Estão dizendo que o twitter "orkutizou". Popularizou, chegou às massas, ganhou o mundo. O que não necessariamente é uma coisa ruim, mas também não necessariamente é uma coisa boa - principalmente se levarmos em conta que essa nova massa twitteira está chegando sem conhecer a ferramenta, sem saber para que ela serve ou que botões apertar. Por mais que esse sangue novo tenha potencial de produzir bom conteúdo, a grande probabilidade é que essa galera só gere - pelo menos num primeiro momento - ruído.
E é por isso que resolvi dar aqui meus 15 centavos sobre twitter, minhas impressões da ferramenta e das possibilidades que ela traz. Não é um post voluntário (falando nisso, meu orientador de tcc e grande amigo, Diego Moreau, fez um post voluntário bacana sobre twitter aqui), é mais um post "Maria vai com as outras", uma vontade de opinar sobre o que todos estão opinando.
Bom, conheci o twitter em idos de 2007, quando ainda morava em Florianópolis e cursava Publicidade, graças ao Pedro Markun, que mais tarde viria a ser meu chefe e padrinho de casamento (e que também, anos antes, me apresentou ao orkut, ou seja, ele nunca foi boa influência). Como muitas das roubadas em que ele me mete, tudo começou com um link.

- Olha que demais!
- Que é isso?
- É uma rede social onde as pessoas falam, em 140 caracteres, o que estão fazendo nesse exato momento.
- Ah... legal. E pra que serve?
- Também não sei ainda, mas acho que isso tem um puta futuro. E ainda vou achar um jeito de ganhar dinheiro com isso.

No que se refere a ganhar dinheiro, lamento dizer, ele ainda está tentando. Quanto ao potencial do twitter, ele não podia estar mais certo. No final daquele mesmo ano vim a São Paulo passar alguns dias, conhecer a empresa e fazer um pouco do bom e velho networking. A importância do twitter nessa última tarefa me surpreendeu. Nos barzinhos da prainha paulista a frase mais ouvida era "vou começar a te seguir" ou o (urgh!) tradicional "vou te folear". Em duas ou três visitas ao bar tripliquei minha rede de seguidores e seguidos. Logo já estava recebendo e enviando tweets pelo celular, instalando a extensão twitterfox e testando twirls e similares. Fui assimilado.
A minha "iniciação" na brincadeira, no entanto, foi muito parecida com o que ocorre com todos que tem o primeiro contato com o orkut: fui atrás de quem eu conhecia. Passei a seguir até gente que eu não suportava, mas que pelo menos sabia quem eu era e provavelmente ia me seguir de volta. Fiz um #mimimi e forcei amigos que não me seguiam ainda a passarem a fazê-lo (e parei de segui-los semanas depois ao organizar a baderna que se instaurava). E, apesar de criticar hoje quem faz isso (mais por arrogância que por outra coisa, claro), penso que não há forma melhor. A grande vantagem do twitter sobre outras redes sociais e ferramentas estranhas da web 2.0 é a capacidade de cada um de filtrar o conteúdo. O twitter se assemelha muito, IMO, ao bom e velho IRC, onde conversas paralelas aconteciam o tempo todo, envolvendo diferentes quantidades de participantes (inclusive, como no twitter, muitos não falavam com ninguém, meramente falavam). Diferentemente dos velhos canais de bate-papo, no entanto, no twitter você decide quais linhas de texto quer ler, e quais vai ignorar. É bastante comparável, referenciando mais uma vez o Markun, a uma mesa de bar: você estar sentado ao lado de uma pessoa não quer dizer que ela está lhe escutando. Não quer dizer nem que ela o conhece, dependendo do tamanho da mesa (já fui a alguns #nobs onde era difícil lembrar o nome de todos os presentes).
Mas pra que serve o twitter? Ora, acho que ele serve pra quase tudo.

Tirei esse screenshot enquanto escrevia esse post. Percebam: o @brunobarreto fala do que acabou de comer e aproveita pra anunciar o que comerá amanhã (referenciando a "@" que lhe passou a dica); o @limareis conversa com alguém que eu não sigo sobre algo que eu não faço idéia o que seja; a @tativiana fala com a parede, aparentemente uma parede bilíngue... Enfim, cada um faz da ferramenta o que melhor lhe apetece. Eu, particularmente, adoro o potencial de difusor de notícias do twitter. Quando houve um terremoto em São Paulo, por exemplo, os twitteiros noticiaram muito antes de qualquer portal. Horas antes dos grandes veículos tocarem no assunto, já se via centenas (quiçá milhares) de tweets dizendo em que regiões e cidades se pôde sentir o tremor, e o que passou pela cabeça das pessoas naqueles momentos. Quando um avião caiu em Denver, Colorado, o primeiro a noticiar foi um twitteiro, de dentro do avião. Isso sem falar do cara que foi preso no egito enquanto cobria um protesto e conseguiu alertar seus seguidores twittando do celular.
Outra característica bacana do twitter é o alcance do conteúdo, diretamente definido pela sua relevância. Explico: se você envia um tweet sem importância, ou, melhor, ao qual outras pessoas não dão importância, ele se perde, vira ruído. Agora, se você produz um conteúdo interessante o bastante para ser retweetado, ele ganha relevância e alcança pessoas muito além da sua rede de seguidores. Um "@" presente naquela imagem ali de cima prova isso. O @brunobarreto hoje trabalha comigo na Nunklaki Comunicação, como desenvolvedor, e foi contratado graças ao twitter. Eu não o seguia, ele não me seguia, mas twittei a vaga e ele, de outro lado, twittou que estava sem emprego. Depois de retweets e mais retweets, a vaga chegou a ele, e o candidato chegou a mim. Aliás, o @limareis conseguiu o emprego quase do mesmo jeito, com a diferença que já nos conhecíamos e seguíamo-nos.
Em resumo, no twitter você pode:

- Anunciar updates do seu blog;
- Publicar notícias curtas;
- Trocar links interessantes;
- Falar com a parede (e às vezes obter uma resposta);
- Buscar emprego;
- Organizar flashmobs, idas ao bar, festas e outras muvucas;
- Falar mal do Lula;
- Comprar briga com alguém que falou mal do Lula;
- Contar piadas;
- Fazer #mimimi;
- Etc (considere aqui tudo o que você conseguir fazer com 140 caracteres).


 

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