Você chega em casa e encontra uma fôrma de bolo com apenas dois pedaços (de bolo, claro) sobrando, escondidos num cantinho (a não ser que seja fôrma redondeda, ou seja, sem cantos, como no presente caso).
O ranzinza normalmente diria (ou pensaria): "bando de filho da puta... Fizeram bolo e nem lembraram de mim. Se eu chegasse um pouco mais tarde, nem ia saber que o bolo existiu."
O alegre, na mesma situação, cogitaria: "que ótimo! Fizeram bolo e guardaram dois pedaços pra mim. Como eles são legais..."
Já uma pessoa de bem com a vida, sem eira nem beira, sem elogios por fazer mas também sem críticas fortes, simplesmente exclamaria: "Oba! Bolo!"; e comeria de uma vez. E foda-se se o bolo era ou não era para ele.
Pois é... O bolo tava ótimo!
A cerca de um mês atrás, chegou pelo correio o folder da UDESC. Entrei na página, me inscrevi, imprimi todas as informações, o boleto bancário, a ficha do candidato, etecetera. Minha mãe disse: "temos até o dia trinta e um. Não se preocupe".
Os dias foram se passando e eu sempre que podia, dava uma relembrada. "Temos até o dia trinha e um. Não se preocupe, eu não esqueci". Em certo ponto eu só perguntava "que dia é hoje" e ela respondia "não esqueci do seu vestibular. Temos até o dia trinta e um".
Até que chegou o dia trinta e um, e quem adivinhar se eu tinha ou não os sessenta e cinco reais para a inscrição, ganha um doce. Pois é; cobrem de mim aqueles que responderam "não" (cobrem, mas não tenham esperanças, pois eu sou caloteiro).
Mas eis que a sorte nos sorri, e minha mãe, numa última tentativa desesperada, liga para uma de suas irmãs para pedir o dinheiro emprestado. A resposta que vem é melhor que a esperada: minha prima confundiu-se, pagou a inscrição e só depois descobriu que não havia vestibular para artes cênicas este semestre. Dei um pulo na casa delas, aqui do lado, peguei o manual do candidato e a ficha de inscrição (ainda não-preenchida) e fiquei me divertindo assinalando bolinhas. De repente surge um outro problema: o prazo de entrega da ficha de inscrição também é até o dia trinta e um, e eu não tenho uma foto datada, nem, por sinal, dinheiro para tirá-la.
Desespero! Desespero! Desespero!
Mas... Uma idéia maléfica passa por minha mente. Ao contrário da UFSC, o vestibular da UDESC só pede uma foto. E uma foto eu até tenho... colada na via do candidato para o vestibular da UFSC. Um estilete e muita cautela resolveram o problema. Agora tenho até janeiro para tirar outra foto e colar na via do candidato que sobrou.
E duas horas para chegar ao banco e entregar a ficha de inscrição. Portanto... Vou me arrumar e correr pro centro. Depois, acabo ficando por lá mesmo, até a hora da aula, e saio antes da terceira aula, para ver a estréia da peça da minha irmã. Há ainda o problema da garrafa de Smirnoff que devo para a minha irmã. Ela insiste para que eu pegue o dinheiro da garrafa com o Skayller e a Gisele, mas eu não tive coragem de dizer que nenhum dos dois me deve nada. Ou seja: a dívida é minha e só minha, e o prazo final para pagá-la encerra-se hoje. Nem vou ficar para dar os parabéns. Depois que a peça terminar, eu pico a mula e invento uma desculpa posterior.
Eu não disse que sou caloteiro? ^_^
- I've never said how much I loved him...
- We never do... But they allways know.
- I think my son hates me... When I die... I'll know that I was wrong?
- Probably... not! That annoing kid hates everybody...
Ontem foi um dia para se fugir de tudo
Menos da política. Definitivamente, não havia meio de ignorar o que acontecia em nosso país. Eu, por exemplo, até tentei. No primeiro turno, passei o dia em casa, à frente do computador. Acompanhava as notícias minuto a minuto, cada nova urna quebrada, cada novo eleitor preso por estar bêbado ou fazer boca de urna. Acompanhei a apuração pela tevê e internet, alternei entre os canais Band News e CNN que praticamente só falavam das nossas eleições... Já no segundo turno, fugi de tudo isso.
Já tinha praticamente minha opinião formada. Votaria no Lula, sem dúvida, isso não se discutia. Nenhum dos candidatos a governador me agradava desde o primeiro turno, e essa impressão não mudou no segundo. Pretendia anular este voto, mas sabia que acabaria não o fazendo. Diferente do primeiro turno, acompanhei pouco as notícias destas últimas três semanas, ignorei o horário político, não li/assisti/ouvi as declarações dos candidatos. Os planos se resumiam a: acordar de manhã, votar, e fugir para a praia (afinal, eu jamais vi uma eleição em dia feio).
Mas como disse, é impossível fugir. Na frente da urna, me surgiram todos os discursos que minha mãe sempre fez sobre a importância do voto, de como a minha abstenção desfavorecia à democracia pela qual tanto lutaram os brasileiros no passado. Acho todo esse papo um monte de asneiras fantasiosas, que elevam demais a pouca glória do sistema em que vivemos, mas acabei me deixando afetar, e votei. Jamais acreditei que algum dia eu fosse votar no Amin. Mas votei. Amin é um filhote da ditadura que eu nunca suportei e todo mundo sabe que não presta. Luiz Henrique é outro filhote da ditadura, que não fede nem cheira, mas é burro feito uma jaca e não deve prestar também. Por via das dúvidas, foi o Amin mesmo, pra não ter de pensar muito. Me arrependi quinze minutos depois de deixar a zona eleitoral.
Na praia o papo era sexo, antigos namoros, música, e outros assuntos cotidianos sem muita importância. Tudo puro lazer. Mas é impossível fugir. A Gisele ligou, e logo quisemos saber como andava a pesquisa boca de urna. Lula tinha sessenta e três porcento e Luiz Henrique e Amin estavam praticamente empatados. "Vai ser voto a voto", disse o Windblow.
Voltando para casa, deixa Windblow aqui, deixa Patsy lá, a cidade estava um caos. Lula já era considerado eleito, e Luiz Henrique tinha a liderança por dezessete mil votos. Não parecia possível estacionar o carro em qualquer lugar. No Koxixo's, carros de som e um grande palco se preparavam para uma vitória do Amin, enquanto a polícia militar bloqueava a entrada dos carros. Disputando lugar com os carros caros e de grandes caixas de som, tocando techno, funk e alguns estilos de música que eu prefiro não saber sequer o nome; haviam as pessoas reunidas em volta do rádio do carro, acompanhando a apuração dos votos e torcendo por uma vitória petista.
Em casa, minha mãe brigava com todos. Chamava os eleitores de idiotas, ignorantes, e acusava-os de destruirem o Brasil. Lula já era presidente, mesmo antes do fim da apuração, e Luiz Henrique continuava na liderança, como eu havia previsto para o Windblowdurante a tarde. Apesar das exaltações, dos humores comprometidos, foi uma discussão engraçada. Minha mãe havia votado no Lula mas reclamava de sua vitória. Eu havia votado no Amin, mas torcia pela vitória de Luiz Henrique. Neoliberalismo, manutenções do capitalismo, dívida externa, pagar ou não pagar, empregos, teorias paranóicos de conspiração... Insisti ao meu cunhado que não acreditava que o Lula permanecesse mais de um ano no poder, e que não teria dado meu voto ao "Lulinha paz e amor" se ele defendesse durante a campanha as idéias revolucionárias-trotskistas que o PT defende nas suas bases. Revolução se faz com tiro na testa, não com eleição, eu disse.
Lula ganou. Daqui a pouco vai ter neguinho correndo pelado na rua, eu disse. E não tenho dúvidas de que em algum lugar isso aconteceu. Parecia final de copa do mundo. Os carros buzinavam, as pessoas pintavam a cara, corrinam pelas ruas enroladas em bandeiras do Brasil e do PT, e os carros de som do Amin desapareceram. Em questão de minutos, depois de termos voltado ao Koxixo's, os caminhões, o palco, os policiais; tudo sumiu. Restaram as pessoas a comemorar. O tráfego se normalizou, o movimento diminuiu e se dividiu. Bares, restaurantes, lanchonetes, estavam todos lotados. Passando em frente deles, me vinha à mente a idéia, de que em nenhum deles, nenhum mesmo, devia haver alguém falando sobre futebol ou sobre a novela das oito. Não existia outro assunto a se discutir, que não fosse a nossa última eleição e, principalmente, a vitória de Lula.
Acompanho as eleições desde oitenta e nove, quando ainda tinha oito anos, e fiz questão de participar das últimas três, me arriscando a parecer um grande idealista que dá mais importância do que deve a este "processo democrático". Bom, eu dou! Em noventa e oito disse: "Voto porque posso e quero. Sei que na próxima eleição votarei porque devo", porém votei querendo. E definitivamente, jamais vi uma eleição como essa. Ontem, se fez história.
Independente se o rumo da história daqui pra frente for favorável ou não.
