Não consegui resistir. Ontem, voltando da loja (onde comprei meu cooler), passei pela banca e comprei a primeira edição de O Cavaleiro das Trevas 2. Fiquei simplesmente maravilhado. A história original, publicada a 15 anos atrás, até hoje é consiferada como um marco nos quadrinhos, o fim de um era, e o início de outra. Frank Miller então, nem se fala. Tudo o que é associado ao nome dele, já vem com o pré-aviso de ser algo MUITO FODA. As últimas páginas dessa primeira edição, são nada mais do que uma das melhores cenas de luta que eu vejo numa história em quadrinhos, em ANOS! Acho que só se compara ao Cavaleiro... original. Corri pro quarto, entreguei a revista nas mãos do meu irmão, e disse: "leia isso! A partir dessa parte"; mostrei apenas a luta, que provavelmente é o que mais vale na revista toda. Eu sei, a história também é muito boa, mas... Podia ser muito melhor.
Pra começar, os desenhos de Miller estão fracos. Picasso disse uma vez disse "Estilo é o nome dado a algo que se faz mal feito", ou algo assim, e o "estilo" de Miller desagradou. Não que fuja muito do padrão do Cavaleiro... original, mas algumas sequências dão a entender que ele desenhou a revista toda às pressas, se preocupando mais com um prazo do que em fazer um serviço perfeito (paradoxal ver isto da parte dele... Logo ele, que rasgou páginas da Wizard em uma convenção, falando sobre os rumos que o mercado quadrinhístico tinha tomado).
Lynn Varley então... Tudo bem que ela é casada com o cara, mas ela podia muito bem ter deixado o dedo dela de fora. Se eu estivesse com Elektra Vive aqui (tá emprestada, com o Walério, que sequer leu ainda... GrRrRrr), escaneava algumas páginas pra exemplificar. O trabalho dela foi maravilhoso! Foi realmente uma história que mudou a minha visão de quadrinhos, graficamente falando. Agora... Em DK2 (abreviação de Dark Knight 2, em inglês), ela resolveu "inovar" e comprou um computador. É uma salada de cores fractais e pixeladas em quase todas as páginas. Como se, na obsessão doentia de não deixar um único espaço em branco, ela tivesse preenchido todos os fundos com os efeitos mais balaios do photoshop. Ou ela pintava a bagaça à mão, ou deixava o velho Frank trabalhar sozinho, tudo em preto e branco (como em Sin City). com certeza teria sido MUITO melhor.
Eu já estava com algum medo disso, desde o começo, quando começaram a pipocar imagens de divulgação nos sites sobre quadrinhos, mostrando as paisagens psicodélicas e arcoirísticas (e diga-se honestamente, dignas de se chamar o hugo).
Outra coisa que se percebe é a repúdia de Miller por seios, e sua fixação por bundas. Caroline Kelley (a Robin de DK1), agora como Moça-gato (que nome horrível!), tem dezesseis anos e é reta feito uma tábua. No entanto, tem uma bunda que só não é maior que a do Arqueiro Verde (de volta nessa edição também, agora com um braço biônico).
Sei lá... É algo que podia ter sido mais. Fez-se todo o alarde sobre a nova revolução dos quadrinhos; até Alan Moore disse que, se Miller fez uma continuação para DK1, devia ter um bom motivo. E não correspondeu devidamente às expectativas... Depois eu escaneio as páginas finais, agora tô com preguiça ^_^

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