19/12 - sexta-feira

Jantar da Polícia Federal. Passei boa parte da noite me segurando pra não começar a contar piadas de milicos. Perdi a linha por completo, me atirei na fila do buffet e enchi o prato com tudo o que deu pra pegar. Os elegantes policiais e suas elegantes famílias fizeram o mesmo. Bolinhas de batata foram o marco da noite. Eu, quando voltei pra casa, era praticamente uma, também.

20/12 - sábado

Casamento do Fox. Célia resmungava sem parar, dizendo que estava mal vestida. Eu respondia:
- Imagina! Você tá linda. Mal vestido tá o Afonso.
Era verdade. Ninguém entendia o que o padre falava, muito menos os noivos. Gabriela resolveu rir logo na parte em que deveria jurar fidelidade ao marido. Cômico, muito cômico. No jantar, eu e Mentow pensávamos se já era hora de repetir. Célia avisou:
- O Bruno já tá lá.
Bolinhas de batata, de novo!

21/12 - domingo

Minha formatura. Depois de nove anos, enfim terminei o segundo grau. Passei a colação inteira tentando enxergar minha mãe na multidão, sem sucesso. Se ela não viesse até a frente, eu ia ficar com a rosa nas mãos na hora de fazer homenagem aos pais. Fiquei sentado entre duas choronas, que perguntavam o tempo todo se não haviam borrado a maquiagem. Dancei pouco, não tenho mais o mesmo pique que tinha aos meus vinte anos. A música também não colaborava pra isso. Levei quase uma hora procurando minha mesa e voltei pra casa com um insuportável bafo de cerveja.

22/12 - segunda-feira

Havia prometido à minha sogra aparecer na sede balneária da OAB para ajudá-la com o restaurante. Acordei no meio da tarde e não tive forças nem paciência pra fazer nada além de ficar sentado na frente do computador. Levei bronca da patroa. De noite, fui a Jurerê festar com Fox, Gabriela e demais parceiros de copo, e resolvi não avisar a patroa pra não levar mais bronca. Me arrependi ao chegar lá. Bateu a saudade. Resolvi ligar para ela, e, claro, levei bronca.

23/12 - terça-feira

Acordei com o Fox me ligando, perguntando de dois mil reais desaparecidos durante a festa. Depois do escarcéu todo, foi-se descobrir, ao fim do dia, que os pais da Gabriela haviam guardado o dinheiro. Fui até a Cachoeira do Bom Jesus, prestar satisfações à minha sogra e me surpreendi com o carinho que meu sogro me recebeu. Minha irmã chegou de Belo Horizonte. Descobri que abriu uma Blockbuster perto da minha casa. Fiz cadastro e coloquei quase todos aqui de casa, além da Célia, como meus dependentes. Não coloquei meu irmão, porque ele é caloteiro e deve mais de trinta reais na Videoteca.

24/12 - quarta-feira

Véspera de natal, mais um dia agradável e cada vez maior a confirmação de que nada poderia dar errado. Passamos o dia, eu e a Célia, com meus sogros, na OAB. De noite, ceia e cerveja na casa da minha avó. Meu primo seguiu a tradição familiar e ora carregava seu pai para um canto, ora falava para todos sobre a operação que fez no pinto. Descemos para pegar mais cerveja, e ele insistiu em me mostrar o resultado da operação, e ainda saiu lamuriando aos quatro ventos o absurdo de eu ter pedido que ele colocasse o instrumento de volta nas calças. Célia, desavisada, teve de aturar perguntas sacanas como "tu morde a tetinha dele com piercing?".

25/12 - quinta-feira

Natal, enfim. Almoçamos com meus sogros, novamente, e já emendamos a tarde trabalhando. Comida boa e banho de piscina. O fim de ano começava a ficar cada vez melhor.

26/12 - sexta-feira

Acordamos com uma surpresa desagradável, mas ignorá-la não foi uma tarefa difícil. Pessoas querendo atrapalhar nosso relacionamento existem aos montes desde que ele começou. Célia foi trabalhar, eu também. Dona Helena se mostrou uma empregadora mais simpática do que eu imaginara.

27/12 - sábado

Aniversário de namoro. Um ano juntinhos, colados, viciados um no outro. Brigas raríssimas; por motivo que o valesse, então, quase não existiram. Nos vimos em todos os finais de semana deste um ano, e com certeza não ficamos mais que dois dias separados, nunca. Fizemos tremendo alarde na última semana, por estar se aproximando tão importante data, que quando esta chegou, nos esquecemos por completo. Só formos nos dar conta no fim da noite, antes de voltarmos da OAB.

31/12 - quarta-feira

Último dia do ano. Cheguei tarde na OAB pra terminar os preparativos da festa. Comprei balões, velas, talheres de plástico, e saí roubando flores de todo lugar. Mal cheguei para trabalhar e já tive de sair novamente, para comprar frutas e bebidas. Eu e minha cunhada montamos uma mesa de frutas de botar inveja em muito serviço de buffet profissional. Célia chegou quando terminávamos. Nosso rendimento triplicou nesse dia, apesar do escândalo criado por uma cliente mal-comida. Assistimos aos fogos na praia, bebemos sidra vagabunda, cerveja, e batidinhas. Minha cunhada ria sem parar, depois de umas tantas pinas coladas.

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