José Aguiar e suas opiniões sobre Batman - O FIlme:

PECADOS CAPITAIS

O filme comete alguns pecados que limaram todo seu potencial:

1 - Michael Keaton: Definitivamente, esse cara NÃO é o Batman. Mais parecido com uma fuinha do que com um morcego, sua personagem é mal construída. Em vez de um playboy, temos um milionário excêntrico e debilóide. Menção especial para a cena em que ele revela sua identidade secreta à fotógrafa Vicky Vale. Os dois mal se conheciam e dormiram juntos uma única vez!
2 - A Armadura: Era muito bonita quando Batman estava parado e bem longe, no meio das sombras. De prática, porém, não tinha nada. Keaton parecia ter vestido a roupa de seu irmão mais velho. A máscara dançava folgada sobre seu rosto. O restante do traje era rígido como um Robocop, e o herói não podia olhar para os lados. Um verdadeiro modelito-torcicolo, natural como um bloco de cimento nas sofríveis cenas de ação.
3 - O elenco de apoio: Pat Hingle no papel de Comissário Gordon (ou gordo, por motivos óbvios) está um desperdício. A fotógrafa Vicky Vale (Kim Basinger, interpretando a si mesma) é um bibelô descartável. Seu colega Alex Knox (Robert Wuhl) é um mala-sem-alça. Harvey Dent (Billy Dee Williams) está ali simplesmente por estar. O mesmo pode se dizer do mafioso Grisson (Jack Palance) e a namorada do Coringa, Alicia (a ex-Sra. Mick Jagger, Jerry Hall), que estão na história só para encher lingüiça.
4 - O Coringa matando os pais do Batman: Ora, seria melhor se tudo continuasse sendo um acaso trágico. Essa palhaçada só serve para justificar uma frase de efeito do protagonista: “Eu criei você, mas você me criou primeiro”. Eeeeca! A cena do assassinato em si é cafona. Uma pífia tentativa de reproduzir a maravilhosa seqüência muda em Cavaleiros das trevas. Tudo em nome da simplificação da trama e do clichê. Só faltava o Coringa dizer: “Eu sou seu pai”!
5 - A morte do Coringa: Idiota e ridícula! Não há pior clichê do que vilão caindo para a morte no fim do filme! Sem falar que a cena em si é tecnicamente deprimente. O Coringa que cai é uma animação muito da sem-vergonha.

AS VIRTUDES DO FILME:

1 - Abriu o filão de adaptações milionárias baseadas em HQs, que começou nos anos 90 e chega à maturidade nos dias de hoje.
2 - Possibilitou a criação do novo desenho animado do morcego em 1992. Essa produção revolucionou as animações americanas de aventura na TV, impondo um novo padrão de qualidade e respeito com as personagens.
3 - Projetou as carreiras de Tim Burton (que pôde realizar os excelentes Edward-Mãos de Tesoura, Ed Wood e O Estranho mundo de Jack) e Danny Elfman, um dos mais requisitados compositores de trilhas da atualidade. Detalhe: Elfman é quem mais compõe para filmes de HQ.
4 - Jack Nicholson, apesar de “gorducho” para o papel de Coringa, carrega o filme nas costas.
5 - O mordomo Alfred (Michael Cough) é correto desde o primeiro momento. Parece ser a única personagem, além do Coringa, representada com adequação. Ponto para o veterano Cough, que garantiu o emprego em todas as continuações, a exemplo do inexpressivo Comissário vivido por Pat Hingle.
6 - Não há o mala-sem-alça do Robin!
7 - O filme ganhou o Oscar de melhor direção de arte, tendo sido indicado a vários outras categorias técnicas.

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