passamos a narrativa para a parte boa da noite: quando deixamos o Ilhéu.
Bebi uma cerveja. A outra entreguei para o Varda. Não tinha muita coragem de beber aquela urininha gelada de novo, e também tinha pressa de deixar o local. Acabamos por parar no Botequim, a uma quadra de distância. O lugar onde pagamos um pouco a mais por certos drinques, mas em termos de serviço e simpatia, são centavos extras muito bem gastos. Desde o segurança na porta ao mais tímido dos garçons, são todos simpaticíssimos. Sorrisos o tempo todo, brincadeiras, piadas. Quando surpreendemos a Lili com chapéus de aniversário, podíamos perceber que nas mesas próximas as pessoas riam, não de desdém, mas por entrarem no clima. Perguntamos sobre alguma "promoção" para aniversariante, e um garçom disse que iria verificar. Depois de alguns chopps, uns dois drinques, um "parabéns a você" e uma conversa muito gostosa, nos preparamos para dar continuidade à noite em outro lugar, quando o mesmo garçom se apressou em nos imterpelar:

- Já estão indo?
- Já. Por quê?
- Eu tô preparando um drinque de aniversário pra você.
- Ah! então a gente fica!

O drinque era o Botequim, em pessoa. À moda da casa. Com muitos morangos e uma fatia de maçã. Não sei dizer o que havia dentro dele, em termos de bebida alcoólica, mas criou quatro novos fãs. Já sabemos o que pedir quando voltarmos lá.
A próxima parada se deu no Café Marrocos, perto da Bocaiúva. Tanto tinha ouvido falar do lugar, nunca havia tido a chance de conhecer. Muita fumaça com cheiro de rosas, tequilas sunrise ou meramente tequilas, variando do gosto de cada um. Mais algumas cervejas, um drinque chamado "Love", bolinhos vegetarianos e rodízio de comida árabe. Pouco depois da meia-noite, quatro bolinhas deixavam o recinto, ora pulando, ora rolando mesmo. Uma das noites mais caras de minha vida, e com certeza uma das melhores. Só para não perder o hábito, fizemos amizade com o garçom. Para criar um novo hábito, fizemos amizade com o proprietário. Pra não nos enganarmos com a fantasia da noite, uma última ação provaria se temos classe ou não: da comida que sobrou, trouxemos para casa em quentinhas.

Célia se remexe na cama...

- Água!

Penso um pouco antes de me manifestar.

- Peraí... Tu quer água ou tá falando enquanto dorme?
- Suco!
- Suco ou água?
- Suco!
- Por um acaso tu conhece outra palavra que não seja "suco" ou "água"?

Célia pára um pouco pra pensar.

- Suco!
- Que tal "beijo"?
- Suco!

Corro na cozinha e vejo que a jarra de suco está vazia. Encho um copo d'água e levo para o quarto.

- Não! Suco!
- Não tem suco.
- Tem sim!
- Acabou. Trouxe água porque tu tá com muita sede. Não quis perder tempo preparando mais suco.
- Suco!
- Tá bom, tá bom.

Volto com o suco. Célia abre um largo sorriso.

- Suco!
- É... Suco...
- Beijo!

Eu a beijo.

- Namorado!

Sento do lado dela, que aumenta o sorriso e exibe o copo.

- Suco!

Diálogos memoráveis da história humana

Capítulo I - Eu e meu sogro

- Bonito, hein? Passaram a tarde toda na cama.
- É domingo, seu Irandy.
- E daí que é domingo? Vocês só dormem, parece que não sabem fazer outra coisa! O que vocês esperam da vida?
- Eu, pelo menos, espero poder dormir até a hora que eu quiser nos domingos.

