quando eu tinha meus seis anos de idade, eu tinha sérias dificuldades em me relacionar com as pessoas. Apesar de uma capacitade natural (e assombrosa, aos olhos de minha mãe) de fazer novas amizades (era comum eu aparecer cada dia com um amigo novo em casa... se não mais), eu não sabia de forma alguma, depois de certo tempo, como lidar com elas. Além disso eu sofria de certos distúrbios gastro-intestinais que me causaram problemas até o início da adolescência. Depois de colsultar diversos médicos, descobriu-se que a causa disso era emotiva, e fui encaminhado a psicólogos e psiquiatras (sessões que resultaram em anos e anos à base de Tofranil®, um remédio obscuro que me deixava enjoado, e só pouco antes de meu pai falaer eu fui descobrir que se tratava de um antidepressivo). Ainda criança sentava-me na frente da Lucila (psicóloga muito amiga da minha mãe) e respondia perguntas sobre os dias da semana, encaixava peças de madeira, brincava com bonecos de pano, e etecetera.
Só alguns quatro anos depois, já nos meus dez anos de idade, meus pais foram conversar comigo sobre o assunto. Sentados numa das mesas do Bem Bolado, restaurante filiado à Associação do BESC e que frequentávamos bastante, eles me disseram que eu era um "super-dotado". Minhas dificuldades de relacionamento eram devidas ao meu alto quociente de inteligência, de número exato 141. Isso com certeza explicava o apoio que me era dado, por parte de meus pais, em todos aqueles assuntos e interesses que surgiam em mim, apesar de serem bastante incomuns entre as crianças de minha idade: enquanto os vizinhos de baixo pintavam revistas de dinossauros, eu decorava o nome de cada um deles e suas características; enquanto os amigos de escola comentavam sobre o teatro de fantoches que viram no colégio e os novos desenhos do "Xou da Xuxa", eu tratava de construir minhas próprias marionetes, meus robôs de papelão e aprendia tudo o que podia sobre animação com meu pai; enquanto todos eles liam "Turma da Mônica" e desenhavam um sol sorrindo, eu lia "Asilo Arkham" e "V de Vingança", colecionava livros sobre o sistema solar, e começava a jogar RPG.
Isso explicava também as minhas amizades: as mais fortes eram com pessoas mais velhas. No Colégio Barddhal (ainda na primeira série), meu grande amigo era o Caiubi, desenhista que trabalhava na gráfica do colégio. Depois veio o meu amigo "Super Interessante", mencionado muitos posts atrás. No meio disso tudo, haviam os amigos da minha irmã, sempre mais velhos que eu, e muito mais atrativos que os da minha idade. Pouco depois do falecimento de meu pai, aos catorze ou quinze anos, houve o canal #floripa, e meus "cyber-amigos" com seus carros, bebedeiras e projetos de faculdade. Um deles, em específico, o Mário, um quase arquiteto de quase trinta anos; costumava dizer-me, "Presunto... Eu converso contigo e às vezes parece que falo com alguém mais velho que eu".
Muito tempo depois, veio a Escola Técnica. Pessoas mais novas que eu. As drogas. A bebedeira-de-todo-santo-fim-de-semana. Certo é que não se deve levar tão a sério um teste de internet, como o da Emode, que afirma que meu Q.I. agora é de 126... Mas não tenho dúvidas de que a maconha, a cocaína, os chás de cogumelo, as colas de sapateiro e os thinners, a bebida e o cigarro... Tenham feito muito mal à minha capacidade cerebral. Prova disso é o bloqueio criativo que eu tive logo após largar a cocaína, que me impediu por meses de pintar ou escrever qualquer coisa que fosse.
É... Talvez seja este o momento perfeito pra eu parar de fumar. Só fumar. Beber, não! Afinal, um copo de cerveja diário faz tão bem quanto um copo de vinho. E a minha cervejinha eu não largo mesmo.
- Felipe Meyer
- Publicitário, redator e pseudo-quadrinhista. Ser humano do gênero masculino mais perto dos 30 que dos 20. Gestor de conteúdo do Jornal de Debates. Formado em Comunicação Social pela Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina. Casado, pai de uma linda coleção de revistas em quadrinhos, exilado de Florianópolis e tentando fazer a vida em São Paulo, na Auszuglândia.
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