Velta Manga Parte V: Velta




Eu sei que eu deveria ter feito os cabelos de Velta mais compridos... Mas fiquei com preguiça.

Bom... Velta é a contraparte de Kátia. Isso todos já sabem. Pelo que eu disse antes, dá pra notar que vejo as duas com personalidades bem distintas. Mesmo dividindo a mesma mente, ao se transformar em Velta, Kátia dispararia uma espécie de gatilho. Toda a sua introspecção e timidez desapareciam no processo e dariam lugar ao exibicionismo e a um comportamento muito mais enérgico.
Resumindo, Velta falaria alto, riria das piadas mais bobas (principalmente das suas próprias) e faria tudo o que tinha vontade de fazer, mas na forma de Kátia não podia. Seria uma pessoa muito menos contida, por assim dizer.
Uma adolescente num corpo de mulher podendo fazer tudo o que deseja? Isso abre muito espaço pra comédia, sem dúvida.

Velta Manga Parte IV

Resumão II: Emir Ribeiro











Velta Manga, Parte III

Resumão I: Katsura













Velta Manga, Parte II

Referências e Comparações

Quando penso em uma versão “mangalizada” de Velta, não posso deixar de traçar um paralelo entre dois personagens e dois artistas. Velta, de Emir Ribeiro e Momonari Junta, de Masakazu Katsura. Irão dizer que estou louco, mas é algo com o que já me acostumei.
Katsura é dono de um estilo único, e uma mente obviamente pervertida. Fazendo mangas para o público juvenil, suas mulheres são idealizadas: lindas, inocentes, e extremamente sensuais em sua ingenuidade. Alguns chegam a caracterizar seus trabalhos como “super-soft-hentai”, ou seja, algo como “erótico super leve”. O que significa isso? Significa que Katsura tem uma insistência por poses e situações erotizantes. Mulheres de toalha, nudez sugerida, roupas extremamente justas que valorizam os “atributos” de suas personagens, e posições bastante indecorosas. Ainda assim, suas personagens (principalmente femininas) carregam características bastante nipônicas (como os olhos e formato do rosto, além de baixa estatura) ao contrário de muitos outros mangas onde há um desfile de louras esculturais e galãs multicoloridos. Assim como Emir Ribeiro, ele sabe valorizar o biótipo comum em seu país, e representa em suas histórias o ideal de beleza daquela cultura. Um exemplo disto é Iori, da série I’s (que infelizmente não saiu por aqui). Outra familiaridade entre os dois artistas é sua adoração por bundas (que aliás, é uma das características marcantes de Velta).
E já que estamos falando novamente de Velta, aqui entra a comparação da loura bunduda com Momonari Junta, o Mega Playboy de D.N.A.². Nesta ótima série de Katsura, é contada a história de um adolescente que tem um problema grave: ele vomita sempre que fica excitado; o que destrói suas possibilidades com as mulheres. Ainda assim, ele está predestinado a se tornar o maior playboy do mundo, engravidando cem mulheres que trarão ao mundo cem playboys idênticos ao pai, e esta será uma das principais causas da superpopulação no futuro. Uma agente deste futuro, Karin, é enviada à época de Junta para bloquear seu DNA de playboy, e assim salvar o futuro. Tudo acaba dando errado, porém, e Junta se torna o Mega Playboy antes do tempo, e com super-poderes. Começa a saga de um adolescente introvertido que se transforma ocasionalmente num super-galã que faz todas as mulheres se apaixonarem por ele. Está dando pra captar as semelhanças com Velta?

Personagens

Kátia: Eu vejo muito de Iori (de I’s) e outras garotas de mangas para adolescentes em Kátia. Imagino-a nos seus 14 ou 15 anos, mochila nas costas, freqüentando um colégio conservador e enfrentando os problemas típicos dessa idade. Ela seria uma menina muito bonita, mas um tanto quanto fechada, introvertida.

