Mudanças. Mudanças são sempre boas. Ontem conversei bastante com a minha mãe sobre isso. Não tenho mais dezessete anos, aliás, já estou suficientemente longe da época em que podia justificar minhas merdas pela idade. Por menor que seja a diferença, continuo sendo um dos mais velhos no meio das rodinhas de amizade que eu frequento. E ainda assim, um dos mais porraloucas entre todos eles.
É hora de acordar, compreender o seu espaço e o dos à sua volta. Perceber que do jeito que as coisas andam, se algo não mudar, logo passam do andar para o rastejar. No ponto em que se parou, não vai pra frente, nem volta o caminho.
A vontade de ser rebelde, único, diferente, acabou tornando-me algo do qual sequer eu estava gostando. E se eu me olhava no espelho, e não gostava do que via, como poder esperar que alguém venha gostar de mim algum dia? Não falo especificamente de relacionamentos amorosos, sejam a dois a três ou ao raio que o parta de tanta gente. Amizades, contatos, pessoas que você cruza na rua, dá oi, e mal lembra o nome. Sociedade. Faça o que tu queres pois há de ser tudo da lei, sim. Mas mantenha o controle e limite o seu espaço ao espaço que você reserva àqueles que quer manter próximos.
Especificando o romance, há uma imensa saudade. Estou solteiro desde o carnaval. claro! Houveram aqueles relacionamentos de uma noite. Aqui e ali. Até uma aproximação sentimental, uma comunhão de idéias e objetivos, que é claro, acabou não dando em nada. Mas bem dizer, estou solteiro desde o carnaval. Eu saía nos fins de semana e dizia "por mim tudo bem". Não fazia falta. Se surgisse alguém, seria ótimo. Se não surgisse, não fazia diferença. Eu não me apaixonava, não sonhava com ninguém, não suspirava ao lembrar daquela pessoa que tanto bem me fez. Só, ocasionalmente, sentia aquele vazio desesperançoso, e esperava. Mas eu não posso esperar pra sempre. É hora de parar com a ilusão.
Uma amiga, indiretamente, me fez perceber isso. Pra quem for ler isso aqui, não me entenda mal. Encontrei nela uma grande amiga, e um carinho do qual eu sentia muita falta. Não estou apaixonado por ela, mas houve alguns momentos que pensei que sentia uma atração, aquela vontade. A atração há, é claro. Ela é uma pessoa atraente, inteligente, e muito agradável de se ter por perto. É normal surgir tal atração. Mas no fundo, o que vi nela foi um ícone. Um ícone para tudo aquilo que me fazia falta. O toque de uma mulher. O carinho de uma mulher. A cumplicidade de um homem e uma mulher que se amam. Sentimento. Paixão. Não são as melhores palavras para definir o que sinto por ela, mas são sim, as melhores definições para aquilo que ela fez-me perceber, quão falta faz sentir.
As maiores mudanças começam com pequenos atos. Cheguei em casa, ontem, e fiz a barba. Coisa mínima. Me livrei de algo que me incomodava, e eu não sabia mais porque eu mantinha. Foram-se a barba e as costeletas. Tirei os piercings. Sobrou apenas um, talvez uma última lembrança dos tempos de rebeldia, e ainda assim oculto, reprimido, em um lugar que raramente é visto por outras pessoas. Pequenos detalhes, que aos poucos vão se juntando com outros milhares de pequenos detalhes e, quando você percebe, é uma pessoa completamente nova.
Agora eu tenho de ir, tchau, vou indo, vejo vocês em breve. Estou indo atrás dos meus sonhos.

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