Vocês acreditam em sonhos? Nem eu. Mas por via das dúvidas, é sempre melhor não arriscar. A alguns meses atrás, eu tive um sonho estranho. Estávamos eu, Skayller e mais três pessoas num carro. Ele dirigia, mas não era o carro dele (não me refiro só ao fato de não ser o escort, carro dele na época. Eu sabia que el não era o proprietário do carro do sonho, por alguma razão). Ao lado dele, havia uma loira, e atrás íamos eu, um rapaz e uma garota. Não soube lembrar, depois de acordar, se eu conhecia as duas figuras. Ao lado do carro, um outro carro desconhecido, pilotado por um também desconhecido motorista. O fulano colocou a cabeça para fora da janela e disse: "Carro rebaixado, hein?". Estava chovendo. O carro derrapou. Batemos. Não sei quanto aos outros, mas eu... Eu morri. E acordei.
Alguns sonhos deixam lembranças. Você não leva a sério mas lembra. Muitos deles tornam-se idéias para contos, no meu caso. Como o sonho que eu tive com um tigre branco chinês cujo nome significava "não diga para onde você vai". Se você dissesse, o tal tigre branco chinês místico aparecia lá antes de você e causava a maior zona. Uma história interessante. Ficou guardada. Algum dia, bem trabalhada, virará um conto. Sonhos que envolvem a minha morte já são comuns a muito tempo, como o sonho em que contratam o Ariel (antigo segurança do Subway) para me matar. Nem imagino a sensação de um tiro na cabeça, mas se for algo parecido com o sonho... dói! E muito.
De qualquer modo, ignorei o sonho. Ficou na lembrança, mas ficou de lado. Até hoje.
Estávamos eu e Skayller num carro que não era dele. Um corsa roxo. ele dirigindo, e a proprietária do carro no banco do carona. Atrás, eu e a Virgem Maria. O Ed passa do lado, emparelha os carros e abre a janela. Põe a cabeça pra fora e diz: "Esse carro é rebaixado".
Nessa hora eu gelei! Fiquei estático, imobilizado. Mesmo durante as manobras suicidas do ed e do Skayller ao volante, eu normalmente permaneço relaxado, despreocupado. Mas naquele momento eu estava congelado, de medo, de terror.
Aquela velha língua maldita... Ou pensamento: "pelo menos não tá chovendo". Meio minuto depois, desaba a chuva. Tudo bem que faltava o tal rapaz para nos fazer companhia no banco de trás, mas por via das dúvidas, na sinuca, chamei o Ed e o Skayller num canto, falei do sonho, e pedi pra não "brincarem" na hora de ir embora. Brincar, no caso, significa fingir que são pilotos de fórmula um no meio da beiramar.
Bom... Eles brincaram Não muito, já que o Skayller não queria se arriscar com carro dos outros, mas deram uma leve esticadinha. Não surgiu o terceiro caroneiro do banco de trás. Não batemos. Eu não morri.
Mas que eu tava cagado, isso eu tava...
Às vezes o blogger dá alguns bugs que não têm como resolver. O jeito é sentar e esperar. Mas e aquele post que você escreveu com tanta dedicação (tá bom... nem tanta) e bate uma preguiça imensa de escrever de novo? Cole num arquivo txt e deixe pra postar depois. O problema é se você esquece de postar...
Aí seguem alguns posts que estavam arquivados em txt:
2 de maio
Dois velhos funcionários, daquela empresa que tinha sua sede no alto daquela rua, aproveitavam um momento de lazer. Antes do horário de iniciar o trabalho, conversavam sobre os assuntos habituais: as esposas, os times do coração, os filhos insuportáveis, o trabalho cansativo. A certa altura da importante conversa, um terceiro e não menos desocupado funcionário surgiu com a pergunta: "Souberam do 'boy'?", e após uma rápida (e obviamente exagerada, como sempre são as histórias contadas antes do horário de iniciar o trabalho) descrição dos fatos, o terceiro saiu da sala, pensando em tomar um bom café forte para começar o dia (e em encontrar algum outro funcionário para compartilhar a história), deixando os dois funcionários a pensar sobre o assunto.
- O 'boy'... Quem diria? Era tão novo...
- Pois é, o 'boy'... Ele tinha quantos anos? Dezessete? Talvez dezoito...
- Ou quinze, ou vinte e um...
- É 'barra'... Como era mesmo o nome dele? João, ou José...
- Ou Rodrigo, ou Thiago...
- E a mãe dele, o que deve ter pensado... Tão simpática a Dona Augusta... Ou Dona Júlia...
- Ou Maria da Conceição...
Após breves cinco minutos, que poém pareceram uma eternidade, os dois funcionário (cada qual na casa dos seus quarenta anos, ostentando uma avantajada barriga de cerveja e uma habilidade sem igual de arrumar desculpas plausíveis para fugir do trabalho) perceberam a dura realidade: não sabiam nada sobre o 'boy'. Lembravam, sim, de tê-lo visto várias vezes pela empresa, com seu boné virado para trás, e suas calças rasgadas, que eram sempre as mesmas, mas por alguma razão em algumas lembranças surgia perfeitamente bem conservada. Lembravam perfeitamente de seus cabelos, que podiam ser louros, morenos, ruivos, curtos ou compridos, lisos ou cacheados, mas ainda assim, eram vívidos em suas lembranças. Lembravam do sotaque carregado do rapaz, que podia ser gaúcho, paulista ou nordestino. A secretária, ouvindo a conversa dos dois, lembrou também que podia ser um sotaque interiorano, mas eles não deram atenção.
Uma rápida visita ao departamento social deixou os dois funcionários ainda mais confusos. Descobriram que o "boy" poderia ser também um assistente, ou um programador, ou mesmo um 'designer'.
Lembraram que o 'boy' (ou assistente, ou programador, ou 'designer') havia sido contratado pelo chefe de seção, mas este não soube dizer se o 'boy' (ou assistente, ou programador, ou 'designer') trabalhava em meio período, integral, ou mesmo como free-lancer.
Na contabilidade, onde a investigação dos dois funcionários já havia sido percebida (como sempre são percebidas e aumentadas as histórias contadas durante o horário de trabalho) surgiam cada vez novos boatos sobre o 'boy' (ou assistente, ou etecetera). A mocinha das cópias, do terceiro andar, lembrou de ter levado uma cantada do 'boy' em certa ocasião, mas não soube dizer se reagiu bem ou mal, ou se lhe deu um tapa na cara ou se havia aceitado o convite para sair. Poderia mesmo ter ido com o 'boy' a um motel, mas não sabia dizer ao certo.
A certo momento, um dos funcionários teve a brilhante idéia de ligar para o banco, onde o 'boy' (caso fosse realmente um 'boy') com certeza deveria ser reconhecido, principalmente pelo gerente que sempre dava atendimento preferencial aos assuntos da empresa. O gerente alegrou-se em ouvir do 'boy', a quem não via a vários dias, e o descreveu como um rapaz muito simpático mas não muito amigável, de boas piadas mas com pouco senso de humor, nem alto nem magro, nem baixo nem gordo.
Já era quase noite e os dois funcionários ainda reviravam papéis e arquivos de computador, faziam telefonemas e arrancavam os cabelos um do outro, cada um com suas camisas suadas já deslocadas para fora das calças, e dezenas de copinhos de café amontoados em suas mesas. Às duas da manhã, a esposa de um dos funcionários ligou preocupada. Às três, a esposa do outro também ligou. Às quatro e vinte e três, as duas apareceram juntas no escritório. A segunda carregava o caçula no braço, e este chorava sem parar.
Os dois tentaram explicar sobre o 'boy', que também poderia ser um assistente, ou um programador ou um 'designer', que não era alto nem magro, nem baixo nem gordo, que podia ter quinze ou vinte anos, com os cabelos compridos ou talvez curtos, de calças rasgadas ou em perfeito estado, e que podia ou não ter 'traçado' a mocinha das cópias do terceiro andar. O primeiro funcionário foi arrastado pela esposa pelas orelhas, como se fosse um garoto que tivesse ficado brincando até tarde sem avisar os pais. O segundo não esperou tal reação da esposa, e prontamente a seguiu, de cabeça abaixada. No dia seguinte não foram trabalhar.
Alguns dias se passaram, e outros dois funcionários conversavam sobre os assuntos habituais: as esposas, os times do coração, os filhos insuportáveis, o trabalho cansativo. A certa altura da importante conversa, um terceiro e não menos desocupado funcionário surgiu com a pergunta: "Souberam daqueles dois caras do segundo andar?".
9 de maio
Os últimos tempos têm sido realmente nostálgicos. Outro dia cruzei com minha professora de cataquese na rua. Nem lembro mais o nome dela, mas reconheci-a na mesma hora, e ela me reconheceu também. Um abraço forte, um beijo, um "quanto tempo! como vai você?" e um sorriso de lembrar dos bons tempos da minha pré-adolescência, que me acompanhou o caminho todo até o shopping.
hoje assisti a um trecho de casa dos Artistas com a minha mãe. Fui sugado pra dentro do quarto, ao passar pelo corredor e ouvir "Your the first, the last, my everything", do Barry White. Minha mãe, não estivesse já acostumada com as minhas estranhices, teria ficado ainda mais chocado do que realmente ficou, ao me ver adentrar o quarto dançando e cantando a música. Isso me trouxe saudade os meus CD's que foram roubados (por aqueles dois malditos falsos amigos)... b.B. King, Dizzie Gillespie, Menphi's Slim, Steve Ray Vaughan, Ray Charles, Frank sinatra... Aliás, semana que vem, quando eu for a São Paulo, sou obrigado a insistir com o pessoal do #trails (gente que eu não vejo há anos) pra irmos em algum videokê. Adoro a interpretação emocionada que o Windblow faz de "I did it my way".
