Filmão bom hoje no Cinemax. Célia roncava ao meu lado enquanto eu matava a saudade de Superman. Um clássico. Definitivamente, é difícil imaginar alguém que encarne melhor o personagem do que o Christopher Reeves. Quando vejo os rapazotes que a Warner vem escolhendo para o novo filme, fico deveras decepcionado. Chego a concordar com a idéia que circula por aí de que deviam fazer do novo filme uma continuação de Smalville. Há um background todo preparado, a imagem dos atores já está fixada na mente do público e a associação destes com seus personagens tornaria a idéia muito mais viável que as toscas idéias hollywoodianas que venho ouvindo.
Voltando a falar de Reeves, outro dia assisti com a Célia um documentário sobre o cara. Pra quem cresceu vendo Reeves voar pelos céus e inverter a rotação da Terra, a imagem dele lutando para mover um dos dedos da mão é digna de lágrimas.
Para mesclar ainda mais a lenda com o ser humano, reeves é um dos maiores ativistas pela clonagem humna. A luta de Reeves tem a ver com as células-tronco embrionárias. Estas células possuem uma capacidade única de se diferenciarem de todos os tipos de tecidos. Quando coletadas de embriões muito pequenos, são ainda mais flexíveis, podendo se transformar em qualquer outro tipo de células. A grande polêmica em torno das células-tronco é sua origem: comumente de embriões abortados ou descartados de programas de fertilização. Podem ser extraídas também, no entanto, de cordões umbilicais e dentes de leite.
A saída exigida pela comunidade científica para adiantar a pesquisa das células-tronco tem a ver com a clonagem de embriões humanos, mas infelizmente - com excessão do Reino unido, que inclusive criou o primeiro banco de células estaminais do mundo e já iniciou a "fabricação" de células-tronco - país algum no mundo legislou ou mesmo assumiu posição precisa quanto à clonagem. É uma batata quente saltando de mão em mão, e ninguém quer arriscar dar a declaração errada. Portanto preferem ficar calados.
Se bem sucedida, a pesquisa para criação de células-tronco em laboratório poderia curar diversas doenças degenerativas, como diabetes e mal de Parkinson. Além da lesão que paralisou completamente reeves.
Onde isso se cruza com a lenda so Superman? Em vários pontos. Na clonagem. Na ética da ciência. Na polêmica. É só escolher.
Explicando: segundo antigas histórias do personagem (vamos ignorar as mais recentes, que mais complicam do que explicam coisa alguma), a milênios atrás, houve uma grande guerra em Krypton, planeta de origem do herói azulão. Essa "Guerra dos Clones" (não confundir com a guerra clônica de Star Wars) tinha por motivo a ética (ou falta de) dos cientistas kryptonianos, que clonavam seus semelhantes para "peças de reposição". Se um kryptoniano perdesse um membro em um acidente, ou precisasse de algum transplante, este órgão seria retirado de uma fonte totalmente compatível: seu próprio clone. Depois de anos em guerra pelos "direitos dos clones", um grupo extremista criou um aparato que daria fim à luta: o Erradicador. Esta arma poderosa causou grande destruição, além de provocar uma reação em cadeia no centro do planeta, que dois ou três mil anos depois, levaria à destruição do mesmo. Não obstante, o Erradicador viria a ter grande participação na vida do Superman, sendo o responsável pela construção da Fortaleza da Solidão e inclusive substituindo o azulão durante o período em que esteve morto.
E hoje vemos um Superman debilitado, mas ainda cheio de coragem, conclamando que as pessoas discutam sobre a mesma ética científica que nos quadrinhos causou tanto mal. O grande diferencial é: ma vida real, nos vemos obrigados a concordar com ele.

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