Sr. Farias: Um homem duro e disciplinador, único responsável pela criação de suas filhas. Eu o faria à imagem e semelhança de Emir, o grande “pai” de Velta (ou seja, rechonchudinho e bigodudo). Seria um homem um pouco antiquado, mas bastante batalhador e honesto. Suas atitudes repreensivas em relação às filhas seriam responsáveis por Kátia se “libertar” somente na identidade de Velta.

As irmãs Farias, e Kelson: Várias e várias irmãs. Não é necessário citar os nomes, já que elas representariam algo como as meias-irmãs de Cinderela. Estariam lá para tornar a vida de Kátia um verdadeiro inferno, e tornar mais evidente a crise de identidade que resultaria na personalidade de Velta. Originalmente, Emir criou apenas três irmãos: Kátia, Karina, e Kelson. Tudo o que eu fiz aqui foi dividir a personalidade de Karina em várias irmãs sem nome, e afastar um pouco Kelson da trama (já que ele é o mais velho e já não mora com o pai). Ele estaria presente, ocasionalmente, como um exemplo para Kátia. Uma característica bastante presente nos mangas é a adoração pelos irmãos mais velhos e desta forma, Kelson seria um modelo para ser seguido. Aos olhos de Kátia, ele seria maduro, inteligente, bonito e tudo o que ela procura num homem. Isso explica em parte a paixão instantânea de Kátia por Gilberto (que poderia muito bem ser amigo de Kelson, para aumentar a interatividade entre os vários personagens).

Gilberto: Um ex-policial que ficaria na cola de Velta, quando esta surgisse. Alto, louro e de olhos azuis, Kátia se apaixonaria por ele no primeiro momento, mas só conseguiria demonstrar esse sentimento quando estivesse na forma de Velta.

Zé Roberto: O “valentão da escola”. Como é minha idéia focar muito mais na intimidade de Kátia que em sua atuação como Velta, fico pensando em vários personagens para completar seu círculo de conhecidos. Zé Roberto, no caso, seria um garoto desprezível e cheio de maneirismos americanizados, que atormentaria Kátia e suas amigas.

Erick: O melhor amigo de Kátia, e seu único confidente. Erick seria secretamente apaixonado por Kátia, mas por ser tão tímido quanto ela, jamais encontraria a chance de se declarar, e por isso acabaria perdendo-a para Gilberto.

Snirko: Um alienígena asqueroso e de baixa estatura, fugitivo de seu planeta e inimigo de uma raça de mulheres altas e louras. Ele é o responsável pelos poderes de Velta, e funcionaria a princípio como uma espécie de mentor, até que Kátia descobrisse suas reais intenções.

Doroti: A pior inimiga de Velta não poderia ficar de fora desta versão manga. Os aspectos mais “esdrúxulos” de sua origem ficariam umpouco de fora, meramente subentendidos, e sua personalidade seria focada na curiosidade e no desejo de experimentar.

Homem de Preto: Um personagem que aprendi a gostar muito, e não poderia deixar de fora também. Aqui, eu o mudaria radicalmente, dando a ele um aspecto ainda mais sombrio, demoníaco. Não se saberia sua identidade jamais (como nas histórias originais do Emir) e, mais ainda, não se saberia suas intenções. Justiça seria a desculpa para a violência extrema deste personagem.

Continua no próximo post... ^_^

Velta Manga

Recentemente o Emir me disse que finalmente Velta Manga iria sair. Eu já havia visto uns dois desenhos feitos pelo HDR algum tempo atrás, e nada mais justo que colocar esse trabalho nas mãos do cara. Mas...
O meu grande problema é ser muito inxerido. E ter várias e várias idéias sobre tudo. E mesmo sabendo que o Emir tem grande confiança no HDR, não posso deixar de ficar aqui no meu canto imaginando como eu faria o título.
Isso, pra quem quiser ler, nada mais é do que um exercício imaginativo. Não pretendo lançar essas idéias para o Emir, até porque a história já está sendo produzida. Mas... Sabem como é... Eu tinha de escrever isso :)