Pra finalizar o tema nostálgico, passei a última hora conversando com minha irmã sobre "gatinhos" e "gatinhas", rindo das últimas experiências amorosas dela, rindo das minhas, e trocando conselhos (mesmo sabendo que os dela sempre são mais válidos que os meus. Eu definitivamente sou santo casamenteiro das lésbicas e dos adolescentes).
25 de outubro (hoje! Esse quase ficou esquecido também. era pra ter postado à uma da tarde)
Minha irmã e meu cunhado só brigam. É algo além do entendimento de uma pessoa normal. Pessoas não são normais, dizem, relacionamentos menos ainda. Que seja. Outro dia fui pegar uns centavos na mesinha da minha mãe, e vi minha irmã dormindo com ela. Achei estranho: jurava que tinha visto meu cunhado chegar em casa com ela. Me joguei na cama e fui ver um filme aleatório na HBO. De repente a porta do quarto se abre e surge meu cunhado.
- Brigaram de novo, é?
- Não foi bem assim...
- Ah, fala a real, David... Que que cê aprontou dessa vez?
- Nada...
- Tá bom, eu acredito... (risos)
- O dvd dos 12 macacos tá aí?
- Ali em cima da mesa.
- Ah... Valeu.
- Tá sem sono?
- Nenhum.
- Eu também. Quer companhia?
- Tu já viu o filme?
- Já. Mas é um bom filme. Não me importaria de ver de novo.
- Então pega o travesseiro e vem.
- Daqui a pouco. Tem um cigarro?
- Tenho. Peraí... Toma.
- Valeu. Já volto.
Terminei jogado no quarto da minha irmã, vendo filme com o meu cunhado. Acabei dormindo na metade. Acordei com minha irmã me cutucando pra eu ir pro meu quarto. Pra variar, eles acabaram brigando. Ela, totalmente paranóico, assumiu que ele me convidou pra ver o filme por pura criancisse, pra provocar... Tentei avisar que eu me ofereci pra fazer companhia pro cara. Não adiantou. Não troco mais do que duas ou três palavras com o cara desde então. A lavada deve ter sido feia dessa vez. Ele quase não sai mais do quarto.
Hoje eles brigaram de novo, pra variar. Achei que fosse por bobagem. Discussão sem nada a sério. Passei pelo quarto dela e brinquei: "Parem de brigar, vocês dois, que saco!". Não foi o melhor momento pra fazer a brincadeira. Agora ela não olha tanto pra cara do meu cunhado quanto pra minha... É... Em briga de marido e mulher não se mete a colher. Quando a briga é de irmão pra irmão, só entre se for com facão.
Quando penso que minha vida não tem jeito mesmo, eis que recebo uma ligação da última pessoa que eu podia esperar. Última esperada, porém, sem dúvida alguma, não a última desejada. Difícil foi apagar do meu rosto o largo sorriso que me acompanhou pelo resto do dia. Muitos tentaram, devo dizer. Ninguém conseguiu.
* * *
Hora de parar de fazer novas "amizades". Conheci uma menina a pouco mais de uma semana, achei-a bem simpática, querida, medianamente bonita (bem mediana mesmo). Bateu uma vontade rápida de tentar algumas coisa, mas algumas brincadeiras feitas por ela me fizeram perder o tesão. Beleza, legal, sem problema... Isso não mudou o fato de que ela era querida e simpática, então a minha vontade de chutar a desgraçada pra longe logo foi substituída por um carinho especial. Algo a ser semeado. Algo que poderia vir a se tornar uma gostosa amizade. Não fosse a tremenda bola fora que ela deu ontem. Um gesto meu, absurdamente mal-interpretado, resultou num insuportável sermão sobre amizade, no estilo "nunca tenha segundas intenções comigo, não queira transar nem ficar comigo, porque isso estragaria a amizade e o profundo carinho que sinto por você". Pra evitar a chutação de balde completa, segurei a vontade de mandá-la à putaquepariu e só respondi um "tá" extremamente seco. Deu! Chega! Cansei dessa arrogância toda, essa super-valorização que as pessoas têm de si mesmas. Essa história de "eu me amo! Por que os outros iam ter opinião diferente?" é algo que já não passa pela garganta há muito tempo. Isso só pode ser falta de espelho em casa.
Se essa bizarrice tivesse acontecido hoje, eu muito provavelmente teria rolado de rir na mesma hora.
* * *
Passeando aleatoriamente pelos canais de tevê a cabo, flagrei um programa sobre os "10 (ou 13) mais rudes de Hollywood", apresentado pelo Mr. T. Podia ser um programa sobre os mais firulinhas de Hollywood, que só por ter o Mr. T como apresentador, já valeria a pena. Os três primeiros colocados, em ordem inversa, foram Jack Chan, Bruce Willis e Russel Crowe. O último, provavelmente só ganhou porque tem fama de "Edmundo", briga em todo lugar que vai. Mas eu ainda acho difícil achar alguém mais casca grossa que o Bruce Willis.
* * *
Falando em Bruce Willis, lembrei de "O Quinto Elemento", e o personagem que ele interpretava nesse filme, Corben Dallas. Sempre lembro desse filme, por vários motivos. A techno-ópera-alienígena é uma delas. A Milla Jojovich (é assim?) é outro. Outro grande motivo é o clima futuro-gay do filme, típico do quadrinho europeu, estampado nas páginas da Metal Hurlant (aka Heavy Metal, aka Metal Pesado). O mundo e a história são cópias descaradas de A Quintessência, de Moebius.
Mas principalmente, é por causa do nome do personagem. Corben Dallas sempre me lembra de Richard Corben, grande desenhista, autor da saga Den e que ilustrou a mini-série Banner, com o Hulk. Por sianl, os personagens desenhados por Corben são tão ou mais casca-grossas que o Bruce Willis.
Hoje é um bom dia para tornar os sonhos realidade.
Organizei uma pequena apostila, com relação de equipamentos, utensílios e estoque. O mínimo necessário para montar um botequim em qualquer esquina. Acrescentei a isso uma lista chatíssima porém necessária de requisitos para regulamentar um bar e evitar autuações. Pra finalizar, dicas para economizar em água e energia, e um texto intitulado "O Serviço de Bar". Além de algumas folhas extras, é claro, para ocasionais adendos que eu possa fazer.
Daqui a pouco mais de quatro horas estarei de pé para visitar um imóvel. Aluguel: R$ 1.200,00; área: 320m². Nada mais nada menos que o dobro do Subway, pelo mesmo preço. Algo me diz que esse é o lugar, com toda a certeza. Mas, na remota possibilidade de eu estar enganado, incluí na "apostilinha" uma relação de outros possíveis imóveis, que eu devo visitar durante a próxima semana, se este não der certo.
Completando tudo isso, terminou o prazo mínimo que eu deveria ficar sem mexer no dinheiro que eu e minha irmã investimos depois de vender o apartamento da Trindade. Isso significa que eu posso retirar a bufunfa, e seus adoráveis lucros, a hora que eu quiser.
Às cinco horas da tarde vou me encontrar com o meu sócio. Se as coisas continuarem no pé que estão, o Lugar Legal deve estar aberto ao público MUITO antes do previsto.
As pessoas têm me perguntado muito sobre esta minha decisão, idéia, plano, seja o que for, sobre parar de fumar. Não é promessa religiosa, não é medo de morrer, não é fundo do poço. Algumas pessoas (entre elas, eu, muitas vezes) esperam pelo momento, pela oportunidade, pelo dia perfeito, especial, para tomar uma decisão que vai mudar a sua vida, de preferência para melhor. Mas todo dia é um bom dia para virar sua vida do avesso e começar de novo. Todo dia é um bom dia para evoluir. Já tentei parar de fumar pra agradar alguma namorada ou pretendente, já tentei parar por culpa, por lembrar do mal que o cigarro causou às últimas três gerações da minha família (seja por parte de mãe ou de pai), tentei parar por promessa religiosa (paradoxal, já que não sou religioso), ou mesmo tentei parar quando doente, para não acabar piorando meu estado de saúde (o que também não surtia muito efeito, já que a abstinência algumas vezes era pior que a doença). Em nenhuma das ocasiões consegui resistir mais do que alguns dias.
Fumo desde noventa e oito. Comecei com cigarros de filtro amarelo, pulei para os cigarros de bali por um mês ou dois, e voltei aos cigarros de filtro amarelo. Pra simplificar, posso dizer que sou adepto do culto ao Deus Marlboro a quatro anos, fumando em média um maço por dia. Em noventa e nove, quebrei um recorde, tendo ficado quatro dias sem pôr um cigarro sequer na boca, a pedido de uma menina que eu era afim. Comprei um maço novo segundos depois de levar um belo fora. Em fins de dois mil e um, consegui reduzir os cigarros durante três semanas. Na primeira semana, fumava um ou dois cigarros por dia. Na segunda, resisti sem nenhum, até o fim de semana. Na terceira, passei o fim de semana ao lado de fumantes, e não dei uma tragada sequer. Na segunda-feira seguinte, tive uma recaída e todo o esforço foi pelo ralo.
A atual tentativa é a que parece ter mais chances de dar certo. Vontade e acesso. São as palavras chave. Minha mãe me entregou uma pasta de textos, da época que fez um curso para parar de fumar. Nem cheguei a abrir. Não precisei. Vontade e acesso. A vontade de acender um cigarro, fortificada pelo acesso que se tem a um cigarro. A hora que eu sentir que preciso de um cigarro, dou duas batidinhas na porta da minha irmã e peço um cigarro ao meu cunhado. Ou desço e compro um maço novo no posto de gasolina. Tenho dois reais guardados especialmente para isso. Posso fazer isso a hora que bem entender. Não precisa ser agora.
