Grtças à Lia (essa menina daqui a pouco começa a aparecer em todos os posts... credo! ^_^), eu passei a última madrugada me segurando pra não acordar a casa inteira com as minhas risadas.
O filme era "Shaolin Soccer", uma comédia chinesa sobre um grupo de lutadores de kung fu (que recebem de seu mestre a missão de difundir o kung fu shaolin) utilizando suas técnicas para jogarem futebol.
Parece ridículo numa primeira opinião (okay, okay... numasegunda também), mas me arrisquei a baixar o filme e não me arrependi. Logo no início do filme, há uma sequência de cenas que particularmente me chamou a atenção: Golden Leg e Steel Leg (não, esses não são os NOMES deles, mas é que eu raramente lembro de nome chinês, e eles chamam um ao outro desse jeito na maior parte do filme, então...) estão conversando, sobre como o kung fu shaolin pode ser útil. Primeiro, uma garota escorrega numa casca de banana. "Vê? Se ela dominasse o kung fu shaolin isso não aconteceria" (corta para uma cena bizarra de um velhinho barbudo equilibrando-se em cima de dezenas de cascas de banana). Então ele aponta para outra mulher, que estaciona o carro com dificuldade. Deixa para a mesma frase de antes, e corta para o velhinho barbudo, dessa vez "estacionando" uma carroça com a força do seu ki. Se isso parece familiar, não é mera coincidência.
De fato, há vários meses que circula pela internet um vídeo (na maior parte das vezes, associado ao anime Dragon Ball) onde uma mulher sai do carro tranquilamente e o estaciona com uma espécie de kamehameha. Semana passada era só que se falava no #trails (eu já havia visto muito antes. Tentei achar o link na página da Herói, pra colocar aqui, mas não consegui... fica pra próxima). Lembrando dessa cena, e vendo o contraste moça e carro/velhinho e carroça, eu já caí às gargalhadas. Ver o filme até o fim e descobrir que a cena do estacionamento REALMENTE É deste filme, quase me fez cair da cadeira.
Esse é um filme do qual, fora os detalhes que já mencionei, e contrariando meus "princípios" (depois dessa o Wind me mata de vez); eu NÃO farei spoilers ^_^.
Baixem e riam. Recebeu o selo de aprovação presuntesca! :P

*****

Na quarta série, meio que me obrigaram a fazer um trabalho insuportável de religião, usando como fonte um jornal que era distribuido todo mês pela direção do colégio: "Missão Jovem". Coisa mais mala que isso, impossível. Ao fim do trabalho, havia uma questão dissertativa, sobre as decepções de uma criança de rua, o que pensaria ela ao deparar-se com a realidade da situação em que vive, ou outra bobajada do gênero. Em minha ingenuidade dos nove anos, escrevi: "Amar e não ser amado de volta".
A professora talvez devesse ter anexado uma folha extra junto ao trabalho, pois os comentários que ela fez sobre esta última questão chegavam a ser três vezes mais do que eu escrevera no trabalho inteiro. Dizia que "namoro" não era algo que realmente pesasse na mente de uma criança naquelas condições, e mil que poderiam ser resumidas em: "reveja seus conceitos".
PORRA! Isso me vem à mente ocasionalmente, e até hoje me deixa puto da cara. Era um colégio CATÓLICO, e a aula era RELIGIÃO. Onde foi parar a merda do "amai ao próximo como a ti mesmo"??? "Namoro" não pesava na mente de uma criança naquelas condições, e tampouco pesava na minha (de fato, só vim a dar a devida importância a isso, nos meus 17 anos). Pegue uma criança de nove anos que nunca passou dificuldades, sempre teve comida na mesa, e escutou a frase "te amo" proferida pelas bocas de seus pais todos os dias, desde o dia em que nesceu. Mande essa mesma criança imaginar uma criança que não tenha nada disso, e pergunte-lhe do que ele mais sentiria falta se estivesse naquela situação. Eu, SINCERAMENTE, suportaria qualquer coisa, menos perder o apoio, melhor, a SUSTENTAÇÃO das pessoas que amo, e quesempre fizeram questão de reafirmar e retribuir esse amor.
Hoje, passadas tantas coisas... Eu daria uma resposta bastante diferente... Ou talvez nem respondesse. Mas defendo a resposta dada naquele tempo, sustentando-me no que eu acreditava como correto, e na visão de mundo (bastante ofuscada, admito) que eu possuía na época.
Talvez eu desejasse que naquela época, por apenas alguns minutos, eu tivesse a parca sabedoria que tenho hoje, pra tentar explicar a um burro que se faz de surdo, sem acabar sendo expulso da sala por isso...

0 Comments:

Post a Comment




 

Copyright 2006| Blogger Templates by GeckoandFly modified and converted to Blogger Beta by Blogcrowds.
No part of the content or the blog may be reproduced without prior written permission.