Sexta-feira, caminhando pelo centro (ou melhor, correndo, pois o horário de visitas do hospital era até as quatro e eu ainda precisava passar no banco), passo em frente ao Bob's e encontro um Shao barbado e bêbado que grita por mim à distância: "Ei! Olha lá meu sóóócio!"
O indivíduo não dizia coisa com coisa, só repetia que tinha ficado rico da noite pro dia e não sabia mais o que fazer com o dinheiro.
- Tenho R$34.608,56 no banco. Tinha trinta e cinco... mas eu bebi.
Contou também que quando vivia duro, não arrumava emprego. Agora que nadava na bufunfa tinha arrumado um emprego de segurança a vinte e cinco mangos por noite. Eu não saberia dizer se ele reclamava ou fazia piada.
- Ah... Comprei um bar pra gente. Paguei 15 mil, mas valeu a pena... O bar é lindo.
Não deu pra perguntar muito mais sobre o assunto pois me faltava tempo e a Célia já me puxava pelo braço. Prometi passar por ali mais tarde ("Se eu não tiver aqui, tô no boteco do lado" - disse ele), mas os planos não colaboraram.
Sábado à noite, depois da terceira tequila, uma loira desconhecida me cutuca e aponta pra cima. Eis que em cima de uma plataforma estava um shao (sóbrio, dessa vez) engravatado e com o crachá da FMX.
- Eu ia inclusive te ligar pra convidar pra vir pra cá.
- É mesmo?
- É, mas não tive pouco tempo. De qualquer modo, nem precisei. (risos)
- Depois tenho que falar contigo.
- Eu também. E ainda quero saber como diabos tu gahou 50 mil de uma hora pra outra.
- Anh? Até tu já tá sabendo? Quem foi que te contou?
- Tu mesmo, rapaz! No meio da bebedeira de sexta!
- Ah é?
E nada mais foi muito bem explicado.

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