Decidir parar de fumar, ou largar qualquer tipo de vício, a partir do momento que você conhece os - e acredita nos - riscos, é uma decisão a ser tomada a qualquer hora, sem nenhuma motivação especial. Aguardar pelo momento perfeito e mais justificável é adiar algo que você deveria fazer, o mais breve possível.
Um ser humano pode viver só de saudades?
Bons eram aqueles tempos...
Pela primeira vez em muito tempo, um teste cujo resultado me surpreendeu:
e eu jurando que ia dar o resultado do "playboy".
nosso namoro sempre foi assim sem ponto sem vírgula sem maiúscula também uma pausa talvez como o espaço entre uma linha e outra
preto no branco sem capas introdutórias sem linguetas sem prefácio sem índice sem bibliografia
sem começo sem fim e sem meio sem enredo talvez também quem pode saber aliás sem interrogações também
sem exclamações sustos apavoros surpresas
sempre a mesma folha de caderno sem pautas e sem data
sem ponto sem vírgula sem ponto e vírgula sem dois pontos
sem travessão tudo direto preto no branco olho no olho
ambos sinceros verdadeiros abertos sem falsas promessas não sei mais sem mas sem aspas acho penso como quando onde me perdi
nada ficou porque nada havia nem ponto nem vírgula nem travessão
ponto talvez sim um ficou
um ponto final.
Tira a calcinha, ele disse. Franzi a sombrancelha, hesitei, até que perguntei. Por quê? Fico excitado sabendo que você está sem ela, ele disse. Tirei devagar, me apoiando na parede do elevador com uma das mãos. Me dá, ele disse. Fechou os olhos, cheirou, e pôs no bolso. Adoro o cheiro da sua buceta, ele disse. Apenas ri.
Entramos no carro. O velho carro de sempre, com o estofamento manchado e a porta do carona que não abria. Me dá sorte, era do meu pai, ele sempre dizia, pra defender o carro. Era uma lata velha, sem dúvida. Mas era a lata velha dele. Não admira que você goste do cheiro da minha buceta, com o cheiro que esse carro tem, me ocorreu. Mas não ousei dizer.
Chegamos ao restaurante atrasados. Insisti que devíamos ter saído mais cedo. Ele não respondeu. Ambos sabíamos que a culpada do atraso era eu mesma, mas eu jamais admitira e ele, cúmplice perfeito, conhecia bem as regras de nosso relacionamento. Ele pediu desculpas, e essas mesmas desculpas me fizeram lembrar o motivo por que sou tão apaixonada por ele. O cúmplice perfeito, como eu disse.
Paulo estava na porta. Estou sem calcinha, eu disse baixinho, em seu ouvido. Paulo riu. Provavelmente achou que era brincadeira. Paulo nunca foi bom em diferenciar brincadeiras de verdades cômicas. Marisa estava ao lado de Paulo. Repeti a frase no ouvido de Marisa, e Marisa, mais consciente da relação que tenho com ele, entendeu.
Vou com Paulo, volto logo, ele disse. Fiquei com Marisa e Roberta, que recém chegara. Pedro não veio, perguntei. Tivemos uma pequena discussão, Roberta respondeu. Pelo que conheço de Roberta, e das brigas de Roberta e Pedro, soube logo que uma "pequena discussão" envolvia vasos quebrados e reclamações dos vizinhos.
Eu, Marisa e Roberta tomamos alguns drinques. Conversa de mulher, diria ele, tentando disfarçar com um tom brincalhão o machismo natural que ele jamais conseguiu esconder de mim. Ele, Paulo; e Pedro - para surpresa das mulheres, inclusive eu - voltaram cerca de meia hora depois. Nos dirigimos à mesa, sentei com ele, Marisa sentou com Paulo, e Pedro e Roberta sentaram-se em lados opostos da mesa.
Ele colocou a mão na minha perna. Enquanto iniciava uma conversa sobre futebol com Paulo, desceu a mão até o meio das minhas coxas, e subiu um pouco, acariciando minha vagina com os dedos. Pedro tentou fingir que ignorava a presença de Roberta, e entrou na conversa. Ele me masturbava com uma das mãos, enquanto segurava a taça de vinho com a outra. Continuava a insuportável conversa futebolística como se eu não estivesse ali. Não importava. De alguma forma, ele percebia o gozo se aproximando e parava. Aquilo me deixava ainda mais louca. Quando eu pensei que não suportaria mais, que acabaria gritando no meio do restaurante, tamanho prazer aqueles dedos me davam, ele parou. Chamou o garçom e fez o pedido. Sequer olhou o cardápio. Sabia exatamente o que queria, e antes que qualquer um dos outros pudesse se manifestar, fez o pedido de Marisa, Paulo, Roberta e Pedro, também. A comida daqui é ótima, ele disse. E lambeu os dedos da mão que usara para me masturbar. Ri sozinha, sem saber se ria por saber que todos sabiam do ocorrido, ou se ria porque acreditava que ninguém havia percebido.
Saímos do restaurante umas duas, três horas depois, não soube definir com precisão. Bêbados, Marisa, Paulo, Roberta e Pedro - já reconciliados - riram de mim, entrando desajeitada pela porta do motorista e pulando para o banco do carona, cuja porta não abria. Fomos embora, eu e ele, num impassível silêncio até estarmos próximos de casa. Põe, ele disse, tirando a calcinha do bolso e estendendo na minha direção. Por quê, perguntei. Quero ter o prazer de tirar sua calcinha quando chegarmos em casa, ele respondeu.
Me senti a mais completa "mãe" agora... A minha (mãe), alguns minutos atrás, saiu com o pirralho e pediu "perto de 13:45 acorda o Davi, que ele tem de ir buscar a Grazi no CIC às duas". Tá bom, então agora virei despertador de cunhado... Nem dá nada. Entrei no quarto pouco grosso: "Ô Dorminhoco! Acorda! Anda!"; ele se mexeu um pouco, ou melhor, deu uma leve tremida, pois nem saiu da posição que estava, e disse "só mais um pouquinho..." com uma voz baixinha e sem força. Parecia moleque implorando pra mãe pra dormir mais cinco minutos antes de levantar e ir pra aula. Já dei cinco minutinhos de lambuja pro rapaz. Agora vou lá arrastá-lo pra fora da cama.
Bom... Quatro comentários pra um post que nem ao menos tinha sugestões depressivas (o outro teve oito... um recorde!)... É bom se sentir querido. Então vamos por partes:
Começou a semana de provas. Não. Não é esse o motivo pra eu ter parado de postar. Mesmo porque, eu não estudo, fico vendo tevê até quase passar a hora da prova, e depois que a termino, saio pra beber. Terça-feira, por exemplo, Skayller me ligou, carinhoso como sempre: "onde diabos tu tá, porra!?"; e chamou pra jogar uma sinuquinha básica. Cheguei em casa e o computador estava desligado. Um absurdo! Meu computador desligado! Não só a torre! Mas o estabilizador e a chave também. Não entendi. Liguei. Três apitos. Nada de ligar a poioca. E assim foi até hoje, quando enfim me avisaram que três apitos é problema da placa de vídeo. Passei uma borracha (que estava no bolso e pegou chuva comigo, ou seja: não recomendável para estas ocasiões) e liguei. Aeee! Sou um nerd de novo!
* * *
Continuei com minhas filosofias de bar. Como por exemplo, andar sem camisa em casa, pra sentir vergonha da minha própria barriga e parar de comer um pouco. Obviamente, não funcionou. A nova teoria é a da carteira de cigarros. Tem uma agora mesmo no meu armário, com um único cigarro dentro. Vejam bem: uma das principais causas de abstinências de cigarro é, obviamente, a falta dele (duh!). Se você não tem cigarros, você precisa deles mais do que quando os tem. Cheguei em casa na terça, joguei os cigarros no armário e disse "eu tenho cigarros! Estão no armário. Quando eu precisar de um, sei onde buscar". E eles ficaram lá. Eu pensava em fumar um cigarro e lembrava que eles estavam lá ainda, então deixava pra depois. e assim foi sendo até eu fumar três cigarros por dia (antes eu fumava uns vinte, e a carteira estava com menos da metade quando a guardei, na terça). Engraçado como isso acabou, de alguma forma, ajudando a controlar também a comida. Era comum eu comer pra não ter de acender um cigarro, e vice-versa. A partir do momento que eu não sinto mais tanta vontade assim de fumar, parece que não sinto também tanta vontade de comer. Tenho feito duas refeições ao dia, e comido quantidades absurdamente inferiores às que eu comia até uma semana atrás.
