Fanatismos de público restrito é uma coisa que cansa mesmo... É perfeitamente normal um leitor de quadrinhos exigir qualidade sobre o produto que ele consome, mas quando se chega ao ponto em que se apontam os "inimigos" dos quadrinhos com o dedo e dizem: "Ei! Você merece morrer pelo que fez com Terra X!", talvez seja melhor perceber que se chegou a um ponto crítico demais.
Quadrinhos, assim como televisão, cinema, música, faz parte de um mercado de entretenimento. Você paga por um serviço, por um produto. Mas arte não é um produto? Se encararmos o mercado de entretenimento como "arte", então a resposta é óbvia. E o mercado de entretenimento brasileiro reflete os consumidores dele. John Byrne não é Jesus Cristo, por favor! Nem Stan Lee é Deus (apesar de ele achar que sim). A não-renegociação do contrato entre a abril e a panini, pela publicação das histórias da Marvel no Brasil, foi uma coisa ótima! Não porque trouxe mais títulos e a preços mais acessíveis. Isso com certeza não foi o que aconteceu, continua a mesma merda de sempre. Mas a Panini chacoalhou o mercado! Fez muita gente abrir o olho e correratrás da fatia do bolo que estavam perdendo. A resposta da Abril não é nenhum tipo de hipocrisia, é uma reação natural às mudanças do mercado. Não estou aqui para defender ninguém, e concordo que as declarações do Figa colocam ele numa situação complicada, mas tratá-lo como o Judas dos quadrinhos é um tanto quanto absurdo! Por Deus, muito amigo meu guarda os quadrinhos dos X-Men na prateleira de livros, envoltos em capas pláticas e protegidos do pó. Quadrinhos, pra mim, sempre foi um produto de consumo imediato: você lê, tenta não babar em cima, decide se gostou ou não da história, tira aquela caixa debaixo da cama e joga a revista ali, junto com as centenas de revistas que você vem comprando nesses anos todos.
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