Eu não sei bem se as pessoas falam certas coisas por achar realmente que alcançaram uma nova fase, ou se o fazem pra provocar reações adversas e estudar seus resultados. Eu até compreendo certos tipos de jogo, eu me rendo a eles também. Criei o blog pra dar em cima de uma mulher. Eu escrevia exatamente o que queria que ela pensasse de mim, e ela lia todos os dias. Terminei esse relacionamento, comecei outro, e adaptei o blogue à situação. Falava de modo sincero o que sentia, o que pensava, o que esperava. E tinha de aguentar longas conversas que começavam com "Li o teu blogue, e acho que a gente precisa conversar...". Terminei este relacionamento também, pra variar. E novamente adaptei o blogue. Mascarava as coisas, falava sobre bobagens aleatórias, para que ela soubesse o mínimo do que eu estava fazendo da minha vida. Quando ingressei num novo relacionamento, dei dicas no blogue, mas não citei o fato em si.
Babaca da minha parte? Acho até que concordo. As pessoas às vezes se deixam levar pelas emoções que surgem temporariamente, aquelas mesmas que somem tão rapidamente quento surgiram, e fazem você se areepender de muita coisa que fez/falou. Como ficar magoado e demonstrar através do blogue como você estava se divertindo, bebendo e beijando na boca, aproveitando bem essa sua nova "liberdade". Mas isso não é justificativa pra nada.
Desde o início do ano, só havia uma pessoa que ocupava minha mente. Tive uns três casos e um pseudo-namoro, além de várias guerras ocasionais que me ajudaram numa quase infrutífera tentativa de tirá-la dos meus pensamentos. A quem eu queria tentava enganar falando sobre ir pra Niterói de mala e cuia na mão? Só a mim mesmo.
A uma ou duas semanas atrás, eu estava no centro, fazendo compras com a minha irmã (na verdade, ela comprava e eu carregava). Ela falando do gatinho dela, como era querido, fofinho, e também como era cretino e cachorro por não ter ligado ainda. Acabei citando dois ou três ocorridos da minha vida amorosa recente, e ela quis saber por uqe motivos, afinal, eu havia terminado com essa pessoa que eu tanto gostava. A resposta foi não muito curta mas ainda assim grossa, sem pensar muito, do tipo de coisa dita sempensar que depois se mostra como a verdade das mais absolutas: "Ela queria um machão. Homem ciumento, que pegasse no pé, quisesse satisfações de pra onde ela ia, com quem e quando voltava. Que inventasse desculpas pra sair sem ela e agarrasse duas ou três menininhas rezando pra não encontrar com alguma amiga dela". Tá certo, não é uma verdade tão absoluta, mas é bem próximo disso. Até hoje eu lembro do carnaval (ontem, Saulo pentelho veio tocar no assunto, e achou que eu REALMENTE tivesse feito alguma coisa). Acho que se, de fato eu tivesse agarrado as duas ou três fulaninhas que disseram que eu agarrei... não só isso como ainda tivesse ADMITIDO e pedido mil desculpas; a coisa se resolveria com muito mais facilidade. Mas foda-se. É passado, foi-se, não volta, e não adianta chorar.
Aprendi nesses tempos, também, a não escutar os outros. Não acredito que cheguei a me sentir culpado de iniciar novos relacionamentos, pra depois descobrir que ela havia feito o mesmo... só que ANTES. Beleza... Não sei nem por que eu ainda me preocupo com isso. Foi-se. Passou. Acabou. Não foi nem um namoro de verdade. Foi um caso mal resolvido de início de ano. Hoje somos apenas grandes amigos, que combinam mil vezes de saírem juntos mas nunca o fazem. Que fazem confissões um ao outro sobre como andam suas vidas íntimas, e que, supostamente, recebem todas as novas informações com alegria e carinho, desejando toda a felicidade para a pessoa que um dia foi sua contraparte. Mas eu, mané como sempre, fiquei um passo atrás e continuei me afetando com essas informações. Como disse Silent Bob em "Procura-se Amy": "Você não quer saber, mas você PRECISA saber".
Aproveitando a frase acima, vem a minha nova decepção. A mentira. Você não quer saber, mas, mesmo que não precise de verdade, você não se controla e sente que tem de saber a todo custo. Então eu perguntei. Fazia duas ou três semanas que estávamos juntos. Uma semana antes dessa "conta" começar, ela havia ficado com um amigo meu. Na mesma noite, ouvi comentários que me machucaram um pouco, mas ignorei. Eu estava com outra naquela noite também. É justo. Semana seguinte, já estávamos juntos. Na outra semana, tive o desprazer de aturar o dito cujo daquela primeira semana, bêbado e me descrevendo detalhe por detalhe o que havia feito com ele. E é isso que nos leva àquela continha de três semanas e toda essa enrolação narrativa. Demorei pra tomar coragem, mas perguntei. Ela já sabia que algo me preocupava. Aquele turbilhão de dúvidas na minha cabeça: a gente ainda não estava junto, eu não tenho nada a ver com isso, ela faz o que quer da vida dela. Mas acabei perguntando, e ela me insistiu que era mentira. "Estou acostumada a inventarem coisas que não fiz. Não foi a primeira vez nem vai ser a última", foi a resposta dela. E eu, pobre apaixonado, acreditei.
Sete meses depois, sei lá se com ou sem propósitos (não me importa, nem tampouco vou perder meu tempo com teorias paranóicas sobre como cada palavra dela tem o objetivo de causar uma reação diferente em mim; vou acabar ficando louco e viajando muito na maionese), descubro que ela mentiu. Volto aquela antigo ponto, me lembro da noite (da qual me arrependo tanto) em que, bêbado, pedi que ela sumisse da minha vida. Há uma conexão mas não consigo explicar. Faz o que queres pois há de ser tudo da lei. Todo homem e mulher é uma estrela. Um animal livre. E eu não tenho nada a ver com isso. Mas saber que uma mentira foi sustentado por tanto tempo por alguém para quem eu sempre tentei demonstrar tanto amor e carinho... É algo que magoa muito, e vai me fazer ficar bastante puteado durante umas boas semanas... Estou quase deletando esse post, pois ela lê o blog aos fins de semana. Mesmo quando diz que não vai mais lê-lo, continua lendo. Mas, se eu quiser algum dia assumir a posição de amigo até o fim dos tempos (cadeiras de balanço, o velho e a velha, olhando a grama crescer) com a qual me comprometi... É bom que eu não esconda o que sinto. Ela e o namoradinho dela que sejam felizes para sempre, tenham sete filhinhos lindos e chamem um deles de Dunga. Mas que por favor.. Só me procure quando realmente precisar de mim, pois nesse momento nunca falto àqueles que amo. Enquanto esse momento não chega, deixa eu curtir minha auto-depreciação, minha paranóia de indivíduo não-amado, e minha vontade de dar socos na parede.
"Inté"...

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