* * *
Outra coisa importante a ressaltar, é a influência do computador. É normal passar boa parte da madrugada acordado, cigarro na mão, janela aberta, cinzeiro do lado. Sem o computador à disposição (outro vício, por sinal), eu tenho dormido mais cedo, por exemplo. E deitado na cama, vendo televisão, a vontade de fumar um cigarro acaba não vindo. Tampouco a de detonar com todos os pacotes de bolacha da casa. Aproveitei o tempo livre para reler duas HQs que eu não lia há muito tempo (aliás, nem lembrava que as tinha, ou, se lembrava, não fazia a mínima idéia de onde estavam): Odisséia Cósmica e O Prisioneiro. A primeira, é um crossover da DC, escrito por Jim Starlin (mestre ou simplesmente um viciado - em sagas cósmicas) e desenhado por Mike Mignola. Troféu jóinha repetidas vezes, até cansar. Pra quem tem algum conhecimento da cronologia da DC, mas não recorda do que estou falando, é aquela história onde é explicada a origem da Equação Antivida, e o terceiro Lanterna Verde da Terra (aquele negro, depois do Hal Jordan. Esqueci o nome dele) sem querer destrói um sistema planetário inteiro. A segunda eu ganhei em um aniversário distante. Havíamos acabado de nos mudar e meu pai disse: "não temos dinheiro pra uma festa, nem presentes caros... Mas eu te comprei isso". Era um pacote em papel pardo. Dentro haviam três HQs: Asilo Arkham, V de Vingança, e O Prisioneiro. Sem sombra de dúvidas, o melhor presente que já recebi até hoje. Infelizmente, V de Vingança e O Prisioneiro foram extraviados de alguma forma até hoje inexplicada. Asilo Arkham eu consegui recuperar (na verdade, eu "afanei" do laboratório de Artes Plásticas da ETFSC, junto com Cavaleiro das Trevas), e O Prisioneiro eu fui achar a uns dois anos atrás, empoeirado, manchado e amassado, em uma caixa esquecida na casa de praia (não tenho nenhuma pista de como foi parar lá). Desde então, vem sendo guardado com carinho (tanto carinho, que esqueci onde havia escondido).
* * *
Com o meu recém-descoberto tempo livre, assisti um filme que me deixou de boca aberta. Existem muitos filmes que me deixam de boca aberta, por serem lindas histórias, ou simplesmente boas histórias, ou mesmo simplesmente histórias "legais". Podem ser histórias de romance, histórias verdadeiras, histórias com carros explodindo e pessoas fazendo acrobacias absurdas (não necessariamente o Tigre e O Dragão. Algo estilo John Woo é bem mais apreciado, apesar de kung fu absurdamente irreal também ser legal), ou histórias engraçadas, etecetera. Mas é muito raro eu encontrar um filme onde eu possa dizer: "essa história merecia ser contada". Não que as histórias de entretenimento puro não o mereçam; mas essa tem certa predileção no hall das "merecedoras". O filme é "A Corrente do Bem", sobre um menino de doze anos que põe no chinelo todos os grandes líderes idealistas da história dos últimos séculos. Chega a dar raiva saber que a idéia do pirralho jamais daria certo no mundo real.
* * *
Depois eu lembro o que eu tinha (ou achava que tinha) a mais pra postar. Agora vou checar meus e-mails.
Comentário Obrigatório
WOW! CARALHO! PUTAQUEPARIU!
Definitivamente, valeu a pena ficar acordado até quase nove horas da manhã pra ler o capítulo final de Akira.
Tô inclusive pensando em não dormir ainda... Começar a ler de novo, desde o primeiro, é uma opção viável... Mas acho que vou é ler Books Of Magic.
Quando, interneticamente falando, nada parece dar certo, eis que pequenas coisas surgem e me estampam um largo sorriso na face. Ainda irritado por não conseguir entrar no mirc, resolvi matar a saudade dos ftps de scans. Estou terminando de baixar o volume seis de Akira (demorou, mas enfim puseram on-line), e na metade da leitura dele. Descobri também, para a minha alegria, um ftp com muitos scans novos de Books Of Magic (eu só tinha até o cinquenta e três, porém depois dessa madrugada vou ter pelo menos mais umas vinte edições novas para ler).
Pra aumentar ainda mais o meu sorriso, acabei de assistir às Aventuras do Barão de Munchalsen, filme que eu adoro de paixão desde a primeira vez que assisti, ainda criança. Melhor ainda: consegui pegar o filme do começo, coisa extremamente rara nas minhas "andanças" aleatórias pelos canais da tevê a cabo.
Tenho também uma carteira de Marlboro cheiinha, e meia pizza fria na geladeira (como o JC teria de concordar, não há nada melhor que pizza fria, a não ser quanto ela vem com palmito).
Quem precisa de mulher quando se tem histórias em quadrinhos, cigarros e pizza fria?
- Viu a Balzaca?
- Quem é a Balzaca?
- Não é uma pessoa... É uma categoria.
- Categoria do quê?
- De mulher, porra!
- Tipo um sindicato?
- Não, mané! Tipo marca. Sabor!
- Chocolate, morango, essas coisas?
- É. Por aí... Saca só aquela morena lá.
- A coroa?
- É! Uma balzaquiana.
- Balza... O quê?
- Balzaquiana, meu caro. Não tem dicionário em casa, não?
- Ter eu tenho... Mas até hoje não conheço um único trouxa que leu do início ao fim.
- Tem razão... Nem eu. Mas isso não importa agora.
- Claro... Você estava falando das tais balza sei lá o quê...
- Balzaquianas, meu. Balzaquianas!
- Tá, tá... Que seja.
- Balzaquianas são as coroas, de trinta pra cima. Popularmente conhecidas como "balzacas".
- De onde veio esse nome idiota?
- Sei lá... Acho que era o nome de um cara. Um psicólogo, provavelmente...
- Ou um mané com fetishe por peito caído.
- Pode ser, também.
- Tá... Agora fala da tal "balzaca" que você viu.
- Ah... Deixa pra lá. Agora ela já foi embora.
Algum imbecil do meu prédio levou k-line da Brasirc e eu fui junto.
* * *
Como estou desde maio sem pagar a Matrix, não tem como ligar pro atendimento e xingar todo mundo.
* * *
Ontem cheguei em casa cansado e semi-bêbado. Quase dormi no elevador. Acho que foi porque eu saí de casa na maior das pilhas para dançar. Como não pude fazer isso, acabei abojando. Mas ainda me restaram forças pra assar uma bela fornada de pão de queijo e comer tudo sozinho. No segundo imediato após engolir o último pedaço, eu já estava roncando.
* * *
Minha amizade com o Skayller chegou a um ponto em que as mesmas piadas de sempre já perderam a graça e aos poucos a gente começa a se ofender mutuamente. Precisamos urgentemente começar a levar as coisas mais a sério, estudar com garra, ler mais... Conversar sobre política, economia, "a crise da ásia" (piada particular), novas descobertas da ciência...
Se continuarem rolando as merdas de sempre, logo a gente vai começar a cair na porrada. ^_^
* * *
Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor (na verdade tem uma pessoa que chama, mas não afeta o sentido da música). A vida passa e eu sem ninguém... e quem eu amo, não me quer bem (ou simplesmente não quer só a mim).
* * *
Preciso urgentemente conhecer a amiga da amiga da irmã do primo de alguém, me apaixonar perdidamente, ficar cinco ou seis semanas só pensando na fulana, perseguindo-a, sem obviamente conseguir porra nenhuma no fim da história. Pelo menos me manterei mais ocupado.
* * *
Esqueci o macarrão no fogo. Ficou uma papa.
* * *
Preciso de cuecas novas. As minhas estão muito velhas e detonadas pra poder andar pela casa sem calças.
* * *
É isso... Acho.
- Vá se foder!
Carla! Não faz isso comigo, Carla. Poxa, tudo o que a gente viveu junto, esses quase dois anos de namoro... Não contam nada? Não fazem a diferença? Tantas vezes que a gente terminou e voltou... Poxa, Carlinha. A gente sempre teve nossos problemas, nossas brigas. MAs a gente sempre teve também as nossas reconciliações. E não é isso o que realmente vale lembrar? Carla... Volta aqui. Me espera. Não sai correndo assim. A gente planejava casar, daqui um ano ou dois. Lembra? A gente passou duas semanas olhando casa e apartamento, meio na brincadeira, mas meio sério também. Eu disse que ia comprar um carro maior, por causa dos filhos que a gente ia ter. Carla. Diminui o passo, meu amor. Escuta o que eu tenho pra te dizer. Eu te amo, Carla! Ouviu? Eu te amo! Você não disse tantas vezes que eu me fechava demais? Que eu não declarava os meus sentimentos por você? Então! Pára um pouco. Olha pra trás. Me ouve gritando no meio da rua como eu te amo! EU TE AMO! Eu não vivo sem você, Carlinha. Foi você que me impediu de largar os estudos, lembra? Conversou com a minha mãe e explicou os motivos pelos quais eu queria sair de casa. Não era pra fugir da família. Era pra encontrar o meu rumo. Naquela época eu não sabia ainda que já tinha encontrado. Meu rumo é você. Não posso caminhar por outra estrada que não seja a sua. Carla! Você tá me escutando? Carla! Carla! O que eu te fiz? Carla... Ainda bem que você parou, amorzinho. Vem cá, me escuta. Me dá um beijo. Carlinha... Me fala alguma coisa. Por favor.
- Vá se foder!
Zuntow e o porco grunge
Uma pergunta que vou ter de responder até o fim da minha vida (afinal, quase ninguém me chama pelo nome) é de onde surgiu o apelido "zuntow". Bom, Zuntow é uma abreviação quase óbvia de Presuntow, que vem sendo meu nick name desde 1996. O "w" no final não possui significado algum, é apenas pra dar mais eloquência (mas nem sempre cumpre essa função). Ele surgiu por influência dos nicks de outros amigos - da época em que o #Floripa ainda era um canal agradável - como o SapoW ou o UrsoW.