Capítulo II - Eu, Averon e Taylor

Taylor: Cara, eu acho um desperdício quando eu vejo isso!
Zunto: O quê? As lésbicas ali?
Taylor: Fala baixo!
Zunto: Ué! Qual o problema?
Taylor: Problema nenhum! Quer dizer... Se eu tiver no meio, tudo bem!
Zunto: Rapaz, tu é muito estereotipado, sabia?
Taylor: Ei! eu só falei que acho um desperdício. Não que tenho preconceito, nem...
Zunto: Tu sabe por acaso o que é ser estereotipado? Não te xinguei, só falei que tu segue um estereótipo! Sabe o que significa estereótipo?
Taylor: Er... Olha... Eu acho que eu sei. Mas de repente o significado que eu penso é diferente do teu...
(Averon disfarça os risos)
Zunto: Estereótipo é uma característica que várias pessoas seguem igual. Ou melhor, um conjunto de características pelas quais você define um grupo de pessoas...
Averon: Um modelo!
Zunto: Isso! Um modelo! Um modelo de comportamento, por exemplo. Estereotipado é quem segue o mesmo modelo que um monte de gente. Segue um estereótipo.
(Taylor faz cara de desentendido)
Zunto: Tu, por exemplo, segue um estereótipo clássico: o do homem que não gosta de ver duas mulheres se atracando a não ser que ele esteja no meio. Conheço trocentos iguais a ti.
Taylor: Anh... Ah... Tá. Mas vê se eu não tô com a razão... Tu ia gostar de ver a tua namorada beijando outra mina?
Zunto: Peraí...
Taylor: Não mente! Eu sei que tu não ia gostar.
Zunto: Em primeiro lugar, é sabido que minha mulher não gosta dessas coisas.
Taylor: Tá! eu sei. Mas tu ia gostar?
Zunto: Não, não ia, óbvio. Assim como não ia gostar de ver ela beijando um cara!
Taylor: Viu!? Que que eu falei?
(Averon e Zunto tentam segurar o riso, com pouco sucesso)
Zunto: Tá bom, Taylor. Então digamos assim. Se você tivesse uma namorada, ia gostar de vê-la beijando outro cara?
Taylor: Claro que não!
Zunto: Então tua teoria é completamente furada!
Taylor: Ah! Tu não sabe discutir!
Averon: Claro que sabe! Ele só desvalidou o teu exemplo.
(Taylor tropeça nas palavras sem querer admitir que não entendeu)
Taylor: O que eu quero dizer, é que elas quebram o padrão!
Averon: Que padrão?
Taylor: O padrão natural, ué.
Zunto: E o que é natural pra você?
Taylor: Tu lê a bíblia? Fraquenta a igreja? Aposto que tu não é um cara religioso.
Zunto: Não sou mesmo.
Taylor: Tá. Nem eu.
(Averon cai na gargalhada)
Zunto: Qual o teu ponto então?
Taylor: A sociedade diz que tá errado.
Zunto: Aí é que tá. Sociedade. Moral e bons costumes. O antigo testamento foi escrito a quanto tempo? Cinco, seis mil anos?
Averon: Sei lá! Um monte!
Zunto: Pois então. Encontraram um homem pré-histórico, perfeitamente congelado, de catorze mil anos...
Taylor: Catorze milhões, tu quer dizer!
Zunto: Não, cuzão. Catorze mil mesmo.
Taylor: Ah, tá...
Zunto: E ele tinha esperma no ânus! E aposto que ele não lia a bíblia!
Averon: Tudo o que se diz "correto" é algo imposto pela sociedade.
Zunto: Isso! Tu só usa roupas porque a sociedade te diz que é errado passear por aí peladão. Vamos falar de animais, então. Animais lêem a bíblia?
Taylor: Anh... não...
Zunto: Pois é. Eles não têm um comportamento influenciado por uma sociedade. É tudo puro instinto.
Averon: Golfinho faz até sexo oral. é um bicho muito safado.
Zunto: Golfinho faz até orgia! Já foi comprovado que até leão dá o rabo! E tu vem me flar de "natural"?
Taylor: Ah, vocês não sabem mesmo discutir! Aí tu já tá impondo a tua opinião!
Zunto: Não tô impondo nada...
Taylor: Tá sim! Tu tá impondo a tua opinião em cima das dos outros! Não quero mais discutir!
(Zunto e Averon permanecem calmos e impassíveis, apesar da vontade incrível de rolar pelas escadas rindo sem parar)
Zunto: Não, cara. Só te mostrei fatos.
Taylor: Fatos!? Que fatos? O do leão? Então tá!
Zunto: O fato do leão dar o rabo, o fato do golfinho fazer suruba, o fato do homem congelado ter esperma no ânus, o fato disso ter acontecido muito antes da bíblia ter sido escrita...
Taylor: Anh... Ah, tá...
Zunto: Não tem nada de errado em duas mulheres se beijando!
Taylor: Não. Eu concordo. Não tenho nada contra elas. Mesmo por que, eu adoro ficar com meninas lésbicas, já fiquei com várias.
Zunto: Então elas não eram lésbicas.
Taylor: Tá... Bissexuais, que seja. Quer dizer... Não! Teve uma que eu fiquei que era lésbica, mesmo. Só que ela quebrou o padrão dela, ficando comigo.
Zunto: Ah! Então ela tinha um padrão!
Taylor: Tinha, claro.
Zunto: Então aquelas duas ali podem perfeitamente ter um padrão, o de só ficar com mulheres, e não quererem quebrá-lo!
Taylor: Claro! Mas elas já devem ter ficado com homens.
Zunto: E por que?
Taylor: Ah... Por que senão como elas vão saber que só gostam de mulher?
Averon: Tu gosta de homem?
Taylor: Eu não! Credo!
Averon: Como tu sabe?
Taylor: Porque... Anh... Peraí! Tu é heterossexual?
Averon: Sou.
Taylor: E tu?
Zunto: Também.
Taylor: Então pronto! Acabou a discussão.
Zunto: Que seja...
Taylor: Mas que eu acho um desperdício...

