"A Rainha dos Condenados" é um dos piores filmes sobre vampiros (aliás, sobre diversas outras coisas também) que eu vi desde muitos anos. Lestat é uma barbie cantora de new metal. "Quando se passa uma história de uma mídia para outra, alterações se fazem necessárias". Tudo bem, eu entendo... MAS:

1- Por mais que não tenha me agradado muito (apedrejem-me, fanáticos) a escolha de Tom Cruise para interpretar o vampiro Lestat em "Entrevista com o Vampiro", é sabido que ele conseguiu eternizar o personagem, e substituí-lo é uma tarefa praticamente impossível. A preferência seria que não o substituissem.
2- Anne Rice descreve os vampiros como seres sobrenaturais em todos os sentidos. São tão belos e perfeitos que torna-se muito difícil para um mortal acreditar que são reais. Vampiros poderosos, como Lestat, têm de tomar extremo cuidado em atitudes que para nós parecem simples demais, como falar ou andar. A voz de um vampiro como Lestat ou Armand pode estourar os tímpanos de um mortal (isso é mostrado claramente, por exemplo, quando Lestat exibe seus poderes em frente ao público do teatro que viria a ser "O Teatro dos Vampiros"). Anne Rice não colocou Lestat como líder de uma banda de heavy metal melódico por gostos musicais distintos. IMHO, a banda "O Vampiro Lestat" se encaixaria num meio-termo entre Iron Maiden e Nightwish. Digo isso porque não sou lá grande especialista em música, apenas tento explicar o que penso.
3- "O Senhor dos Anéis", obra gigantesca e alvo de adoração no mundo todo, foi adaptada em três filmes (também gigantescos) de orçamento mais do que justo. Sem tentar julgar aqui a importância ou mérito de cada obra, pergunto-me o que leva alguém a pensar que é plausível juntar duas obras detalhadíssimas ("O Vampiro Lestat" e "A Rainha dos Condenados") em um único filme de menos de duas horas, e orçamento de "especial para a tv"...
4- As crônicas vampirescas são tão atraentes, talvez, pela complexidade de seus personagens. Você entra no universo emocional de cada um deles (e não são poucos), chora com e por eles, desfruta de cada uma de suas glórias e vergonhas. O filme arremessa dezenas de personagens mal construídos dentro de uma trama resumida demais. O público fica totalmente perdido. Tanto os que já conhecem a história, quanto os novatos.
5- Os vampiros de Anne Rice são assexuados, ao mesmo tempo que são incestuosos e bissexuais. "Entrevista com o Vampiro" é, definitivamente, um romance gay. "Eu poderia lhe explicar, mas você não ententeria, pois está do lado errado do cálice sombrio", diz Lestat a David Talbot em "A História do Ladrão de Corpos". Os ditos "imortais" enfrentam o peso de um corpo eternamente jovem, com uma alma muito antiga tentando se adaptar (quase sempre sem sucesso) aos novos tempos, enquanto que os vampiros desta versão para os cinemas nada mais são do que um bando de adolescentes veados e drogados tentando fingir que já são adultos. Ao invés de um filme sobre as crônicas, fizeram uma pequena biografia ppx ("pessoa de preto do xópim", ou seja, moleques de 15 ou 16 anos com camiseta do Marilyn Manson, cortes nos braços, pentagrama pendurado no pescoço, maquiagem e cabelos coloridos, comendo mclanche feliz na praça de alimentação e conversando sobre textos satanistas que baixaram na internet).

E isso que eu nem terminei de vero filme ainda. A vontade que tenho é de nem continuar! Deletar o maldito arquivo e assistir "Lilo & Stitch", que deve ser muito melhor.

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