O apelido presunto, por sua vez, é mais antigo. Eu o recebi na época em que ainda era um Mc Escravo Feliz, de bonezinho bordô e sorriso na cara. "Posso anotar o seu pedido?". No primeiro dia de trabalho recebi uns oito apelidos. Entre eles pérolas como Feioso e Tio Chico. Eram os equivalentes às boas vindas, junto com um "benvindo ao inferno" pronunciado por cada funcionário que passava por mim. Uma menina reparou devidamente na minha forma de balão e me batizou de Presuntinho. Foi o apelido que ficou. Passaram-se os meses e o diminutivo foi esquecido.
Quanto ao porco: desde o início da minha "carreira nerd", uso o porco para caracterizar minhas home-pages pessoais. A imagem que aparece logo abaixo do logo do blogue é de um ilustrador japonês cujo nome me falha à memória e, sinceramente, pouco me importa. O lápis e papel jogados ao lado do porco fatiado é uma clássica carta de suicídio, fato comprovado pelas lágrimas (ele muito provavelmente era depressivo). É, portanto, um porco grunge. Não tem muito a ver com este que vos fala, já que essas coisas de aborrecente deprimido que se corta e escreve poemas suicidas pra chamar a atenção (ou não, no caso do pobre porquinho) são coisas do tempo em que eu era um aborrecente pseudo-deprimido que se cortava (de leve) e escrevia poemas suicidas (ruins. Muito ruins) para chamar a atenção. E esse tempo já é tempo antigo, muito antigo, de muito tempo atrás.
Virei para o lado e remexi entre as roupas, jogadas no chão de qualquer jeito. Fui achar os cigarros misteriosamente dentro dos tênis. Ri. Eu acabava de completar com maestria o estereótipo do homem que fode e acende um cigarro pra comemorar. Me dá um pega, ela disse. Os seios, descobertos, tinham pequenos hematomas e marcas de mordidas. Me bate, ela disse. Não nessa hora. Antes. Eu bati. Dois ou três tapas com as costas da mão. Senti o lençol molhado embaixo de mim. Não sabia se era de suor ou do sangue das minhas costas. Ela me arranhou. Com força.
Me dá um pega, ela disse de novo. Parei de pensar nos seios mordidos e nas costas molhadas e ofereci o cigarro. Ela deu uma tragada longa e começou a rir. Virou o corpo e me abraçou, ainda rindo. Te amo, ela disse. Idem, eu disse. Era mentira.
Você é lindo, ela sussurrou. Eu sei, eu pensei. Mas não disse. Ela ficou esperando uma resposta. Não teve. Ela era linda, sem dúvida. Não senti vontade de reafirmar o fato.
Ela me passou o cigarro. Dei uma, duas fumadas. Ela jogou a perna por cima das minhas. O joelho encostou de leve umas duas vezes no meu saco. Ela percebeu. Provavelmente fez de propósito. Fiquei excitado com aquilo. Ela se arrastou para a metade da cama e pôs meu pau na boca. Apaguei o cigarro.
Ela beijou minha barriga. Com as unhas, arranhava de leve as minhas coxas. Te amo, ela disse. Também, eu disse. Era mentira, mais uma vez.
Me bate, ela pediu.
Eu bati.
Da série "E ainda perguntam por que diabos eu vivo rindo..."
Diploma é tiro no pé de Serra
Ao insistir na falta de diploma no currículo de Lula, José Serra deu um tiro no pé: ele também não tem curso superior, como esta coluna revelou dia 29 de janeiro. Talvez por isso ele agora afirme que isso "não é fundamental". Nos anos 60, Serra cursou engenharia na Escola Politécnica, da USP, mas não concluiu. Fez mestrado e pós-graduação no exterior, insuficientes no Brasil, e virou "professor de economia" da USP. A situação é ilegal: ele pode ser demitido por justa causa e processado até por falsidade ideológica.
Lei exige nível superior
Alguns países permitem que qualquer pessoa freqüente cursos de mestrado e pós-graduação, mesmo que só tenha o curso primário, por exemplo. Foi assim que José Serra aproveitou o exílio para freqüentar esses cursos, no Chile e nos Estados Unidos. Mas, no Brasil, a Lei de Diretrizes Básicas exige graduação de nível superior até para professores do 1º grau.
Fonte: ClaudioHumberto.com.br
Da série "Engraçado é eu não ter rido..."
Dois caçadores estão em um bosque quando um deles perde a consciência. Ele parece não respirar e seus olhos estão abertos e paralisados. O outro pega o celular e telefona para o serviço de emergência.
O homem fala com voz ofegante: "Meu amigo está morto! O que eu faço?". O atendente responde: "Acalme-se, vou lhe ajudar. Primeiro temos que nos certificar de que ele está morto".
Há um silêncio na ligação, e então um tiro é ouvido. De volta ao telefone o homem diz: "Ok, e agora?"
Mais engraçado ainda é essa piada ximfrim ter sido escolhida como piada mais engraçada do mundo.
Este post é uma lembrança dos eventos bizarros ocorridos no fim de semana passado, e um forte apelo à lei de Murphy que me deixe em paz uma vez na vida e impeça tais eventos de se repetirem. Obrigado.
A situação a seguir apresentada é de certa forma baseada numa situação real, e portanto, não condiz necessariamente com a realidade. Comparações com pessoas e acontecimentos reais, no entanto, não são mera coincidência.
- Eu acho que eu tenho algum tipo de vírus recessivo, um gene sei lá...
- Anh!?
- Tipo uma peçonha, sabe? Você morde, e passa pro próximo hospedeiro, e esse vírus, ou sei lá o que, pode ou não se manifestar, se a pessoa tiver uma determinada característica.
- Do que que tu tá falando, afinal?
- De mulher, poxa! Sei lá, parece que tem algo em mim que transforma as mulheres em lésbicas.
- Putz! Essa eu nunca tinha ouvido.
- Não! Sério! Posso te citar pelo menos três ex-namoradas minhas que provam a teoria.
- Por exemplo...?
- A Ju! Lembra da Ju? Tá certo que a Ju já tinha tendências. Por sinal, eu conheci a Ju com ela beijando outra mina. Entro no bar e tá ela sentada em cima de uma amiga minha metendo linguada e trocando baba.
- A Ju já fazia gol contra antes...
- Sim! Mas ela sempre dizia que fazia pra curtir, que não conseguia gostar de verdade de mulher. Ficava pra festar, achava gostoso. Mas não sentia nada. Tanto que tu pode lembrar: tinha muita mina que ficava com ela e gamava... E ela sem saber o que fazer pra despensar.
- Muitas e muitas...
- Pois é! Nisso eu fico um tempo sem falar com ela, e ela começa a namorar com uma modelo maravilhosa, só fala dela, e depois fica chorando, sofrendo... Porque a tal modelo foi pra São Paulo e deixou a Ju sozinha por aqui...
- Londres.
- O quê?
- A ex-namorada da Ju. Elas terminaram. A mina agora tá morando em Londres.
- Que seja! O fato é que a Ju não gosta mais de pinto! E tem a Barb, também. Mas a Barb...
- É a Barb. A Barb a gente nem comenta...
- Claro! Tá certo. Todo mundo apostava, dizia que só podia ser. Mas eu sempre defendi a Barb contra qualquer um que falase mal dela. Batia o pé e botava minha mão no fogo pela sexualidade dela.
- E se queimou.
- Pois é. Um dia tô na Lagoa, ouço lguém me chamar, olho prum lado, pro outro... Quando olho pra baixo tá a Barb agarrada com a Mandinha, sentada na calçada.
- Decepção...
- Fodida! E a Karine?
- Cara! A Karine! Não deu pra acreditar...
- Não mesmo! Passei uns dois meses batendo a cabeça na parede por não ter comido aquela lá... Tava com ela no sofá, blusa pra cá, calça pra lá. Ha hora do "vamuvê", ela botou a calça rapidinho, me deu um beijo, uma pegada, e saiu com aquele sorrisinho de "Ha! Ha! Sacaneei".
- Eu me ajoelhava aos teus pés se tu tivesse conseguido.
- Eu me matava! Morria sabendo que cumpri minha missão na Terra. Imagina o susto que eu não tomei quando encontrei com ela na escadaria... Me enchi de cachaça, e, pra variar, tentei agarrar. É só eu beber que eu tento agarrar aquela gata maravilhosa de novo. É um lei da natureza.
- Tu quando bebe quer agarrar todo mundo.
- Mas a Karine é prato preferido. Daqueles que não têm no menu. Você chama o garçom e pede pra fazer especialmente pra você, com carinho.
- Eu devia anotar essa...
- De qualquer modo. Levei uns cortes básicos, sentei pra continuar bebendo e... Quando vi, tavam as duas, ela e a Fabi, no maior beijo. Ela vivia dizendo que não curtia mulher, que andava com as meninas porque eram amigas dela, etecetera... Que não era só porque elas eram quase todas lésbicas que ela tinha de virar uma também.
- E agora tá namorando firme...
- Pois é! O único ponto de ligação entre as três sou eu! Tô te falando... Eu tenho o dom (ou maldição) de transformar as mulheres em lésbicas! Acho que vou começar a beijar só homem. Quem sabe assim ocorre o processo inverso e a bicharada vira homem de vez?
- Me dá uns dez minutinhos que eu vou cair aqui no chão e ter um ataque cardíaco de tanto que eu tô rindo.
- Eu tô falando coisa sério, meu!
- Claro... He! He! Eu acredito...
- Palhaço...