Capítulo III - Eu e minha namorada

- Que filme é esse?
- Um filme de pancadaria chinês.
- É sobre o quê?
- Não faço a mínima idéia. Faz tempo que desisti de entender a história, e só tô curtindo os tiros e explosões.
- Ahn... Não tem nada melhor passando?
- Não. Esse filme é muito foda.
- Tá... Mas... E nos outros canais, o que tá passando?
- Sei lá. Mas desse filme eu não tiro. Tá vendo aquele cara? Ele é quase o Homem-Aranha! Ele faz milagres com aquela cordinha.
- Ah, tá...
- Agora a pouco aquele outro ali quase espancou um carinha com uma marreta. Sabe, aquelas de derrubar parede.
- Eles tão falando espanhol?
- É! Alguns deles falam espanhol, outros falam inglês, e uns poucos falam chinês.
- Tá... Eles são japoneses...
- Chineses.
- Tá... Chineses. Que falam espanhol.
- Isso.
- Por que?
- Por que eles são de Aracaju.
- Anh? Fala sério, Felipe.
- Não! Eu tô falando sério! Eles são de aracaju!
- Ai, Felipe. Tô te perguntando! Fala a verdade!
- Mas é verdade! Assim... Uma hora o carinha fala "tem essa praia, que fica na américa do sul e se chama... bom eu não sei como se chama". Aí mostra o mapa do Brasil, passando por um monte de praia, mostra Fortaleza, mostra sei lá mais que cidades, e aí aparece em vermelho: "aracaju". E pra não deixar dúvidas, aparece bem grande no meio da tela, "aracaju", e uns carinhas vestidos com roupa da swat no meio de uma tempestade, e um carinha falando no rádio "ventos de sei lá quantos quilômetros por hora", e só então eu percebi: ele falava em espanhol! E os carinhas da swat também!
- Ah, só... Tudo bem se eu voltar pro computador?
- Vai lá.

Blogue abandonado às traças. Talvez fosse bom postar alguma coisa antes que ele fosse invadido pelo MSB. Piada tosca. Não reparem.

* * *

Planos para o bar andam bem. Agora somos em três sócios. A meu ver, competentes e responsáveis. O grande problema é que ninguém tem conseguido ficar sóbrio o suficiente pra discutirmos o negócio com calma.