Pra começar, o que mais me preocupa é o título "manga". Normalmente as pessoas associam o estilo a olhos grandes e queixos estilizados. Conheço alguns bons artistas (como o Marco Santiago) que desprezam o mangá, exatamente por essa banalização do traço. Eu, pelo contrário, adoro o mangá. Não pelos motivos habituais, o fanatismo de pessoas que criam fã-clubes e etecetera; mas sim por toda a carga cultural. O manga, por incrível que pareça, é um dos gêneros quadrinhísticos mais influenciado pelo quadrinho norte-americano. As primeiras histórias cômicas surgiram bastante calcadas nos cartuns estadunienses, e anos mais tarde a estética dos super-heróis invadiu as mentes de centenas de manga-kas (se não acreditam, vejam Dragon Ball, que nada mais é do que uma maneira mais divertida e violenta de recontar a história do super-homem). Ainda assim, o manga consegue ser único, legítimo. Eu comecei a perceber essa legitimidade uns três ou quatro anos atrás, quando descobri os mangás escaneados. Traduzidos do japonês para o inglês, muitos deles (quase todos, de fato) vinham com pequenos comentários dos tradutores, explicando hábitos e palavras japonesas. Coisas que, para a sociedade ocidental, simplesmente não possuiam tradução. Um manga original (ou seja, feito no japão mesmo) traz não somente personagens estilizados e de olhos grandes. Traz através de seus desenhos toda uma identidade japonesa: seus personagens agem de uma forma que não compreendemos bem, seus valores, seus sentimentos, são coisas que parecem bastante distantes. A própria narrativa, ágil e dinâmica, traduz a necessidade do japonês de ter entretenimento rápido e ainda assim de qualidade. As cores em que as revistas são impressas são devidamente planejadas para instigar nos leitores emoções condizentes com a história, e estas cores têm ligação direta com sua história, e com o ambiente em que vivem. É uma manifestação cultural que quadrinista nenhum, de outra parte do mundo, consegue reproduzir. E é por isso que eu adoro o manga.
Porque vejo nele o ponto que o quadrinho brasileiro pode atingir. A possibilidade de, apesar das mil influências externas e a americanização dos estilos, ainda assim criar uma identidade facilmente reconhecível, e quiça imutável. Independente de desenhos ou métodos narrativos. Algo em que você possa colocar os olhos e imediatamente dizer: isso foi feito por um brasileiro; e é muito bom. Porque ali dentro, daquela revista, daquela história, estaria a nossa cultura, os nossos costumes, os nossos anseios.

O que isso tem a ver com Velta Manga?


Tudo! Velta é um dos maiores exemplos para o quadrinho nacional. Alguns a adoram, outros a odeiam, mas ninguém consegue ficar imparcial. Boas ou ruins, suas histórias a trinta anos tem um brasileirismo contagiante, um respeito pelas pessoas daqui, e uma absorção inteligente das influências estrangeiras.
Criar uma versão "mangalizada" de Velta seria pegar emprestados o desenho e a narrativa japoneses, e dar, para a nossa cultura, a mesma importância que eles dão para a deles.
Traduzindo, Velta seria mais que uma loura gigante e com olhos exagerados. Mais do que isso, seria uma brasileira. As histórias, rápidas o suficiente para se ler no ponto de ônibus (como de fato os japoneses lêem os mangas, à espera no metrô) combinariam detalhes de sua vida íntima com combates contra bandidos e monstros.
Eu focaria muito mais na vida de Kátia, do que de Velta. Desenvolveria a relação dela com o pai, e com as irmãs (que, aliás, apareciam a todo momento). A mostraria indo à escola, se relacionando com amigos muito próximos, e talvez até lhe arrumasse um namorado (não me esquecendo de Gilberto, claro, que surgiria depois).

A minha "visão" de Velta, propriamente dita, virá no próximo post, que é o de número 1000. :)

Roubado do Averon, que roubou do Wind, que roubou do JC:

"Pegue o livro mais próximo de você.
- Abra o livro na página 23.
- Ache a quinta frase.
- Poste o texto em seu blog junto com estas instruçoes."

Zunto:

"Ela pensa que pode vendê-lo."

(acreditem: vocês não vão querer saber que livro eu peguei)


 

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