- Cara... Eu até te entendo... MAs não adianta ficar inventando teoria. Oitenta por cento de Florianópolis é homossexual ou tem tendências fortemente reprimidas.
- Vai falar isso pra minha irmã! Ela é cheia de amigo veado, adora bichinha, mas de lésbica ela tem um nojo absurdo.
- É mesmo? Geralmente essas que dizem tanto que não gostam, são as mais enrustidas.
- Então te desafio a dizer isso na cara dela. Sem noção o quanto eu escutei quando comecei a namorar com a Ju!
- Por que?
- Ela conheceu a Ju quando a Ju ainda ficava com a Mari... Ela viu as duas se beijando um dia lá em casa. Armou um escândalo depois. Minhas orelhas ficaram inchadas... Passou um tempo, ela descobriu que a gente tava namorando, e foi mais um escândalo. Pra ela era um absurdo eu namorar com uma "lésbica nojenta", como dizia ela.
- Porra, que preconceito...
- Mas nem adianta reclamar, que preconceito todo mundo tem. Todo mundo acaba sendo mais moralista do que admitiria ser. Eu me digo todo mente aberta, com muitos amigos gays, amigas lésbicas... Mas eu tenho meus próprios preconceitos. Aliás, eu tenho muitos preconceitos. Tu também.
- É...
- Sei lá, cara... Se eu tenho um amigo preto, ele é meu amigo e só, independente se podia ser preto, lilás ou quadriculado. A cor dele não me importa. Veado, se for feio, quero longe de mim (porque, vamos e venhamos, levar cantada de veado feio é ainda mais traumatizante). Lésbica... Lésbica eu adoro!
- Ha, ha, ha!
- É que nem hambúrguer! Gosto tanto, que como com as mãos! Como aquele velho estereótipo "macho": odeia levar cantada de veado, e por sinal, acha que todo veado que chega perto tá dando em cima. Bate em veado pra mostrar que é macho, mas adora lésbica. Macho que é macho toma cerveja no gargalo e diz "adoro ver duas mulheres se pegando".
- Podre... Conheço muita gente assim.
- Pois é, minha irmã é assim, só que versão feminina. É tão homofóbica que às vezes parece que é "macho".
- Vou parar de frequentar a tua casa.
- É... Acho que eu também...
Acho que vou começar a fazer uns posts "deprê". Fico observando, vez ou outra, blogues de amigos, conhecidos. Menina fala "hoje eu tô bububu" e chovem trinta e sete comentários falando sobre como o céu é azul e a tendência das coisas melhorarem, porque, afinal, é assim que as coisas são. Eu devia começar uns posts gigantescos, cheios de erros de digitação (não que os posts "habituais" não os tenham) e abreviações irritantes de internet, como "tb", "vc", "blz". Cometer assassinatos bizonhos ao português como "naum", "dah lissensa", "kchorra" ou mesmo escrever alternando MaIÚscuLaS e mInÚScULas de um modo que doa a vista de todos que lerem - ainda assim ia acabar coletando mais comentários que os meus textos pseudo-certinhos.
Eu podia falar sobre como faz falta sentir uma grande paixão. Claro, eu sempre tenho as minhas "guerras"... Garotas que eu encontro uma noite, ou que vejo ocasionalmente. Existe aquela vontade, aquele desejo. Mas são só garotas, e são só vontades. Há muito tempo não existe alguém que ocupe minha mente todos os dias, que mereça posts apaixonados no blogue, por quem eu detone os meus créditos do celular...
Podia falar também da dificuldade de concretizar sonhos. De como parece ter uma pedra à frente de cada passo que você dá tentando montar o seu próprio negócio.
Ou mesmo da vontade de ser comum, se encontrar. De como eu observo o namorado da minha irmã, que bem dizer é igual a mim. Relaxado, um pouco infantil, com uma facilidade assombrosa de fazer amigos (e por outro lado, inimigos). Sobre como um cara como ele arrumou uma pessoa maravilhosa como a minha irmã, o tipo de companheira que eu nunca vou encontrar pra mim. Dos meus planos de fazer faculdade, comprar um carro, arrumar uma namorada, me sentir bem comigo mesmo, na ordem inversa à que foi aqui apresentada.
Mas como infelizmente eu acordo todo dia com um largo sorriso na cara, acendo um cigarro e percebo que - mesmo não sendo tão feliz como desejaria ser - ainda assim não sou infeliz; acabo me convencendo que é melhor adiar os posts "deprê" pra quando eles forem mais cabíveis, e ficar, por enquanto, com os dois comentários ocasionais do blogue - na maioria das vezes, um do Averon, e outro meu, respondendo.
E viva o lag
[23:38] PATSY> sa,baqui
[23:38] PATSY> mas qq coisa nos vamos pra la!
[23:39] PATSY> PrEsUnToW: .SAMBAQUI!!!!!!!
[23:39] Averon`In`Box> lol. eu devia logar isso e mostrar pro zuntow depois... realidade alternativa é apelido.
[23:41] PATSY> PrEsUnToW: .averon.. keres carona tb?
[23:43] PATSY> nem sei.. soh keru ver ele
[23:43] PATSY> pra ca onde?
[23:44] PATSY> hehheheheheheheh
[23:44] PATSY> devo ir sim....
[23:53] * PATSY se mandando....
* * *
Coisas estranhas com as quais você se depara quando volta do away...
Segundo a apuração em tempo real da UOL, na última vez que olhei, haviam sido contabilizados 5430100 votos para senador em Santa Catarina, ou seja, 2715050 eleitores. No entanto, haviam sido contabilizados 2532955 votos para Governador. Ambos os dados já inclusos brancos e nulos. Não sei bem o que o TSE chama de "votos válidos", mas, pra haver uma diferença de mais de 180 mil eleitores de uma categoria para outra, algo parece muito, muito errado.
(Cabo_Eleitoral-PT) Oi! Onde vota?
(Boca_de_Urna_19) Seção 274, Escola Santa Catarina. E você?
(Cabo_Eleitoral-PT) Escola Técnica.
(Boca_de_Urna_19) Pertinho...
(Cabo_Eleitoral-PT) É... pertinho. Já votou?
(Boca_de_Urna_19) De manhã cedinho. E você?
(Cabo_Eleitoral-PT) Vou deixar pro fim da tarde.
(Boca_de_Urna_19) Tem foto?
(Cabo_Eleitoral-PT) Não... Só santinho. Serve?
(Boca_de_Urna_19) Manda!
(Cabo_Eleitoral-PT) Você é boa de boca de urna, mesmo?
(Boca_de_Urna_19) O eleitorado nunca reclamou
(Cabo_Eleitoral-PT) Quem se leva por pesquisa acaba tendo surpresas
(Boca_de_Urna_19) Candidato bom mostra o que fez, não promete o que fará. Tem namorada?
(Cabo_Eleitoral-PT) Quem me dera... Tõ em lei seca... Você?
(Boca_de_Urna_19) Mais ou menos... Tô concorrendo à reeleição.
(Cabo_Eleitoral-PT) Que pena... Mas boa sorte, assim mesmo.
(Boca_de_Urna_19) Obrigado. Mas... Não é nada que me impeça de fazer umas coligações por aí até o fechamento das urnas.
(Cabo_Eleitoral-PT) Não vai acompanhar a pesquisa minuto a minuto?
(Boca_de_Urna_19) Prefiro a pesquisa corpo a corpo. E dependendo dos resultados, pode até rolar um segundo turno.
(Cabo_Eleitoral-PT) Onde você está agora?
(Boca_de_Urna_19) Zona eleitoral 012. Aproveita que meu vice saiu pra votar e vem correndo.
A partir da meia-noite de hoje entra em vigor a lei seca. É proibido todo e qualquer tipo de comercialização de bebidas alcoólicas e está vetado o funcionamento de bares, boates e casas noturnas em geral. A já não temos mais um lugar como o Subway, pra nos trancarmos a bebermos até as seis da manhã com as portas trancadas, como na eleição passada. O negócio é beber tudo o que for possível, ainda hoje.
Ser ciumento com o computador é algo extremamente paradoxal e estressante quando você tem um computador utilizado por diversas pessoas. Cheguei no quartinho e encontrei o microfone por cima do teclado, o monitor arrastado prum canto com as duas caixinhas de um lado só (coisa absurda! De que adianta surround pra fazerem isso!?), a playlist do winamp ocupando quase a tela toda, a barra do mIRC no lado errado da tela... Sem falar dos meus CDs espalhados fora das caixas, o meu cinzeiro (que fica sempre na mesinha do lado) jogado em cima da máquina de lavar, o lixeiro longe demais pra eu arremessar a carteira vazia de cigarros dentro dele, um copo de cada lado da impressora, duas cadeiras que não deveriam estar aqui atrapalhando o caminho, e minha placa de vídeo antiga jogada de qualquer jeito no meio de um amontoado de livros.
Se eu não tivesse arrancado a porta do quartinho com um chute, as coisas talvez fossem mais fáceis...
Duas frases que marcaram o meu dia ontem:
"Os Alcinos são o irmão gêmeo dos Alcenos, porém não são univitelinos."
-- Roberto, professor de Química, explicando que a diferença entre Alcinos e Alcenos era uma ligação a mais.
"Engraçado... Eu faço campanha todo dia em São Paulo e ninguém nunca me reclamou disso. Você que não anda de ônibus, reclamou."