* * *

Amizades andam melhor ainda. É bom descobrir isso, que ao se isolar de muita gente, se afastar de certos grupos e círculos, aqueles que realmente importam não te abandonam. Nesses momentos você acaba descobrindo amigos que nem sabia que tinha. Ninguém me deu uma grande ajuda ou um grande conselho qu mudou a minha vida. Simplesmente por estarem lá, já se mostraram pessoas maravilhosas. Valeu, galera.

* * *

Assumi as finanças da casa. Foi bom pra ver que o negócio não é tão simples. Esse último mês gastamos de mês. Esse próximo vai ser com o cinto apertado.

* * *

Festinhas! Como não falar delas? Duas sextas atrás fomos na Lagoa, eu, Célia e Varda. Cervejinha gelada, som legal pra dançar, pessoas estranhas. Varda conseguiu a façanha de quebrar a cêmera digital durante uns malhos que deu. Célia ficou com ciúmes porque tirei muitas fotos de determinadas pessoas.
No dia seguinte foi dia de bebedeira na casa do Skayller. O Negão, mais pra lá do que pra cá, abraçava a garrafa de Johnnie Walker e elogiava o seu novo amigo "Reeed Labelll". A Mila, horrivelmente loira, contava histórias de abuso sexual e repetia várias vezes que seu pai era amigo do cônsul do Peru. Quase todos na festa a ignoravam. Miojo e Dinha deixaram eu e Céliaperto de casa. Nenhum dos dois conseguia caminhar muito bem. É divertido voltar a beber.
Segunda, dia de aula. Faltei à última para chegar no Ilhéu antes das dez. Varda reclamou do serviço a noite toda e ainda quis passar sermão no garçom antes de sairmos. Embaixo da nossa mesa havia um estoque com umas oito garrafas antes de fechar o horário da promoção (peça uma leve duas). Torrei uns quinze reais em salgadinhos no posto de gasolina. Mais uns vinte em cerveja. Varda não quis dormir aqui em casa e pagou a viagem pro Skayller dar uma de taxista.
Chegamos enfim à sexta-feira, última. Banco imobiliário e restos de bebida. Um pouquinho de uísque, um pouquinho de gim, um pouquinho de conhaque, um pouquinho de cachaça... Um pouquinho de tudo. Lili e Skayller trapacearam o jogo inteiro e monopolizaram o mercado.
No sábado, foi dia de Bafão. Me arrependo de não ter ido antes, apesar dos convites. Já cheguei em Blumenau completamente torto, cheio de hametomas por ter caído no ônibus, e fui inventar de fazer a barba no banheiro do Shopping. Pobre decisão. Só na segunda-feira fui reservar algum tempo pra deixar tudo mais, como posso dizer... reto!
Célia teve um ataque de ciúmes porque uma PDX estava dando em cima de mim. Quando conseguiu se acalmar, foi a vez da mesma garota avançar na Célia. Passou por trás dela, sutilmente, e meteu aquela mãozada no peito dela. Na pista, com todo mundo, me virei para a garota e disse:

- Se que tás ferrada, mas se tu meter a mão na minha mulher de novo, eu é que te meto a mão na cara.

Nossa. Violência, não? :)

* * *

E chegamos de volta à segunda-feira. Karine (a apixonada por Tatu que senta atrás de mim) me pediu pra ir com ela até o Bob's no recreio. Lá encontrei o Dalua, com vários anúncios debaixo do braço (Casas Bahia, Koerich, Kilar, etc) para pesquisar preços de geladeiras. Conversei muito com o cara, e resolvi matar a quarta aula pra continuar o papo. Quando pretendia voltar para a última, encontrei com o Robô no meio da rua. Num acesso de cafetão, abraçou a garota que estava com ele e ofereceu: "Essa é minha irmã! Tão afim? Só três pilas!"
Adivinhem quem era a garota? Dou uma dica de três letrinhas: PDX.

* * *

Acabei não indo à aula mais. Beberiquei umas cachaças na escadaria do Rosário e ri muito. Quando se aproximou de umas nove e meia, resolvi ligar pra Célia. A última vez que bebi com o mesmo pessoal, levei grande esporro por não tê-la chamado. Resolvi não arriscar e liguei:

- Célia? bota uma calça e vem pra escadaria.
- Porque?
- Tamo bebendo. Vem logo!

* * *

Parazitta só esperou a Célia chegar. Tinha de se mandar cedo. A Célia, aliás, chegou no meio de uma conversa meio constrangedora:

- Nem vem com essa! Eu comi quando ela já tava... Opa... Vamos mudar de assunto que minha mulher chegou.

* * *

Nesse dia ouvi falar de novo da Laura. Há tempos que eu não a vejo. Uma gordinha da Escola Técnica disse que já havia ouvido falar de mim. Logo quem contou... Comecei a narrar a lenda da "cartinha" (uma certa carta de amor que a Laura me entregou uns quinze minutos antes do Foca me contar que ele e o Daniel tinham feito sexo anal com ela no dia anterior), mas a gordinha já sabia de cor.
Aliás, pelo que ela diz, a Laura até hoje anda com uma cópia da mesma carta no bolso, pois sabe que a original eu joguei fora.
Vá ser obcecada assim na pqp...

* * *

Walério virou nerd. Agora usa mirc, brinca com o fotoshop e tem seu próprio fotolog. Cada um que entra no estúdio ele anuncia: "fotolog.net/tocha666! Porque eu sou malvado!"
Isso quando não está tomando tapa das meninas por fotografá-las desprivinidas.

* * *

Vamos falar de Cooperativa, então. Finalmente entrei nas negociações e a partir do próximo mês vou estar pagando minhas cotas. O número um deve sair até o fim do ano, e há uma possibilidade de ser lançado pela Ópera (apesar de estarem com o pé um pouco atrás pelo tema que escolhemos trabalhar: super-heróis).
Se eu conseguir convencer o Walério. Saio no número dois, com o "Galo Galáxico".

* * *

Além disso, estou trabalhando com o Erick num pré-roteiro para "Raio Negro & Velta". Deveria ser um grande crossover entre os dois personagens, mas pelo que foi dito até agora, estamos nos centrando mais na reapresentação do personagem de Gedeone Malagola, que não é publicado a muito tempo.
Claro que há o detalhe que não podemos viajar muito na maionese, já que o projeto depende da aprovação do Gedeone. Só no meio da minha rgumentação que fui me lembrar "putz! A Velta também faz parte da história!"

* * *

Alguns meses atrás, na cozinha aqui de casa, tive de ouvir minha mãe dizer:

- Nenhum dos meus filhos até hoje completou o segundo grau direito. Acho que eu nunca vou realizar o meu sonho de ver um filho se formando.

Pois bem. Minha formatura é dia vinte e um de dezembro. Com direito a culto, colação de grau e baile. Pra arrecadar a grana da festa, vou ter de vender rifa (eita!), mas já estou planejando outras saídas. Vou ter cerca de trinta convites pra distribuir. Grande notícia! Haviam nos dito antes que seriam dez.
Como disse o Mário, o bukowskiano que senta do meu lado e é a cara do Simoninha, pra alguns, formatura é como festinha de debutantes. Portanto, pra juntar o povo que quer formatura e o que só quer encher a cara, provavelmente devemos fazer um churrascão. O Afonso (coordenador) já se dispôs a pagar a birita.

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Quinta-feira parece que rola Coda no CIC. Apesar dos convites constantes do Celinho (que toca na banda e é meu professor de inglês) pra que todos os alunos compareçam; temo não ter condições financeiras até lá. Uma pena. Brincando, Blumenau custau mais de setenta reais pra mim e pra Célia.

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Aliás, o Celinho me conseguiu umas informações valorosas, como o preço de locação do CIC: dez mil. Esse tipo de informação será muito útil para o que planejo pro verão. Não que eu vá conseguir juntar grana pra jogar Wax Poetic no CIC, mas vale a pena tentar.
Ah... Já falei que o Wax Poetic vem ao Brasil? :)


 

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