-- Lula, questionado por Serra durante o debate dos presidenciáveis sobre a tarifa de ônibus em São Paulo, a maior administração do PT.
Fiz as contas. São necessárias 100 mil horas para crescerem 2,1 centímetros de barba no queixo. Aproximadamente 4167 dias, ou 138 meses ou 11 anos.
Decca, acho que sua teoria tá furada, hein...
As pessoas falam constantemente de preconceito de uma forma que me irrita, como se ser perseguido fizesse de você melhor do que os outros. É uma atitude de classe, hoje em dia, levantar o nariz e soltar a pérola com bafo de cerveja "eu já fui discriminado pela minha cor". Ou pela opção sexual, religião, corte de cabelo. Todos sentem em si próprios um micro-detalhe digno se ser intolerado.
Não que o preconceito não exista. Ele existe, sim, e é um dos maiores paradoxos do ser humano: afastar-se uns dos outros por serem diferentes, quando é esta diferença, esta capacidade de ser individual, único, que torna nossa espécie tão magnífica. Porém pouco a pouco o preconceito vai perdendo sua "legitimidade" de sentimento odioso, e passa a ser status para alguns.
Minha mãe está doente de novo. A mesma fraqueza que ela teve da última vez, quando precisamos chamar a S.O.S. Unimed. Ela está deitada, e por mais que minha irmã insista em dizer que não é nada demais, meu instinto (ou paranóia) de filho me faz passar perto do quarto dela de tantos em tantos minutos para ouvi-la dormindo. Se estiver roncando (como sempre), está tudo bem. De qualquer modo, preferi ficar em casa, caso ela precise de mim. Minha irmã foi ensaiar, e meu irmão não é lá muito confiável. Pedi para ele ficar à disposição, pronto para atender qualquer necessidade dela, e ele já está trancado no quarto tocando guitarra. Achei melhor fazer o serviço eu mesmo, então.
O grande problema é que eu precisava assistir ao menos à primeira aula hoje. A professora de português sugeriu um trabalho adicional sobre futurismo, cubismo e dadaismo (os dois últimos, muito apreciados por mim), que me renderia dois pontos adicionais à média. Considerando o meu desenpenho na última prova, não posso desperdiçar a chance. Tentei em vão ligar para a Lili, cheguei a pensar em correr ao colégio para conversar com a professora ao fim da primeira aula e voltar correndo mais ainda. Mas eu não ia conseguir ficar fora desta casa por meros cinco minutos, sabendo que minha mãe está passandol mal. Liguei para a Rosa, da secretaria, e implorei com voz chorosa que ela falasse com a professora por mim. Mais uma que eu devo a ela.
E assim vai seguindo a minha nova vida de rapaz responsável. Enquanto meu irmão e minha mãe procuram uma nova casa para comprarmos, eu me concentro em encontrar um carro acessível para a família, e sonho em reabrir o bar, para poder voltar a trabalhar com o que gosto.
Estou estudando para o vestibular, estou levando os estudos mais a sério, não fico com ninguém a semanas, e quase começo a acreditar que ainda existem possibilidades de eu ir para o céu.
Spoiler, ou: Como destruir um ícone pop
Vazou o script do filme do super-homem. Todos puderam ver de antemão o que a Warner planejava para o quinto filme do azulão. A internet está sobrecarregada com as reações furiosas dos fãs. Eu recomendo que todos leiam, apesar dos absurdos do texto, ele resulta em boas risadas.
Vamos por partes. O superhomem nasceu em Naboo. Ele é parte de uma profecia idiota. Jor-el vai à terra, fica amigo dos kents e tira foto com eles (e deixa cinco ou seis pedacinhos de metal que representam valores como honra, amor e bla bla bla).
Depois ele volta pra Krypton e vira tipo, presidente do senado. Aí rola um golpe de estado. Ao invés de apelar pra democracia e pedir um plebiscito, sei lá, manifestações de "diretas já"... ele luta com uma tartaruga gigante sem casco, e envia o filho pra terra. A nave, ao invés de cair abrindo um buracão, entra pela janela dos Kents e pousa na mesa da cozinha. Krypton, aliás, não explode. Durante todo o filme, aparecem cenas envolvendo o mega-vilão e os pais de Kal-El (não, eles não morrem, a princípio. E quando morrem, é de uma maneira muito, muito estúpida), enquanto milhares de soldados são enviados para diferentes cantos do universo atrás do mané que salvará o planeta segundo a profecia. Isso nos leva à pergunta: de onde surgiu a porcaria da kryptonita, então? A maioria das pessoas não deve saber, mas quem lê quadrinhos com certa frequência, por menos simpatia que tenha pelo Super-Homem, deve saber que a kryptonita na verdade são pedaços de Krypton irradiados durante a explosão do planeta.
Assim que chega à terra, ele manifesta seus poderes, mas milagrosamente, não mata os velhinhos sem querer, eles conseguem esconder isso dos vizinhos durante a vida toda, e o moleque só se toca que não é filho deles quando já tá com 14 anos (rola aqui uma cena tocante, do moleque chorando e fugindo de casa, olhando as estrelas e pensando de onde diabos ele veio).
Não bastasse isso, o uniforme dele é uma espécie de simbionte, que nem o uniforme do homem-aranha. A diferença é que é tamanho único. Ele arranca as roupas do moleque, suga pra dentro do uniforme, só que ficam as mangas balançando e as calças ameaçando de cair.
Jimmy Olsen é gay.
Clark Kent passa dos trinta sem virar super-herói nenhum. O máximo que ele faz é salvar a Lois Lane de toda confusão em que ela se mete. Então, quando o Air Force One (o avião do presidente americano, onde Lois Lane se encontra fazendo uma entrevista com o maioral da casa branca) ameaça cair, ele veste o uniforme mutante (dessa vez sem ter de fazer a barra da caça), salva o dia e por incrível que pareça, ninguém reconhece ele (se ele chegou aos 30 sem ser o Super-Homem, pra que diabos ele usaria os famosos óculos?). Os kryptonianos do mal vêem a notícia numa rede de tv a cabo kryptoniana (única explicação para que eles descubram o paradeiro de Kal-El minutos depois de ele aparecer em todos os jornais terráqueos) e resolvem iniciar a invasão. Jonathan Kent, o pai pastiço, morre de uma maneira muito mal-explicado. O azulão, deprê e atormentado, jura que nunca mais vai vestir a roupa, mas acaba sentando no topo de uma montanha para ouvir os "apelos" da humanidade e sai por aí salvando todo mundo ao redor do planeta. Depois disso os alienígenas pintam, e seguem-se trocentas lutas com super-seres, amarram Lois Lane num amontoado de kryptonita e jogam ela na água. Ou o super-homem salva a mocinha e morre, ou fica vivo e vê ela se afogando. Bom... Ele morre.
A cena de ressurreição é igual MATRIX, só que sem cena do beijo (sim! É estúpido. Todo mundo sabe que ele vai ressuscitar, mas e daí? Podemos dizer que faremos os outros filmes da trilogia com o Supercão e a Supermoça, e todo mundo acredita).
Sério! O Jor-el rasga o próprio estômago, vai pro céu encontrar o filho e simplesmente diz "Você não pode morrer! Afinal tem uma profecia estúpida que diz que você vai libertar krypton. Eu sei que você vai libertar Krypton. Por isso vc não pode morrer na Terra. Entendeu, idiota?".
Sem falar que todo kryptoniano do filme luta kung fu à velocidade da luz... Inclusive o Lex Luthor, que tem 50 anos, é agente da CIA (encarregado de caçar discos voadores) e revela no fim do filme que é de Krypton também. Ele é Lex Luthor, ele é careca, ele tem kryptonita, ele odeia o superman. Ótimo. Porém, ele voa e tem superforça o_O.
O engraçado é que o super-homem morre menos de UMA SEMANA depois de sua primeira aparição... E mesmo depois de colocarem toda a culpa da destruição mundial (cada soco é um prédio a menos, o cara do artigo até sugere que eles querem ganhar grana em cima do 11/9) em cima do azulão... Eles fazem aquele puta funeral com milhões de pessoas chorando em todo o mundo...
O texto inteiro (que seria insuportável de ler não fossem os comentários hilários do autor) pode ser lido aqui.
Teste seu vocabulário
Fiz 26 pontinhos... Hmmm... Eu sou fodão hehehe. Mas admito que "apupo" e "decúbito" eu chutei hehehe ^_^.
E tem gente que ainda tenta me convencer a mudar para o Rio. Tudo bem, tudo bem... A noite florianopolitana pode não ser das melhores, as pessoas podem não ter um papo dos mais inteligentes, e... E mais nada. Essas sempre foram as duas razões pelas quais tentavam me provar que Florianópolis é uma merda.
Bom. Florianópolis é uma merda. Uma merda onde a bandidagem ainda foge da polícia, e não o contrário. Uma merda onde traficante que tenta impor toque de recolher acaba lixado pela comunidade. Uma merda onde seus filhos não encontram os portões das escolas trancados por medo do "poder paralelo". Uma merda onde você pode frequentar as aulas da sua faculdade sem medo de ser pego na explosão de uma bomba caseira. Uma merda onde o golpe mais sujo aplicado às vésperas de uma eleição foram os 15 mil informativos que o PT distribuiu (sem se identificar, é claro) em 1998 insinuando sobre a estranha aliança Amin-Bornhausen e denunciando o serviço prestado por ambos à ditadura militar.
E ainda dizem que esta ilha pequena e coronelista só é um paraíso para os turistas...